Os debenturistas da Light (LIGT3) já imaginavam que seriam os principais afetados pela tutela cautelar que autorizou a empresa a suspender o pagamento de suas dívidas. Talvez apenas não imaginassem que o calote aconteceria quase na velocidade da luz.
A Light anunciou na noite de ontem que não vai pagar as amortizações e remunerações previstas para a segunda-feira, 17 de abril.
O anúncio veio à tona pouco depois do levantamento do segredo de justiça que impedia a divulgação de informações referentes ao processo de tutela cautelar, um passo anterior à recuperação judicial.
De acordo com a empresa, o calote vai afetar os seguintes pagamentos:
- Amortização e remuneração da 2ª série da 16ª Emissão de Debêntures;
- Remuneração da 3ª série da 16ª Emissão de Debêntures;
- Remuneração da 2ª série da 17ª Emissão de Debêntures;
- Remuneração da 22ª Emissão de Debêntures;
- Remuneração da 1ª e 2ª séries da 23ª Emissão de Debêntures; e
- Remuneração da 24ª Emissão de Debêntures.
Também estão suspensas as obrigações financeiras da 15ª emissão de debêntures da Light SESA.
Ainda na sexta-feira, a Light solicitou o reconhecimento e a manutenção do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA) como mediador da discussão entre credores e a empresa.
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A Light e os debenturistas
A tutela cautelar protege a Light de R$ 10,951 bilhões em dívidas.
Desse montante, R$ 6,8 bilhões advêm de debêntures.
O valor equivale a 62,5% do total devido.
Entre os detentores de debêntures da Light estão desde grandes gestoras de fundos de crédito até pessoas físicas que investiram diretamente nos papéis por meio de plataformas de investimento.
Além das debêntures no Brasil, a Light emitiu títulos de dívida a investidores no exterior, para os quais também pediu proteção da Justiça.
O valor dos bonds, que vencem em 2026, equivale a R$ 3,13 bilhões — ou seja, 28,6% da dívida da da companhia.