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Veja o título do Tesouro Direto mais indicado para proteger seu dinheiro da inflação em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia

Dragão da inflação soltando fogo

A expectativa de uma inflação mais controlada em 2022 vem sendo abalada pela guerra na Ucrânia, com a pressão do conflito sobre os preços de commodities e na organização das cadeias logísticas globais.

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As consequências já começaram a ser sentidas pelo bolso do brasileiro. A disparada do petróleo, por exemplo, levou a Petrobras recentemente a aumentar os preços da gasolina em 19%, e os do diesel em 25%. E podemos ver ainda novas altas nos preços dos alimentos.

Tratam-se de produtos de consumo fundamental em todo mundo. É, portanto, de se esperar que a inflação, ainda que não dispare, se mantenha num patamar mais elevado por um tempo prolongado, tanto aqui como no exterior.

“Há umas duas semanas, os títulos pós-fixados nos pareciam os mais promissores, e as apostas em títulos atrelados à inflação eram consideradas mais arrojadas. Agora, já temos uma visão diferente”, me disse Ulisses Nehmi, sócio da Sparta, gestora especializada em renda fixa.

Mesmo que a guerra termine em breve, com uma provável vitória da Rússia, é difícil que as sanções contra o país - e as respectivas retaliações por parte do Kremlin - sejam levantadas.

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Assim como nos períodos mais agudos da pandemia, estamos novamente diante de um choque de oferta. E quando a inflação deriva da restrição de oferta, e não necessariamente da demanda aquecida, fica mais difícil controlá-la via taxa de juros, como vêm fazendo os bancos centrais - inclusive o brasileiro. “Não tem muito o que fazer da parte de política monetária”, diz Nehmi.

Assim, pode até ser que a Selic aumente mais do que o inicialmente esperado, mas não muito mais. O mercado ainda espera que o ciclo de aperto monetário no Brasil esteja perto do fim e que os bancos centrais precisem mesmo tolerar uma inflação mais alta por algum tempo.

Proteja-se!

Em resumo, se você tem dinheiro investido e capacidade de poupar, é um bom momento para voltar a considerar investimentos que oferecem proteção contra a inflação - e, por que não, também um bom retorno real.

No início do ano, esses ativos não estavam na lista de prioridades dos investidores, mas com a situação atual, voltaram para o radar.

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Para Ulisses Nehmi, da Sparta, os investimentos indexados mais atrativos neste momento para obter esse tipo de proteção são os títulos de renda fixa atrelados à inflação de curto prazo, isto é, com vencimentos em menos de cinco anos.

No Tesouro Direto, plataforma de negociação de títulos públicos para as pessoas físicas, o único título com essas características disponível atualmente é o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2026.

Também é possível investir nesses títulos por meio dos chamados fundos de inflação, priorizando aqueles classificados como sendo de “duration curta” e que usam como referência de rentabilidade o índice de renda fixa IMA-B 5, que representa o desempenho de uma cesta de títulos públicos indexados ao IPCA de prazos inferiores a cinco anos.

Já em bancos e plataformas de investimento, é possível encontrar títulos privados com essas características, emitidos por instituições financeiras, como CDBs, LCIs e LCAs atrelados ao IPCA - sendo que as LCIs e LCAs ainda contam com isenção de IR.

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E por que esses títulos estão interessantes contra a inflação?

Primeiro porque pagam uma remuneração prefixada, que está em níveis elevados devido à Selic alta. No Tesouro Direto, o Tesouro IPCA+ 2026, por exemplo, está pagando 5,69% ao ano acima do IPCA, o índice de inflação oficial, o que garante não apenas a proteção do patrimônio, mas significa que você vai ficar mais rico de fato. Um juro real de quase 6% definitivamente não é de se jogar fora. Veja aqui as taxas dos títulos do Tesouro Direto hoje.

Entre os títulos emitidos por bancos de médio porte, é possível encontrar papéis com remunerações até maiores, em prazos menores, e tudo com proteção do FGC. Não é difícil, por exemplo, encontrar CDB com remuneração superior a 6% ao ano mais IPCA para prazos de um ano.

Em segundo lugar, como os prazos desses títulos são curtos, você tem um risco menor de liquidez ou de volatilidade.

Vídeo: Como investir em renda fixa, como CDB, LCI e LCA

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No caso do Tesouro IPCA+, por exemplo, há liquidez diária, mas os preços oscilam de acordo com as expectativas para inflação e taxa de juros. Assim, o título pode se desvalorizar e o investidor perder dinheiro, caso o venda antes do vencimento.

“Esses títulos podem se desvalorizar se o juro subir muito ou a inflação despencar, cenário este que parece cada vez mais remoto. Então o risco, agora, é basicamente de o juro subir. Mas vai subir muito no curto prazo? Em ano eleitoral, ainda por cima?”, questiona Nehmi.

O gestor da Sparta diz que o mercado não acredita que o BC vá insistir muito na alta de juros para conter a inflação, então que o risco de perder dinheiro em títulos Tesouro IPCA+ de curto prazo, mais afetados pela política monetária que pelo risco fiscal, está menor agora.

De fato, os títulos públicos atrelados à inflação, tanto os longos quanto os curtos, apanharam um bocado no último ano, em razão da alta dos juros.

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Lembre-se, porém, de que independentemente do que acontece com os preços dos títulos públicos no meio do caminho, eles sempre pagam a rentabilidade acordada no vencimento. Então quem ficar com o papel comprado via Tesouro Direto até o fim do prazo não vai ter perdas de qualquer forma. E também é bem mais fácil levar um título curto até o vencimento do que um título longo.

Já os títulos bancários atrelados à inflação não costumam ter liquidez diária. Então a aposta em papéis de prazos curtos é mais segura para os recursos não ficarem “presos” por muito tempo e poderem ser realocados para produtos mais adequados caso a situação se modifique, no médio prazo.

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