A terceira lei de Newton diz que toda ação corresponde a uma reação de igual intensidade, mas que atua no sentido oposto. E é isso que promete o presidente da Rússia, Vladimir Putin, caso a Finlândia ingresse na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Mais cedo, o presidente da Finlândia, Sauli Niinisto, e a primeira-ministra Sanna Marin disseram que o país “deveria se inscrever para ingressar na Otan sem demora”.
Esse é o sinal mais forte até agora de que a Finlândia fará um pedido formal para ingressar na aliança. A adesão seria histórica para o país nórdico, que tem uma política de neutralidade militar há décadas.
A retaliação da Rússia
A Rússia criticou os planos da Finlândia de se inscrever em breve para ingressar na Otan, alegando que seria “forçada” a retaliar se o país neutro se juntar à aliança militar.
Em comunicado nesta quinta-feira (12), o Ministério das Relações Exteriores russo disse que a adesão da Finlândia à Otan é uma mudança radical na política externa do país.
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“A Rússia será forçada a tomar medidas de retaliação, tanto de natureza militar-técnica quanto de outra natureza, a fim de impedir que surjam ameaças à sua segurança nacional”, diz a nota.
Segundo o governo liderado por Vladimir Putin, o objetivo da Otan é convencer países como a Finlândia de que não há outra alternativa à adesão à aliança para continuar se expandindo em direção às fronteiras da Rússia, criando outro flanco para uma ameaça militar.
A relação espinhosa com a Otan
A Otan foi fundada em 1949 pelos EUA, Canadá e várias nações da Europa Ocidental para fornecer segurança coletiva contra o antepassado da Rússia moderna, a União Soviética.
Desde sua fundação, a aliança teve uma relação espinhosa com a União Soviética durante a Guerra Fria e, após seu colapso em 1991, com a Federação Russa.
A Finlândia não aderiu à Otan desde a sua fundação. O país nórdico chegou até a assinar um tratado de paz com a União Soviética, em 1947, e um tratado de amizade, em 1992.
Nos últimos anos, no entanto, a Finlândia e a Suécia — outro país neutro — aproximaram-se da Otan, participando de algumas operações e missões lideradas pela aliança.
Segundo a Rússia, a adesão da Finlândia à Otan violaria acordos anteriores que “estabelecem a obrigação das partes de não entrar em alianças ou participar de coalizões dirigidas contra uma delas”.
*Com informações da CNBC