🔴 [EVENTO GRATUITO] COMPRAR OU VENDER VALE3? INSCREVA-SE AQUI

Carolina Gama
Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.
DEU RUIM!

Powell derruba as bolsas mundo afora ao dar um alerta que o mercado não queria ouvir — veja o recado do presidente do Fed em Jackson Hole

O tão aguardado discurso do chefão do maior banco central do mundo aconteceu depois da divulgação de dados que mostraram que a inflação perdeu força nos EUA e, ainda assim, os investidores não gostaram do que ouviram; entenda por quê

Carolina Gama
26 de agosto de 2022
12:26 - atualizado às 15:38
Montagem de Jerome Powell em cima de um foguete rumo ao planeta chamado juros
Montagem de Jerome Powell em foguete rumo ao planeta juros - Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock / Banco Central da Suíça

Há exatamente um mês, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, dizia o que o mercado queria ouvir: o juro continuaria a subir nos EUA para conter a inflação, no entanto, a tendência era de que o calibre dos aumentos fosse cada vez menor. 

Mas parece que as coisas não caminharam exatamente na velocidade que o banco central norte-americano esperava e, 30 dias depois, o mesmo Powell não conseguiu agradar os investidores — com Wall Street manifestando o descontentamento. 

Powell discursou nesta sexta-feira (26) no simpósio de Jackson Hole — considerado uma espécie de copa do mundo dos BCs. Além de reunir banqueiros centrais do mundo todo, o evento costuma ser palco de importantes declarações de política monetária. Veja um trecho publicado na nossa página do Instagram (e aproveite para nos seguir por lá, basta clicar aqui):

O que Powell disse que o mercado não gostou

A reação negativa de Wall Street não foi pelo que Powell disse, mas como ele falou. O discurso do chefão do Fed foi dominado por um tom hawkish que, no jargão do mercado financeiro, significa um tom inclinado para o aperto monetário. 

“Sem a estabilidade de preços, a economia não funciona para ninguém. Em particular, sem estabilidade de preços, não alcançaremos um período sustentado de fortes condições do mercado de trabalho que beneficiem a todos”, disse Powell logo no começo do discurso.

O presidente do Fed admitiu ainda que restaurar a estabilidade de preços nos EUA levará algum tempo e demandará o uso de ferramentas com força para equilibrar a demanda e a oferta — mantendo a porta aberta para uma nova alta de juro de 0,75 ponto percentual (pp).

“A redução da inflação provavelmente exigirá um período sustentado de crescimento abaixo da tendência. Além disso, muito provavelmente haverá algum abrandamento das condições do mercado de trabalho”, afirmou. 

Powell avisa: a fatura do juro alto vai chegar

Powell afirmou que uma abordagem tão dura, com uma taxa de juro mais alta, vai fazer a inflação desacelerar, mas uma fatura terá que ser paga para isso. 

O crescimento da economia dos EUA vai ser mais lento e as condições do mercado de trabalho devem ser mais brandas, o que, nas palavras do presidente do Fed, “terá um custo para famílias e empresas” norte-americanas. 

“Estes são os custos infelizes de reduzir a inflação. Mas uma falha em restaurar a estabilidade de preços significaria uma dor muito maior”, disse. 

Na avaliação de Powell, a economia dos EUA está claramente desacelerando em relação às taxas de crescimento historicamente altas de 2021 — que refletiram a reabertura da economia após a recessão pandêmica. 

“Embora os dados econômicos mais recentes tenham sido confusos, na minha opinião nossa economia continua a mostrar um forte impulso subjacente”, afirmou. 

Em um tom de morde e assopra, Powell chamou atenção do mercado de trabalho, que é forte, mas está desequilibrado, com a demanda por mão de obra superando substancialmente a oferta de trabalhadores disponíveis. 

Veja também: A Selic não deveria subir mais?

Calma com o andor que o santo é de barro

O cenário pintado por Powell não é exatamente uma novidade. No entanto, o mercado tinha a esperança de que, com dados recentes de inflação, o banco central norte-americano poderia tirar o pé do acelerador do aperto monetário. 

Mas como diz o ditado: “calma com o andor que o santo é de barro”. 

O presidente do Fed deu boas-vindas às leituras mais baixas de inflação de julho, mas lembrou que a melhora em um único mês não dá a confiança que a autoridade monetária precisa para reduzir o ritmo de elevação do juro. 

Mais cedo, o Departamento do Comércio dos EUA informou que o  índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) — o dado preferido do Fed para medir a inflação — recuou 0,1% em julho ante junho, com alta de 6,3% na comparação anual. 

Já o núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, teve alta de 0,1% em julho ante junho, quando analistas previam ganho de 0,2%. Na comparação anual, o PCE subiu 4,6% em julho, ante expectativa de alta de 4,7% dos analistas.

“A inflação está bem acima da meta de 2%, e a alta inflação continuou a se espalhar pela economia. Embora as leituras de inflação mais baixas para julho sejam bem-vindas, a melhora de um único mês fica muito aquém do que o Comitê precisará ver antes de estarmos confiantes de que a inflação está desacelerando”, disse.

Vem mais alta de juro por aí

O Fed iniciou o ciclo de aperto monetário em março deste ano, com uma elevação de 0,25 pp. De lá para cá, a inflação nos EUA atingiu o maior nível em mais de 40 anos e o banco central norte-americano foi obrigado a correr para conter a disparada dos preços. 

Em maio, veio um aumento de 0,50 pp e em junho e julho, altas de 0,75 pp em cada encontro — um movimento que não era visto no país em décadas

Ao que tudo indica, o Fed não vai parar e outra alta de um calibre maior não está descartada. 

“O aumento de julho foi o segundo de 75 pontos base, e eu disse então que outro aumento incomumente grande poderia ser apropriado em nossa próxima reunião”, afirmou Powell. 

Embora tenha dito que a decisão da reunião de setembro dependerá da totalidade dos dados recebidos e da evolução das perspectivas, o presidente do Fed não retirou todas as esperanças sobre o fim do ciclo de aperto monetário. 

“Em algum momento, à medida que a postura da política monetária se tornar ainda mais restritiva, provavelmente será apropriado desacelerar o ritmo dos aumentos”, disse. 

A reação de Wall Street e a opinião dos especialistas

O tom do discurso de Powell em Jackson Hole não caiu bem nos ouvidos de Wall Street. O Dow Jones foi o primeiro a acusar o golpe, perdendo, de cara, 200 pontos. 

Não demorou muito para que o S&P 500 e o Nasdaq descessem a ladeira também, registrando quedas superiores a 2%. Confira a nossa coberta de mercados.

Por volta de 12h20, o Dow Jones caía 1,67%, o S&P 500 recuava 2,03% e o Nasdaq baixava 2,48%. 

Para Étore Sanchez, economista da Ativa Investimentos, Powell sinalizou que o ciclo de aperto monetário nos EUA pode se prolongar. 

“Sem ser muito incisivo, Powell trouxe referências historicamente hawkish entre os ex-presidentes do Fed, a fim de reafirmar o compromisso da autoridade com a estabilidade de preços”, afirmou. 

Sanchez mantém a probabilidade de elevação gradual, com duas altas de 0,50 pp nas próximas reuniões e mais duas de 0,25 pp, conduzindo a taxa de juro nos EUA para o intervalo de 3,75% a 4,00%.

Priscila Alves, especialista em finanças e sócia da BRA, Powell mandou um recado direto ao mercado: "não precifiquem juro menor por causa de um número e nem acreditem que o juro cairá tão cedo quanto o precificado".

"O discurso vai bastante em linha com a opinião de diversos gestores brasileiros que já apostavam a continuidade da alta mais rigorosa de juro nos EUA e vinham alertando que dados recentes ainda não são suficientes para uma mudança de direção da política monetária", afirmou.

Já Nicole Kretzmann, economista-chefe da Upon Global Capital, avalia que a mensagem de Powell foi bem clara na sinalização de que o juro deve ficar em patamar restritivo por um bom tempo e que a taxa não deve ser cortada prematuramente.

"O Fed admitiu que ainda há um longo caminho até a inflação voltar para a meta e que a atividade precisa desacelerar mais a fim de atingir esse objetivo", disse.

Compartilhe

Market Makers

Vale (VALE3) é a mais barata do setor de mineração e sai ganhando com futuro promissor do minério de ferro

19 de abril de 2024 - 13:46

Eu, Matheus Soares, enxergo um grande potencial na commodity independentemente da crise de sua maior exportadora: a China — e a mineradora brasileira sai ganhando com isso

SAIBA MAIS

XP Malls (XPML11) vai pagar o segundo maior dividendo de sua história neste mês; veja quem tem direito a receber

19 de abril de 2024 - 11:54

De acordo com comunicado enviado ao mercado na noite de quinta-feira (18), o XPML11 distribuirá R$ 0,91 por cota neste mês

MERCADO DE CAPITAIS

Boa Safra (SOJA3) supera o “El Niño” da bolsa e capta R$ 300 milhões em oferta de ações

19 de abril de 2024 - 10:17

Apesar do momento de seca da bolsa, a Boa Safra encontrou uma boa demanda para os papéis no mercado; preço por ação saiu a R$ 16,50

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Dólar perde força e fecha abaixo de R$ 5,20; Ibovespa reduz as perdas da semana com “empurrão” de Petrobras (PETR4)

19 de abril de 2024 - 6:50

RESUMO DO DIA: Embora a tempestade que assombrou a semana não tenha se dissipado totalmente, o Ibovespa conseguiu emplacar a segunda alta consecutiva com apoio de Petrobras (PETR4) — que fez o índice reduzir as perdas dos últimos pregões. O Ibovespa fechou com alta de 0,75%, aos 125.124 pontos. Na semana, o recuo foi de […]

DE OLHO NAS REDES

Petrobras (PETR4): e se a melhor e pior notícia que a empresa poderia dar vierem juntas, o que seria das ações? 

18 de abril de 2024 - 13:30

De uns tempos para cá, a Petrobras vem testando os nervos dos investidores. Há alguns dias, rumores de que os saudosos dividendos extraordinários que foram retidos pela companhia finalmente poderiam sair, o que animou o mercado — e fez as ações saltarem.  Mas logo veio um potencial balde de água fria: Aloizio Mercadante poderia assumir […]

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Nova York e Petrobras (PETR4) contaminam Ibovespa, que fecha próximo da estabilidade; dólar tem leve alta a R$ 5,25

18 de abril de 2024 - 6:35

RESUMO DO DIA: Para acertar o alvo, às vezes é preciso mais de uma flecha, ainda que a mira esteja no ponto certo. Mesmo com as incertezas sobre os juros e a questão fiscal no ar, o Ibovespa conseguiu terminar o dia em tom positivo. O principal índice da bolsa brasileira ficou próximo da estabilidade […]

AÇÕES NO SHAPE

Smart Fit (SMFT3) vai virar “monstro”? Banco recomenda compra das ações e vê espaço para rede de academias dobrar de tamanho

17 de abril de 2024 - 15:25

Os analistas do JP Morgan calcularam um preço-alvo de R$ 31 para os papéis da Smart Fit (SMFT3), o que representa um potencial de alta da ordem de 30%

DESTAQUES DA BOLSA

Ozempic que se cuide! Empresa de biotecnologia faz parceria para distribuir caneta do emagrecimento no Brasil e ações disparam quase 40% 

17 de abril de 2024 - 14:03

Com o anúncio, a Biomm conquistou R$ 1,2 bilhão em valor de mercado na B3; a comercialização do similar do Ozempic deve ainda passar pelo crivo da Anvisa

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Vale (VALE3) não é suficiente e Ibovespa fecha em queda na esteira de Nova York; dólar cai a R$ 5,24

17 de abril de 2024 - 6:49

RESUMO DO DIA: O Ibovespa até tentou interromper o ciclo de quedas com o forte avanço do minério de ferro e a prévia do PIB, mas o tom negativo de Nova York falou mais alto e arrastou o principal índice da bolsa brasileira. Com isso, o Ibovespa terminou o pregão em baixa de 0,17%, aos […]

REPORTAGEM ESPECIAL

O fracasso das empresas “sem dono” na B3. Por que o modelo das corporations vai mal na bolsa brasileira

16 de abril de 2024 - 15:54

São vários exemplos e de inúmeros setores de companhias sem uma estrutura de controle que passaram por graves problemas ou simplesmente fracassaram

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar