O mundo não é o mesmo após a pandemia: muitas mudanças que, por anos, caminhavam a passos lentos, foram intensificadas em questão de meses — e o mercado de trabalho foi um dos mais afetados por essa nova realidade, emergindo novas profissões do futuro.
A começar pela digitalização das atividades cotidianas, uma tendência que foi reforçada pela chamada “economia verde”; tanto os governos quanto as empresas têm se preocupado e valorizado o famoso ESG, sigla em inglês para “ambiental, social e governança”.
Levando esse contexto em consideração, a maior demanda de empregos é para trabalhadores digitais — mas isso não quer dizer que apenas a área de tecnologia da informação está sendo demandada.
O estudo “Profissões emergentes na era digital”, realizado pelo Senai, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Agência Alemã de Cooperação Internacional, revelou quais são as profissões do futuro no pós-pandemia. E quatro setores são os mais promissores: tecnologia (software e T.I), indústria de transformação e serviços, agricultura e saúde.
A agricultura, por exemplo, é o setor que apresenta a maior demanda por formação profissional, proporcional à quantidade de vagas disponíveis. A área de indústria e serviços também é a que possui maior lacuna no curto prazo.
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Software e Tecnologia da Informação
É óbvio dizer que o setor de tecnologia é a base do processo de digitalização durante o pós-pandemia, tanto dentro da própria área quanto em relação aos demais setores da economia. Mas, para além disso, o estudo reforça que o setor permite uma rápida inserção no mercado.
Ao todo, 12 profissões — chamadas de emergentes no levantamento — são consideradas promissoras para ascensão em um breve período; além disso, elas não se restringem à formação em tecnologia e abrangem cursos de comunicação, por exemplo.
Dentre elas, destacam-se as de programador/coder, cientista de dados e analista de segurança cibernética. As demais são:
- Gestor de mídias sociais
- Engenharia de software
- Especialista em Blockchain
- Especialista em inteligência artificial
- Programador de jogos digitais
- Programador multimídia
- Desenvolvedor de sistemas
- Engenheiro de banco de dados
- Especialista em cloud (arquivos em nuvem)
O estudo ainda aponta que apenas 17% dos estudantes universitários brasileiros se interessam pelas áreas relacionadas à ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Já nos países mais ricos e membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o índice chega a 24%.
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Indústria de transformação e serviços
O estudo também mostra que a indústria da transformação brasileira tem se contraído nos últimos anos, dada sua baixa competitividade no contexto mundial. Contudo, o Brasil é o maior parque industrial da América Latina e ainda é muito importante para a geração de empregos no país.
Com a transformação digital, pela Indústria 4.0, a competitividade do setor tende a melhorar para uma produção mais eficiente e sustentável. Além disso, a digitalização dos processos tem reduzido a força física do trabalho e aumentado a demanda por profissionais com competências digitais.
Logo, profissões relacionadas com o digital são as mais promissoras. São 15, ao todo:
- Expert em digitalização industrial
- Operador digital
- Profissional de manufatura aditiva
- Empreendedor digital
- Gestor de economia circular
- Especialista em serviços
- Programador de unidades eletrônicas
- Técnico em informática veicular
- Gestor de trendsinnovation
- Profissional de planejamento logístico
- Técnico em eletromecânica
- Condutores de processos robotizados
- Engenheiro de exoesqueletos de propulsão
- Profissional de eletromobilidade
- Mecânico especialista em telemetria
Profissões do futuro na Agricultura
O desempenho do setor agrícola durante a pandemia bateu recordes no país. No primeiro ano da pandemia (2020), a agropecuária apresentou um crescimento de 24,2% em relação ao ano de 2019, participando de quase 30% do PIB total do Brasil. E o setor deve continuar nessa tendência positiva.
Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Logo, a necessidade de novos profissionais com competências digitais surgiu. Segundo o estudo, oito profissões relacionadas a essa área serão as ocupações do futuro.
Dentre as profissões, destacam-se: técnico em agricultura digital, técnico em agronegócio digital e técnico em agronegócio digital.
As demais são:
- Operador de drones
- Agricultor urbano
- Cientista de dados agrícola
- Designer de máquinas agrícolas
- Engenheiro de automação agrícola
Saúde
Se a área da saúde sempre foi crucial para o funcionamento da sociedade, a pandemia evidenciou isso ainda mais. Em meio ao avanço da ciência e a busca de soluções medicamentosas para o combate ao novo coronavírus, a digitalização dos serviços de assistência médica foi acelerada.
Ainda que seja o setor que demanda a menor quantidade de trabalhadores focados na transformação digital, em relação aos outros apresentados no estudo, a tecnologia gera grande impacto no contexto hospitalar.
Ao todo, dentre as 14 profissões do futuro na saúde, estão as ocupações de engenheiro hospitalar, técnico de assistência médica digital e engenheiro de dados da saúde. Confira:
- Médico procedimentalista
- Consultor analítico
- Técnico em telemedicina
- Engenheiro de produção/gestão de leitos
- Gerente de cuidados complexos
- Gestor de qualidade de vida
- Bioinformacionista
- Conselheiro genético
- Cuidador digital
- Geomicrobiologista
- Consultor digital
Todas as profissões apresentadas no estudo possuem déficit de profissionais no mercado de trabalho. No setor de saúde, por exemplo, cerca de 3.500 engenheiros hospitalares serão necessários para 2030; mesmo no curto prazo já há um déficit: enquanto o mercado demanda 700 novos profissionais por ano, apenas 380 são formados em universidades e faculdades.
Esse quadro se estende para os demais setores. Talvez, a chave para a conquista de uma boa oportunidade e desenvolvimento de carreira esteja em uma dessas profissões.
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