Mentoria, congelamento de óvulos e licença estendida: conheça os benefícios exclusivos que as empresas oferecem para as mulheres
A permanência feminina no mercado de trabalho é um dos focos de atenção das grandes empresas, que têm ampliado a quantidade e a qualidade de benefícios ‘‘fora da agenda comum”

No Dia Internacional da Mulher, a pauta sobre as desigualdades no ambiente de trabalho e na carreira sempre volta à tona. Mas a retomada das atividades presenciais pela maior parte das empresas incluiu novos elementos na balança entre benefícios e remuneração mensal.
Ainda que os salários ainda ditem a decisão de trocar de emprego ou não, os benefícios conquistaram um grau maior de importância quando falamos de atração e retenção de profissionais — e isso pode valer ainda mais para as mulheres que buscam um lugar ao sol no mercado de trabalho.
Vale-alimentação, auxílio home office, assistência médica, aulas de ginásticas e parcerias com descontos em academias são alguns benefícios que ganharam “novas” variações no ambiente corporativo no (quase) pós-pandemia, com o objetivo de contemplar todos os profissionais.
E, para além da entrada, a permanência das mulheres no mercado de trabalho — ainda mais quando elas se tornam mães — é um dos focos de atenção das grandes empresas, que têm ampliado a quantidade e a qualidade de benefícios ‘‘fora da agenda comum”.
Maternidade x Carreira
Conciliar a maternidade e a carreira nunca deixou de ser um assunto complexo dentro do ambiente corporativo. Por mais que o discurso das empresas seja o oposto, o fato é que a maternidade ainda é vista como “impedimento” de progressão de carreira e até contratação de mulheres.
Basta entrar em uma das plataformas de networking, como o LinkedIn, e buscar por “demitida na gravidez” para ler relatos de desligamentos durante a gestação ou no retorno ao escritório após a licença-maternidade.
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Para além disso, a pesquisa mais recente feita pelo Instituto Brasilieiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicada em março de 2021, mostra que 54,6% das mulheres com filhos pequenos estão empregadas, enquanto o número de homens empregados com filhos pequenos é de 89,2%.
Ao observar esse movimento, grandes empresas têm introduzido ao leque de benefícios programas de incentivo à maternidade. Nesta reportagem, nós mostramos alguns dos incentivos que as companhias introduziram para as mulheres.
*A reportagem tem a contribuição de Afrânio Haag, diretor de pessoas e cultura, e Lucilene Pereira, gerente de saúde corporativa do Grupo Fleury; Maria Izabel Azevedo, diretora de Cultura e Talento na Nestlé Brasil; Monica Rosenburg, gerente de Benefícios do Mercado Livre no Brasil; Juliana Pacheco, sócia-diretora na Jive Investments; Simone Marques, vice-presidente do Jurídico e de Pessoas e Cultura da VR; Alana Azevedo, diretora de pessoas e cultura da Flash Benefícios; Renata Simioni, diretora de jornada do colaborador no Grupo Boticário; e Leticia Dias, diretora de benefícios da PepsiCo Brasil.
Apoio à fertilização
O Fleury, rede de clínicas médicas e laboratórios, contempla a possibilidade de fertilização in vitro entre os benefícios oferecidos aos colaboradores.
A empresa — uma das poucas que tem uma CEO mulher entre as listadas B3, aliás — custeia até 40% do tratamento, na forma de desconto, com o procedimento realizado em uma das clínicas do grupo ou de parceiros.
“A gente olha [esse benefício] como questão de planejamento familiar, no primeiro momento”, explica Afrânio Haag, diretor de pessoas e cultura do Grupo Fleury. Sendo assim, “a empresa oferece todo o acompanhamento da preparação [para o procedimento]”, afirma Lucilene Pereira, gerente de saúde corporativa.
O mesmo benefício também é oferecido pela PepsiCo Brasil. A empresa oferece um reembolso anual de até R$ 25 mil, inicialmente, para tratamentos de reprodução assistida. Fertilização in vitro e inseminação artificial são alguns procedimentos que se enquadram neste programa, explica Leticia Dias, diretora de benefícios da companhia.
Congelamento de óvulos
O Mercado Livre foi uma das primeiras empresas a disponibilizar o congelamento de óvulos para as funcionárias no país, em 2018. Desde então, cerca de 15 delas já usaram o benefício. Mas como funciona?
Para participar do programa de congelamento de óvulos, as mulheres que trabalham na gigante do e-commerce precisam se enquadrar em alguns requisitos, como ter idade mínima de 33 anos e pelo menos um ano de Mercado Livre.
Sendo assim, a empresa custeia até 75% do valor do procedimento, que não pode ultrapassar US$ 5 mil (R$ 25,9 mil, no câmbio atual). A funcionária tem a preferência de escolha de médico e clínica para realizar o procedimento.
“A gente entende que o benefício empodera a mulher no momento de uma decisão de carreira versus família. É dar a nossa colaboradora ferramentas para que ela seja a gestora da própria vida”, afirma Monica Rosenburg, diretora do Mercado Livre.
O programa, porém, não é estendido aos cônjuges, isto é, esposas de funcionários homens não são contempladas pelo benefício.
Porém, vale ressaltar que homens trans podem acessar o benefício, caso não tenham realizado a cirurgia de redesignação de gênero — que também é custeada pela empresa.
Licença-maternidade estendida
A licença-maternidade estendida, de 180 dias, é quase unânime entre as companhias. A Nestlé Brasil foi uma das pioneiras na adoção da iniciativa — a medida é adotada por todas as empresas que contribuíram para a reportagem.
Vale lembrar que, por lei, a mãe tem o direito de afastar-se do trabalho por 120 dias, a contar a partir da data de nascimento do bebê ou dia de atestado de afastamento por pedido médico.
O Grupo Boticário, o Mercado Livre e a PepsiCo, assim como a Nestlé, também oferecem a licença-parental, que nada mais é do que o afastamento de 120 dias para os cônjuges das gestantes.
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Flexibilidade na volta ao escritório
Além do auxílio-creche, as salas de amamentação também são um dos benefícios oferecidos pelas companhias, sobretudo, para a coleta e o armazenamento do leite materno durante a jornada de trabalho.
Em comum, tanto a Nestlé quanto o Mercado Livre acompanham a fase de adaptação ao trabalho no retorno à jornada, com a adoção de uma rotina flexível durante o primeiro ano do bebê, sem redução na remuneração.
Especificamente, no caso da Nestlé, as mães podem contar também com o complemento do leite materno, desde que tenha a indicação do pediatra, e com a isenção da coparticipação da assistência médica.
Saúde da mulher além do ‘Outubro Rosa’
Outubro é um dos meses mais lembrados quando falamos de saúde da mulher. Iniciativas corporativas durante esse mês incluem desde palestras sobre o autocuidado e prevenção de doenças ao acesso a exames com cobertura integral do plano de saúde — ou seja, sem a coparticipação, como é o caso do VR.
E, para além disso, algumas empresas querem ‘extrapolar’ as discussões para além do mês de conscientização. No Fleury, por exemplo, as colaboradoras possuem acompanhamento de periodicidade de exames - que vão desde coleta de sangue à ginecologia.
O Grupo Boticário, no ano passado, realizou a campanha de vacinação contra o HPV — vírus que causa o câncer no colo de útero, o segundo tipo mais letal entre as mulheres — de forma gratuita às funcionárias.
Redesignação de gênero
A redesignação de gênero, por sua vez, tem conquistado espaço dentro das empresas. O Mercado Livre, por exemplo, custeia até 70% da cirurgia, dentro do mesmo limite de US$ 5 mil dado ao benefício de congelamento de óvulos.
A PepsiCo também adotou iniciativas voltadas ao público LGBTQIA+ no ano passado. A empresa passou a oferecer aos funcionários — e dependentes — a possibilidade de retificar o nome e gênero em documentos pessoais.
“As pessoas que buscam este apoio contam com suporte financeiro e jurídico especializado. Também disponibilizamos suporte psicológico por meio de programas internos de apoio à saúde mental e terapia junto ao plano de saúde, sem limite de sessões”, afirma Leticia Dias, diretora da PepsiCo.
Leia também: Como a suspensão do direito ao aborto pela Suprema Corte dos EUA impacta as grandes empresas do país?
Em busca de lideranças femininas
De fato, a ampliação do leque de benefícios tem o objetivo de aumentar a competitividade no mercado de trabalho e a “briga” por talentos, assim como a atração e, principalmente, a retenção de mulheres no ambiente corporativo.
Porém, existem braços das políticas afirmativas que se vinculam a outra pasta empresarial: o ESG — sigla em inglês para meio ambiente, social e governança corporativa.
Entre as iniciativas está a promoção de grupos de afinidade, em que a identificação com o gênero é o condicionante para integração. Em outras palavras, ser mulher é o único requisito para integrar uma equipe que discute questões de gênero e rodas de conversas sobre “dores” comuns.
“O objetivo é primeiro dar o suporte para que as pessoas da empresa possam se encontrar e se sentir num ambiente seguro para discutir assuntos, sejam relacionados a troca de experiência, sejam relacionados à melhoria da qualidade de vida e do seu espaço. Além da sugestão de ações que elas entendam ser relevantes”, disse Juliana Pacheco, sócia-diretora na Jive Investments.
Na Nestlé Brasil, por exemplo, as funcionárias da área de operações contam com o programa “Empoderadas”, que tem o objetivo de desenvolver lideranças femininas dentro da corporação, assim como plano de carreira, mapeamento de fortalezas — habilidades comportamentais — e autoconhecimento.
Por fim, a Flash Benefícios, fintech que oferece cartão corporativo para a gestão de benefícios, pretende avançar na ampliação de benefícios com o programa de mentorias voltado exclusivamente para as funcionárias, cujo lançamento acontece nesta quarta-feira (8).
“A gente trabalha muito internamente sobre carreira, e o programa é justamente para ajudar as mulheres no desenvolvimento profissional dentro da organização”, afirma Alana Azevedo, diretora de benefícios da empresa.
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