🔴 AO VIVO: FUNDOS IMOBILIÁRIOS, AÇÕES E DIVIDENDOS – ONDE INVESTIR 2025 ASSISTA AGORA

Utilizou seu FGTS para investir na Eletrobras? Esta coluna é para você

Fundos que investem em Eletrobras se encontram abaixo do Ibovespa e do próprio retorno do FGTS. Será que os trabalhadores tomaram uma péssima decisão?

22 de maio de 2023
14:28 - atualizado às 16:52
Painel na sede da Eletrobras
Painel na sede da Eletrobras - Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil

Em junho de 2022 foi concluída a privatização da Eletrobras, companhia brasileira de geração e transmissão de energia elétrica até então controlada pela União, em oferta que pulverizou seu controle acionário no mercado.

Nessa oferta, foi permitido aos trabalhadores que possuíam saldo no FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) a migrar até 50% desse saldo para os FMPs (Fundos Mútuos de Privatização).

O FMP é um fundo enquadrado para receber as aplicações do FGTS dos trabalhadores, nesses cenários específicos em que são permitidas as migrações durante ofertas de ações de algumas empresas.

Essa possibilidade só ocorreu com três empresas desde 2000, data de criação do FMP: Petrobras, Vale e Eletrobras.

As regras dos fundos de privatização

Vale lembrar que o investidor não pode resgatar o saldo transferido desses fundos. Eles seguem a mesma regra do FGTS: só é possível o acesso em caso de demissão sem justa causa, para a aquisição de um imóvel, aposentadoria, falecimento do trabalhador, diagnóstico de doenças graves, idade igual ou superior a 70 anos, entre outras situações peculiares.

Já para o saldo que permanece no FGTS, o rendimento é de 3% ao ano acrescido de uma Taxa Referencial (TR) calculada e divulgada pelo Banco Central – muito próxima de 0% na maior parte do seu histórico recente.

Leia Também

Comparado a uma inflação que estava acima de dois dígitos no acumulado de 12 meses no final do ano passado, na prática, o retorno real desse “investimento” é negativo. Mesmo hoje, com o IPCA dos últimos 12 meses até o mês de abril de 4,18%, o rendimento do FGTS ainda fica abaixo da inflação.

Por isso, mais de 360 mil trabalhadores destinaram R$ 6 bilhões de seus recursos do FGTS ao programa de privatização da Eletrobras – que ocorreu entre 3 e 8 de junho de 2022 –, por meio da compra de ações ELET3, buscando um potencial de retorno maior para essa parcela.

Como está o desempenho dos fundos que aplicaram o FGTS na Eletrobras

Hoje, próximo do aniversário de um ano dessa migração, como será que está a performance desse saldo alocado nos FMPs distribuídos na época?

Veja a seguir:

Tabela

Descrição gerada automaticamente

Abaixo você confere ainda o retorno histórico da ação de Eletrobras (em vermelho) desde a privatização em relação aos seus respectivos FMPs (em cinza), assim como o retorno do Ibovespa (em azul) e o quanto teria rendido o saldo caso tivesse permanecido no FGTS (em preto):

Gráfico, Gráfico de linhas

Descrição gerada automaticamente

Repare que, com quase 12 meses completos, os FMPs que investem em Eletrobras se encontram abaixo do principal índice acionário brasileiro (o Ibovespa) e do próprio retorno do FGTS no período. Os fundos ainda ficam abaixo do rendimento da própria ação (ELET3), graças à taxa de administração.

Não somente isso, o retorno no período foi negativo, de -17% na média. Ou seja, pela primeira vez, esse saldo não só teve um retorno real (em relação à inflação) negativo, mas um retorno nominal também!

Será que esses trabalhadores tomaram uma péssima decisão?

O histórico favorece a Eletrobras

Eu não me precipitaria nessa conclusão. Você que acompanha nosso trabalho na coluna Linha D’Água a mais tempo já deve saber o porquê.

Aqui estamos falando de um investimento em uma ação. Nesse caso, não há como tirar qualquer conclusão em um período inferior a 12 meses.

Para o investimento em renda variável, faz mais sentido avaliar horizontes de pelo menos cinco anos, tempo que o investidor precisa estar disposto a enfrentar solavancos para buscar o potencial de retorno tão falado pelos analistas de mercado.

Aliás, como comentei no início, essa prática que permite migrar o saldo do FGTS para FMPs não é nova.

Isso já aconteceu no passado, mais precisamente em agosto de 2000 e março de 2002, datas em que foi permitido aos trabalhadores o uso de parte do saldo do FGTS para a aquisição de ações da Petrobras e da Vale (do Rio Doce, na época), respectivamente.

Vejamos então como performaram as ações da Petrobras e da Vale após cada uma das ofertas:

Gráfico, Histograma

Descrição gerada automaticamente
Interface gráfica do usuário, Gráfico

Descrição gerada automaticamente

Em um período de mais de 20 anos, ambas as ações superaram consideravelmente tanto o Ibovespa quanto o rendimento histórico do FGTS para cada um dos períodos.

Na prática, a ação da Petrobras (PETR3) rendeu quase 10 vezes mais do que o FGTS, enquanto, para a Vale (VALE3), esse número fica em 23 vezes!

O último almoço grátis

É claro que não há como garantir retornos futuros para ações. Além disso, com esse movimento você aumenta o risco a que essa parcela de seu patrimônio está exposta.

Veja que, no caso das ofertas das companhias Petrobras, Vale e Eletrobras, o risco é ainda mais significativo. Afinal, você está exposto somente a uma ação em cada um dos casos e, portanto, exposto aos riscos específicos da empresa e do setor.

O que garante que o atual governo não irá ter sucesso em sua empreitada para reverter a privatização da Eletrobras? Já vimos diversos avanços testando essa possibilidade pelo atual presidente.

Essa é minha deixa para te lembrar do “último almoço grátis” dos investimentos: a diversificação.

Eletrobras e os FMPs Carteira Livre

Após seis meses dessa transição do saldo do FGTS para os FMPs da Eletrobras – limite atingido em dezembro do ano passado –, foi permitido ao investidor migrar para veículos como os FMPs Carteira Livre, fundos enquadrados nas mesmas regras dos fundos de privatização, mas que possuem um mandato mais amplo para investir em outras empresas.

Desde novembro do mesmo ano, tivemos alguns fundos surgindo nessa categoria, de gestoras como a XP, BTG, Itaú, Santander, Banco do Brasil e Genial. Separei os principais veículos que surgiram após a privatização da Eletrobras e suas características a seguir:

Uma imagem contendo Tabela

Descrição gerada automaticamente

Todos os veículos possuem menos de 6 meses de vida e, por regulamentação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), não são permitidos comentários sobre suas performances.

Entretanto, quero trazer uma visão de concentração versus diversificação para você. 

Enquanto os cotistas da Eletrobras estão expostos a somente uma empresa, essas são as últimas carteiras abertas divulgadas por cada um dos fundos acima (com exceção dos fundos da Genial, mais recentes, que ainda não fizeram essa divulgação):

Repare que, mesmo nesse caso, existem fundos com pouca inteligência de gestão ativa por trás, como o do Banco do Brasil, que investe basicamente em BOVA11 (ETF que replica as ações do Ibovespa). Parece caro pagar 1% ao ano por um fundo passivo, não acha?

Particularmente, também não sou muito fã dos produtos “aguados”, ou seja, os fundos “balanceados” ou “moderados” apresentados pelo BTG, Itaú, XP e Santander, que mantêm cerca de metade da alocação no caixa (Tesouro Selic).

Para esse tipo de fundo de longuíssimo prazo, prefiro me expor ao máximo à renda variável, enquanto faço por conta própria meu controle de liquidez e reserva de emergência no restante do meu patrimônio.

Os dois "vencedores"

Dito isso, os fundos que parecem estar mais alinhados com a estratégia de diversificação com gestão ativa são o BTG Pactual Absoluto e o XP Investor, que seguem a estratégia de mesmo nome de cada uma das gestoras.

Reforço que aqui não há um estudo robusto sobre a equipe, a estrutura e o processo de investimento de cada uma das estratégias e, portanto, essa não é uma recomendação ativa de investimento.

O ponto aqui é justamente a reflexão sob a ótica de diversificar as fontes de risco e aumentar o potencial de retorno de uma parcela que muito provavelmente ficará travada por muito tempo.

Entretanto, para aqueles que se aventuraram no projeto de privatização da Eletrobras e desejam retornar o saldo para o FGTS, com o “retorno real negativo garantido” de 3% ao ano + Taxa Referencial (próxima de zero), precisam esperar os 12 meses da privatização para o movimento, prazo que deve se encerrar agora na primeira semana de junho. 

Agora eu pergunto a você que utilizou seu saldo do FGTS para investir na Eletrobras: com o término desse prazo, você irá retornar à “perda real garantida” ou prefere optar por uma carteira diversificada de ações?

A resposta é individual para cada um, mas eu já sei qual foi a minha.

Um abraço,

Alê Alvarenga

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
DESTAQUES DA BOLSA

Ações da MRV saltam 5% e lideram altas do Ibovespa após prévia “arrasa-quarteirões” do 4T24. É hora de comprar MRVE3?

14 de janeiro de 2025 - 11:17

Segundo o diretor financeiro Ricardo Paixão, o maior destaque foi que, pela primeira vez na história, a MRV gerou caixa tanto no negócio principal como em todas as subsidiárias

RUMO AOS 145 MIL PONTOS?

Itaú BBA corta projeções para a bolsa brasileira, mas ainda vê escalada de 20% do Ibovespa até o fim de 2025 — e revela 10 ações para investir neste ano

14 de janeiro de 2025 - 10:35

Para os analistas, a bolsa encontra-se com um valuation favorável, mas a dinâmica de resultados corporativos em 2025 tem um viés levemente negativo

DEVO, NÃO NEGO?

Bradesco BBI pode se tornar um dos maiores acionistas da CCR (CCRO3) — e tudo por causa das dívidas do Grupo Mover

14 de janeiro de 2025 - 9:04

O banco pode se tornar um dos maiores acionistas da companhia de infraestrutura ao assumir quase toda a participação do Mover, um dos principais investidores da empresa

DISPUTA JUDICIAL

Mais uma vitória para os irmãos Batista: Justiça derruba decisão que favorecia o “rei do gás” e valida compra de usinas pela Âmbar

13 de janeiro de 2025 - 12:43

O presidente do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região validou os contratos de usinas termelétricas da Eletrobras compradas pela Âmbar em meados de 2024 por R$ 4,7 bilhões

DESTAQUES DA BOLSA

Ações da Petz (PETZ3) saltam quase 9% com expectativa renovada de aval do Cade para fusão com a Cobasi

13 de janeiro de 2025 - 11:01

No fim de semana, o noticiário foi dominado por rumores de que a aprovação do Cade para a combinação de negócios das gigantes do mercado pet está próxima de sair do papel

O APETITE VOLTOU

BTG Pactual (BPAC11) pode saltar 40% em 2025 e ainda pagar bons dividendos, diz JP Morgan — mas há outros bancos na mira dos analistas 

13 de janeiro de 2025 - 10:19

BTG e outro gigante do setor bancário são escolhas populares entre os investidores, que hoje preferem ações com rendimentos elevados com proventos ou com menor risco de queda de lucros

VISÃO DO GESTOR

BC terá de elevar Selic a níveis “extremamente elevados” ou admitir dominância fiscal, diz SPX

13 de janeiro de 2025 - 9:12

Caso o governo não adote novas medidas fiscais, o ajuste virá pela inflação, que vai aumentar “até que o estoque de dívida perca relevância”, diz a SPX

A VISÃO DO GESTOR

Weg (WEGE3): fábrica de bilionários da B3 segue cobiçada pelos tubarões da Faria Lima e é uma das apostas da AZ Quest em ações para 2025

13 de janeiro de 2025 - 6:07

Em entrevista ao Seu Dinheiro, o gestor de renda variável Welliam Wang alertou para ano turbulento na bolsa brasileira — e revela quais ações estão na carteira da gestora

BOMBOU NO SD

Nova bolha em ações de IA, EUA vendem US$ 6,5 bilhões em Bitcoin e os dois anos da fraude na Americanas (AMER3): os destaques da semana no Seu Dinheiro

12 de janeiro de 2025 - 16:55

Entusiasmo com a IA pode estar levando investidores a cenário de “exuberância irracional” 25 anos após a primeira bolha tech, alerta Howard Marks, cofundador da Oaktree Capital

INVESTIMENTOS

Adeus, B3? Trump, risco fiscal e Selic elevada devem manter investidor estrangeiro afastado da bolsa brasileira em 2025

11 de janeiro de 2025 - 16:15

Volatilidade e a depreciação recentes do real fizeram o investidor estrangeiro ter uma visão mais negativa do Brasil

OTIMIZAÇÃO DE PORTFÓLIO

Nos holofotes dos investidores: Brava Energia (BRAV3) avança na estratégia de desinvestimento e anuncia novos interessados nos ativos onshore

10 de janeiro de 2025 - 12:41

Segundo o fato relevante enviado à CVM, a companhia deve analisar as propostas “dentro do seu fluxo de governança corporativa”

REAÇÃO AO BALANÇO

Investidores na dieta “low-carb”: Ações da Camil (CAML3) desabam 11% na B3 com balanço magro e derrocada de 69% do lucro líquido

10 de janeiro de 2025 - 11:24

O mau humor acompanha a divulgação de um resultado amargo no terceiro trimestre fiscal de 2024, com queda significativa nos indicadores de lucratividade

SOBREVIVÊNCIA NOS MERCADOS

Não é hora de desistir das ações: Bancão revela cinco empresas que podem tirar vantagem dos tempos incertos na bolsa brasileira

10 de janeiro de 2025 - 9:50

Para o Bradesco BBI, essas companhias têm “alavancas de autoajuda” frequentemente subestimadas que podem ajudá-las a tirar proveito das preocupações macroeconômicas

SEXTOU COM O RUY

Feliz 2025? Só para quem tiver paciência para aproveitar excelentes oportunidades na bolsa

10 de janeiro de 2025 - 7:08

O investidor que tem foco no longo prazo entende que estamos em uma janela rara, com ações de muita qualidade negociando por múltiplos baixíssimos

A VIDA DEPOIS DA CRISE

Dois anos da fraude na Americanas (AMER3): queda de 99,5% das ações, retomada do lucro e punições a executivos. O que aconteceu com a varejista e como ficam os acionistas agora?

10 de janeiro de 2025 - 6:12

Foi em 11 de janeiro de 2023 que o mercado se deparou pela primeira vez com as notícias de inconsistências contábeis na varejista. Veja o que mudou desde então

QUEM DÁ MAIS?

Oi (OIBR3) conclui negociações com Mileto para venda de ativos de TV por assinatura; a empresa vai seguir para o processo competitivo

9 de janeiro de 2025 - 19:19

A transação será feita por meio de uma unidade produtiva isolada (UPI), composta por 100% das ações de uma companhia criada especificamente para reunir esses ativos

MINÉRIO OU AÇO?

Mineradoras x siderúrgicas: escolha do Bradesco BBI derruba Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) na bolsa — saiba qual é a única ação que o banco recomenda comprar agora

9 de janeiro de 2025 - 14:55

No dia anterior, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou um acordo entre a Gerdau e o Cade

O QUE ESPERAR DO ANO

‘Ter moeda e ativos fortes não é especulação, é legítima defesa’, diz TAG Investimentos; veja as recomendações da gestora para 2025

9 de janeiro de 2025 - 13:02

Em carta mensal, gestora prevê Selic terminal a 17% e forte desaceleração do crescimento econômico brasileiro e diz que as taxas de juros dos Estados Unidos seguirão definindo o destino dos ativos globais

REVISÕES DAS EXPECTATIVAS

WEG (WEGE3) imune ao apocalipse da bolsa? BofA corta preço-alvo de ações de transporte e bens de capital — e só três papéis escapam

8 de janeiro de 2025 - 18:48

A Weg foi uma das poucas ações dos setores de transporte e bens de capital a escapar da revisão negativa de preços-alvo pelo Bank of America; veja as expectativas dos analistas

ESTATAIS

Copasa (CSMG3), Cemig (CMIG4) ou Sanepar (SAPR4)? BofA elege ação favorita de serviços básicos com recomendação de compra e potencial de valorização de 30%

8 de janeiro de 2025 - 17:38

Em novo relatório, os analistas destacam o potencial de valorização da companhia de saneamento após revisão tarifária e expectativa de dividend Yield elevado

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar