Nubank está melhor que Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3)? JP Morgan analisa inadimplência dos bancos
JP Morgan ajustou cálculo da inadimplência pelo mix de produtos e público e concluiu que o Nubank pode estar em situação melhor que os bancões

Quem acompanhou a última temporada de balanços está ciente de que os bancos tiveram piora da inadimplência. Em números gerais, o Nubank teve a maior deterioração da carteira, com as dívidas vencidas há mais de 90 dias chegando a 4,7%.
Mas o JP Morgan decidiu fazer uma análise considerando o saldo das operações de crédito que passaram a ser inadimplentes acima de 90 dias no trimestre, o NPL creation (ou formation) no termo em inglês. É um número diferente do índice de inadimplência que estamos acostumados, que consiste no saldo da carteira vencida há mais de 90 dias dividido pelo total da carteira de crédito.
No NPL creation, o Nubank estaria até melhor que o Bradesco e o Banco do Brasil no segmento de consumo.
Para chegar a essa conclusão, o banco fez algumas adaptações na análise da inadimplência. Mas vale avisar que os próprios autores admitem de antemão que a metodologia tem algumas limitações, uma vez que as métricas de cada banco são diferentes.
Ajustes de mix
Primeiramente, o JP Morgan ressalta que, sem um ajuste de mix de produtos e público, o Nubank, de fato, tem um desempenho pior da inadimplência do que os grandes bancos.
Analisando apenas a inadimplência relacionada a empréstimos pessoais do cliente de varejo, o Nubank continua pior que os pares, mas já é possível observar uma deterioração maior nos bancos incumbentes.
Leia Também
‘Novo Ozempic’ chega ao Brasil graças a parceira entre farmacêuticas
O problema dessa análise é a falta de precisão nos dados segmentados de inadimplência. O Itaú, por exemplo, reporta apenas a formação de empréstimos no varejo, que inclui pequenas e médias empresas. Já o Bradesco e o Banco do Brasil fornecem informações mais detalhadas, que permitem estimar uma nova formação de inadimplência para esse segmento.
No caso do Bradesco, porém, a empresa não revela as vendas de carteira. Assim, o JP Morgan teve de fazer uma estimativa. Ao final, considerando apenas os empréstimos para pessoas físicas, os bancos apontam inadimplência em torno de 6-7% contra 11% do Nubank.
Nubank melhor - ou menos pior
Mas fazendo um ajuste que exclui hipotecas e folha de pagamento, o Bradesco e o Banco do Brasil aparecem com inadimplência pior do que o Nubank, segundo o JP Morgan.
O banco estrangeiro explica que os incumbentes no Brasil têm um mix de carteira mais seguro por oferecer produtos como folha de pagamento, hipoteca, financiamento de veículos, etc. Para ajustar o mix, o JP Morgan recorreu a dados do Banco Central, uma vez que Itaú e Bradesco não segmentam a inadimplência a esse grau.
“Em suma, quando verificamos os empréstimos para pessoas físicas ajustados pelo mix, vemos Bradesco e Banco do Brasil gravitando em torno de 14-15% de perdas contra 11% do Nubank”, concluiu o JP Morgan.
Limitações
Até aqui, deve ter ficado claro que o JP Morgan precisou se basear em muitas hipóteses para chegar a essas conclusões. O próprio banco reforça que os dados não são totalmente comparáveis, mas reafirma que a análise pode ser útil.
O JP Morgan tem as seguintes recomendações para as ações de cada banco:
RECOMENDAÇÃO | PREÇO-ALVO | |
BRADESCO | NEUTRO | R$ 22 |
ITAÚ | COMPRA | R$ 30 |
BANCO DO BRASIL | NEUTRO | R$ 47 |
NUBANK | VENDA | US$ 4-4.5 |
Mais Nubank:
- Nubank surpreende e registra seu primeiro lucro, de US$ 7,8 milhões — ações disparam em NY
- Dinheiro no Nubank sumiu? Usuários relatam problemas com saldo e pix do banco e reclamam de instabilidade no aplicativo
Mais uma derrota para a Oi (OIBR3): Justiça nega encerrar Chapter 15 nos EUA. O que isso significa para a tele?
Para a juíza responsável pelo caso, o encerramento do processo “não maximizará necessariamente o valor nem facilitará o resgate da companhia”; entenda a situação
Oi (OIBR3) falha na tentativa de reverter intervenção na alta gestão, mas Justiça abre ‘brecha’ para transição
A decisão judicial confirma afastamento de diretores da empresa de telecomunicações, mas abre espaço para ajustes estratégico
Retorno da Petrobras (PETR3, PETR4) à distribuição é ‘volta a passado não glorioso’ e melhor saída é a privatização, defende Adriano Pires
Especialista no setor de energia que quase assumiu o comando da petroleira na gestão Bolsonaro critica demora para explorar a Margem Equatorial e as MPs editadas pelo governo para tentar atrair data centers ao país
Diretora revela os planos do Bradesco (BBDC4) para atingir 1 milhão de clientes de alta renda no Principal até 2026
Ao Seu Dinheiro, Daniela de Castro, diretora do Principal, detalhou os pilares da estratégia de crescimento do banco no segmento de alta renda
WEG (WEGE3) vive momento sombrio, com queda de 32% em 2025 e descrença de analistas; é hora de vender?
Valorização do real, tarifas de Trump e baixa demanda levam bancos a cortarem preços-alvos das ações da WEG
A Oi (OIBR3) vai falir? Decisão inédita no Brasil pôs a tele de cara com a falência, mas é bastante polêmica; a empresa recorreu
A decisão que afastou a diretoria da empresa e a colocou prestes a falir é inédita no Brasil e tem como base atualização na Lei das Falências; a Oi já recorreu
Azul (AZUL4) apresenta números mais fracos em agosto, com queda na receita líquida e no resultado operacional; entenda o que aconteceu
A companhia aérea, que enfrenta uma recuperação judicial nos Estados Unidos, encerrou agosto com R$ 1,671 bilhão no caixa
Dasa (DASA3) se desfaz de operações ‘prejudiciais à saúde’ e dispara até 10% na bolsa; o que avaliam os analistas?
Ações da rede ficaram entre as maiores altas da B3 após o anúncio da venda das suas operações na Argentina por mais de R$ 700 milhões
Ambipar (AMBP3) tem pregão amargo após contratar BR Partners (BRBI11) para tentar sair da crise sem recuperação judicial
A contratação da assessoria vem na esteira de dias difíceis para a Ambipar, que precisou recorrer à Justiça para evitar cobranças de credores. O que fazer com as ações agora?
Americanas (AMER3) fecha acordo para venda da Uni.Co à BandUP! por R$ 152,9 milhões
Operação prevê pagamento inicial de R$ 20 milhões e parcelas anuais corrigidas pelo CDI
“O objetivo é dominar o Nordeste”, dizem CEOs de Direcional e Moura Dubeux sobre parceria, que já tem 5 projetos para este ano
Em conversa com o Seu Dinheiro, os CEOs Ricardo Gontijo e Diego Villar detalham a estratégia por trás da joint venture entre Direcional e Moura Dubeux, que pretende chegar a quatro capitais nos próximos 12 meses
Braskem (BRKM5) recebe ok do Cade para venda de controle a fundo ligado a Nelson Tanure, e ações sobem na B3. O que o negócio representa?
O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica deu sinal verde para a potencial venda de controle para fundo ligado ao empresário. Quais os próximos passos?
Justiça afasta diretoria da Oi (OIBR3) e prepara o terreno para um eventual processo de falência
A medida representa um duro revés para a empresa, que está em sua segunda recuperação judicial e vinha buscando aval para flexibilizar as condições de pagamento
Follow-on da Pague Menos sai por R$ 3,50 por ação. Entenda os planos da rede de farmácias para o dinheiro da oferta de ações
A empresa prevê levantar em torno de R$ 243,48 milhões com o lote base do follow-on; saiba qual o destino dos recursos
Moura Dubeux (MDNE3) alcança VGV de R$ 1,3 bi no 3T25, avanço de 22% no ano — mas perde fôlego na base trimestral
Apesar do avanço anual, indicador recuou 28% em relação ao trimestre anterior; veja os destaques da prévia
Estilo repaginado: os planos do Banco do Brasil (BBAS3) para conquistar novos clientes endinheirados
Ao Seu Dinheiro, a diretora de clientes Pessoa Física do BB, Larissa Novais, revelou detalhes da nova estratégia do banco para o segmento de alta renda
Nubank (ROXO34) quer cruzar fronteira da América Latina e começar a operar como banco nacional nos Estados Unidos
O Nubank solicitou uma licença junto ao Escritório do Controlador da Moeda (OCC) norte-americano para atuar como banco nacional nos EUA; entenda a estratégia
Lufthansa demite milhares de funcionários e vai buscar ‘eficiência’ na IA; veja outras grandes empresas que já fizeram o mesmo
De Salesforce a Accenture, empresas em diferentes setores já cortaram milhares de vagas para substituir funções humanas por inteligência artificial (IA)
Ações da Ambipar (AMBP3) tombam 20%, mesmo com decisão favorável da Justiça em disputa com o Deutsche Bank
Justiça do Rio de Janeiro nega pedido urgente do Deutsche Bank para derrubar liminar que protege a companhia de uma crise de R$ 10 bilhões
Citi corta recomendação do GPA (PCAR3) e ações derretem 10% nesta terça-feira (30); entenda o que motivou o rebaixamento
Passivos fiscais, baixas expectativas de crescimento de venda e disputa com o Assaí afetam opinião do banco sobre o grupo