A bandeira branca que o presidente russo, Vladimir Putin, está disposto a levantar para acabar com a guerra na Ucrânia tem um preço — e talvez seja alto demais para Kiev.
O chefe do Kremlin vem sinalizando que está aberto às conversações de paz, mas as exigências não são nada palatáveis para os ucranianos: ele quer negociar sob os termos da Rússia.
A questão é que esses termos incluiriam o reconhecimento por parte da Ucrânia da conquista de um quinto de seu território pelos russos.
Acontece que Kiev, armada e apoiada pelos EUA e aliados, diz que vai recuperar todo o território ocupado e expulsará os soldados de Putin.
Putin mandou avisar, se não cumprir…
O recado de Putin para a Ucrânia é direto: aceite as exigências de Moscou para acabar com a guerra ou então assista as forças armadas russas tomarem o território no campo de batalha.
"O ponto é simples: cumpra-as para o seu próprio bem. Caso contrário, a questão será decidida pelo exército russo", disse o ministro russo Sergei Lavrov.
A fúria de Putin tem endereço certo: os EUA. Na semana passada, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, visitou Washington e saiu de lá com US$ 1,85 bilhão em assistência militar, incluindo a transferência do Sistema de Defesa Aérea Patriot.
"Não é segredo para ninguém que o objetivo dos EUA e aliados é derrotar a Rússia no campo de batalha — um mecanismo para enfraquecer ou mesmo destruir o nosso país", afirmou Lavrov.
A estratégia dos EUA funcionou?
Putin invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano em uma operação batizada por ele de especial e que deveria durar pouco tempo.
O líder russo, no entanto, não contava com a resistência de Kiev e, muito menos, com os reveses embaraçosos que sofreu no campo de batalha.
No mais recente deles, um ataque com drones na segunda-feira (26) expôs falhas nas defesas aéreas russas, causando uma explosão fatal na base principal de seus bombardeiros estratégicos.
Um dos reveses mais significativos, no entanto, ocorre nas províncias de Donetsk e Luhansk — que juntas formam a região de Donbass. Em setembro, Putin disse que anexou a região junto com as províncias de Kherson e Zaporizhzhia, no sul, só que até agora não controla nenhuma delas.
*Com informações da Reuters e da Agência Tass