A nova declaração de guerra de Lula, os planos bilionários da Klabin (KLBN11) e tudo que a Americanas (AMER3) precisará vender na RJ; confira os destaques do dia

Para muitos, a decisão de política monetária do Banco Central brasileiro divulgada ontem (22) tinha tudo para ser o início de um sonho — com uma sinalização clara de que um corte nos juros estava perto.
Apesar dos ataques incessantes do governo federal e de uma parcela da sociedade civil — incluindo associações de diversos setores da economia —, o Comitê de Política Monetária (Copom) mandou um recado claro: não há queda dos juros no horizonte e se a inflação continuar em patamares elevados, com a desancoragem das expectativas persistentes, o BC não hesitará em retomar o ciclo de alta.
O sonho foi por água abaixo.
A confiança era tanta que, nas últimas semanas, a curva de juros brasileira passou a precificar uma queda certa da Selic já no segundo semestre do ano. Uma postura que está sendo revista após o balde de água fria do Copom.
Não havia como escapar de um movimento de ajuste na sessão desta quinta-feira (23). Os principais contratos de DI operaram em forte alta — dos mais curtos aos de vencimento mais longos —, contaminando também a bolsa brasileira.
Os problemas, no entanto, não se limitaram apenas ao recado incisivo do BC sobre a elevação das projeções de inflação e às dúvidas sobre o novo arcabouço fiscal.
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Como já era de se esperar, o governo federal, que passou as últimas semanas atacando o elevado patamar dos juros, não ficou satisfeito. Ou seja: a lavação de roupa suja trouxe ainda mais cautela ao cenário, uma vez que os ruídos políticos sempre são indesejados.
Um terceiro elemento ainda pesou para que o Ibovespa recuasse 2,29%, a 97.926 pontos, no menor patamar desde 18 de julho, e dólar à vista fechasse em alta de 1,01%, a R$5,2900 — a dúvida se a apresentação da nova âncora fiscal será suficiente para mudar a cabeça do BC sobre o futuro dos juros.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta quinta-feira, incluindo os principais destaques do noticiário corporativo e as ações com o melhor e o pior desempenho do Ibovespa.
Confira outras notícias que mexem com o seu dinheiro
ENTREVISTA EXCLUSIVA
A Klabin (KLBN11) pede um voto de confiança: o bilionário — e polêmico — projeto Figueira vai sim ser rentável. A unidade foi criticada pelo mercado e por parte dos conselheiros da empresa; o CFO, no entanto, defende a estratégia de investimentos.
VENDE-SE
De avião a hortifruti: veja o que a Americanas (AMER3) colocou no “saldão” da recuperação judicial. A meta da varejista é levantar pelo menos R$ 2 bilhões com a negociação de alguns ativos.
É ATÍPICO
Mal da vaca louca: China retoma importações de carne bovina brasileira; ação da Minerva (BEEF3) figura entre as altas na B3. O Ministério da Agricultura suspendeu as exportações em fevereiro depois da identificação de um caso da doença no Pará.
DESTAQUES DA BOLSA
Tenda (TEND3) fica para trás no ‘Pode Entrar’ e despenca mais de 15% na B3; saiba qual incorporadora deve ser a grande vencedora do programa habitacional de SP. A prefeitura paulistana destinou R$ 6 bilhões em investimentos para a construção de pouco mais 38,8 mil moradias na capital.
MERCADO NÃO CURTIU
Marisa (AMAR3) vende R$ 100 milhões em direitos creditórios para a gestora Quadra; ações recuam na B3. Os títulos da varejista são resultado de processo judicial de 2018 referente à incidência de ICMS na base de cálculo de PIS/Cofins.
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Felipe Miranda: Troco um Van Gogh por uma small cap
Seria capaz de apostar que seu assessor de investimentos não ligou para oferecer uma carteira de small caps brasileiras neste momento. Há algo mais fora de moda do que elas agora? Olho para algumas dessas ações e tenho a impressão de estar diante de “Pomar com ciprestes”, em 1888.
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A história não se repete, mas rima: a estratégia que deu certo no passado e tem grandes chances de trazer bons retornos — de novo
Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.
Ditados, superstições e preceitos da Rua
Aqueles que têm um modus operandi e se atêm a ele são vitoriosos. Por sua vez, os indecisos que ora obedecem a um critério, ora a outro, costumam ser alijados do mercado.
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Em tese, o forward guidance é tanto mais necessário quanto menos crível for a atitude da autoridade monetária. Se o seu cônjuge precisa prometer que vai voltar cedo toda vez que sai sozinho de casa, provavelmente há um ou mais motivos para isso.
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