Nem os mais fortes sobrevivem em meio a uma tempestade de um pouco mais de quatro meses. O unicórnio — nome dado a empresas avaliadas em mais de R$ 1 bilhão — de logística Loggi não escapou e desligou colaboradores, nesta segunda-feira (8).
As demissões aconteceram, principalmente, nas áreas de design e recursos humanos. O corte foi de 15% do quadro de 3,6 mil funcionários — o que corresponde a 540 pessoas.
A Loggi, fundada em 2013, se tornou um unicórnio em 2019. Mas, a demissão em massa não é um caso inédito na startup. Em março de 2020, a empresa desligou 120 colaboradores, em meio às incertezas no início da pandemia.
Quase um anos depois, em fevereiro de 2021, recebeu um aporte de R$ 1,15 bilhão em rodada série F, liderada pela CapSur Capital e com a participação do Fundo Verde — vale mencionar que a empresa tem entre os seus investidores, o fundo de investimento SoftBank.
A captação foi uma das maiores do ano passado.
Por fim, em maio deste ano, a Loggi fez uma parceria com a Bling, empresa de software, mirando nos pequenos negócios. Desde então, pequenos lojistas podem contratar serviços do unicórnio de logística diretamente pela plataforma.
A empresa realiza 400 mil entregas por dia e atende mais de 3,6 mil municípios.
Em meio às demissões, também houve mudanças na companhia. Fabien Mendez, co-fundador e CEO da Loggi, deixa o cargo para assumir o comando do conselho. Thibaud Lecuyer, atual CFO, deve assumir a cadeira de presidente.
O que diz a Loggi?
O Seu Dinheiro entrou em contato com a empresa, que se pronunciou sobre o ocorrido. Confira a íntegra da nota:
"A Loggi esclarece que a redução de seu quadro de funcionários faz parte de um conjunto de ações de aumento de eficiência operacional tomadas nos últimos seis meses para adaptar a companhia ao novo cenário global e garantir a sustentabilidade do negócio.
A empresa agradece a dedicação das pessoas desligadas hoje e reforça a disponibilização de um pacote de benefícios que contempla ajuda de custo para contratação de plano de saúde para titular e dependentes, assistência psicológica e suporte no processo de recolocação profissional.
A Loggi reitera ainda o seu propósito de transformar negócios conectando o Brasil com uma experiência de entregas simples e inovadora."
Loggi aumenta a estatística
Tudo começou em abril deste ano, quando os unicórnios QuintoAndar e a Loft anunciaram demissões em massa. Naquele momento, os juros já tinham iniciado o ciclo de altas e a guerra da Ucrânia aumentou as incertezas sobre a economia global.
Em seguida, outros desligamentos vieram à tona. Facily, Vtex, Mercado Bitcoin, Kavak e Zenklub foram algumas startups que entraram nas estatísticas dos passaralhos no Brasil.
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Estamos agora em agosto e pouca coisa no cenário macroeconômico melhorou: inflação, taxa básica de juros na casa dos dois dígitos e o conflito entre a Rússia e a Ucrânia segue sem data para acabar.
Na última semana, quase 100 profissionais foram demitidos na startup de marketing digital Escale e na fintech Hash. Ao todo, cerca de 10 startups já realizaram demissões em massa nesse início de segundo semestre, incluindo a Loggi.