Deu a louca no Putin: o que acontece se o presidente russo fechar as torneiras do gás para vencer a guerra na Ucrânia?
Nesta semana, Estados Unidos anunciaram a proibição da importação de energia da Rússia, mas dependência extrema não permitiu que os europeus seguissem pelo mesmo caminho

Muito se fala da disparada dos preços do petróleo e seus efeitos na economia global, mas existe outro elemento na guerra entre Rússia e Ucrânia que também está sob fogo cruzado: o gás natural. Com a extrema dependência da Europa, o que acontece se Vladimir Putin fechar as torneiras de vez?
Os riscos do lado da oferta decorrentes da guerra alimentaram uma extrema volatilidade nos mercados globais de commodities, com petróleo, níquel e trigo também subindo ao lado do gás natural nas últimas semanas.
A situação se agravou ainda mais depois que o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, alertou que Moscou poderia interromper suas exportações para a Alemanha e o resto da Europa através do gasoduto Nord Stream 1.
A reação do russo veio depois que a Alemanha decidiu, no mês passado, bloquear a certificação do controverso gasoduto Nord Stream 2, juntamente com a enxurrada de sanções que foram impostas pelas potências ocidentais desde então, com o objetivo de prejudicar a economia russa.
Guerra coloca Europa nas mãos de Putin
No início da semana, os Estados Unidos anunciaram a proibição de todas as importações de petróleo e gás da Rússia, enquanto o Reino Unido sinalizou que eliminará gradualmente as importações até o final do ano.
Os europeus, por sua vez, têm planos de cortar as importações de gás russo em dois terços, mas seu movimento não é tão severo, em grande parte por causa de sua forte dependência da energia vinda da Rússia.
Leia Também
A zona do euro gera cerca de um quarto de sua energia a partir de gás natural, enquanto a Rússia responde por cerca de um terço das importações do bloco.
- IMPORTANTE: liberamos um guia gratuito com tudo que você precisa para declarar o Imposto de Renda 2022; acesse pelo link da bio do nosso Instagram e aproveite para nos seguir. Basta clicar aqui
De acordo com o Goldman Sachs, quaisquer outras interrupções na importação de gás podem, portanto, ter efeitos indiretos significativos na economia e na inflação europeias.
O banco traçou os possíveis cenários no caso de Putin resolver fechar de vez as torneiras do gás para a Europa. Vamos conhecê-los a partir de agora.
Cenário 1: redução no fluxo do gás natural
Em um cenário no qual Putin reduz o fluxo do fornecimento de gás natural, o Goldman Sachs prevê reflexos no crescimento econômico europeu, com a Alemanha entre os países mais prejudicados da região.
“Estimamos que, para 2022, os altos preços do gás poderiam pesar no crescimento do PIB da zona do euro em 0,6 ponto percentual [pp]”, afirmou o economista-chefe do Goldman Sachs para a Europa, Sven Jari Stehn.
Segundo ele, o impacto na Alemanha deve ser ainda maior (-0,9 pp) devido à sua alta dependência do gás russo.
O Goldman Sachs cortou sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para a zona do euro, passando de 3,5% para 2,5% em função do conflito entre Rússia e Ucrânia e seus efeitos sobre a economia da região.
Cenário 2: corte total no fluxo do gás natural
O cenário de escalada da guerra e no qual a Rússia interrompe todas as exportações pode provocar uma desaceleração de 2,2 pp no crescimento do PIB da zona do euro em 2022, com impactos consideráveis na Alemanha (-3,4 pp) e na Itália (-2,6 pp).
Na frente da inflação, o cenário em que os fluxos de gás pela Ucrânia são interrompidos adicionaria 0,7 pp na zona do euro neste ano.
Segundo as previsões do Goldman Sachs, a inflação atingiria o pico de 7,7% em julho na zona do euro e uma média de 6,8% em 2022.
“Se os preços do gás subirem ainda mais devido ao fechamento dos fluxos de gasodutos da Rússia, nossa previsão de inflação pode ser até 1,3 pp maior, com provável repasse também significativo para os preços principais”, disse Stehn.
A perspectiva de novos aumentos nos preços da energia alimentou os temores de um período de estagflação, no qual a economia global é assolada pela disparada da inflação ao lado do lento crescimento econômico e elevados níveis de desemprego.
Veja como os efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia chegou nas commodities e na Petrobras:
*Com informações da CNBC
O mapa da mina: Ibovespa repercute balanço do Banco do Brasil e fusão entre BRF e Marfrig
Bolsas internacionais amanhecem no azul, mas noticiário local ameaça busca do Ibovespa por novos recordes
Ibovespa melhor do que o S&P 500? Por que os gestores seguem vendidos em bolsa americana, segundo pesquisa da Empiricus
O levantamento mostrou que, pelo segundo mês consecutivo, a bolsa brasileira superou a bolsa americana em sentimento positivo dos gestores; descubra as razões
Senado da Itália aprova decreto-lei que dificulta cidadania italiana para brasileiros; quais os próximos passos?
Proposta passou por algumas mudanças, mas mantém o item mais polêmico: o limite geracional dos pedidos de documentação
Trump dá ‘bronca’ em Tim Cook, CEO da Apple, por produção de iPhone fora da China; entenda essa história
Apple tenta mascarar os efeitos das tarifas enquanto procura alternativas para evitar os danos da guerra comercial entre EUA e China
Bank of America muda o preço-alvo para as ações da JBS (JBSS3) após teleconferência de resultados do 1T25; veja o que fazer com os papéis
A reavaliação acontece sob a luz de novos argumentos relacionados à dupla listagem da JBS na bolsa brasileira e americana
O novo normal durou pouco: Ibovespa se debate com balanços, PIB da zona do euro e dados dos EUA
Investidores também monitoram a primeira fala pública do presidente do Fed depois da trégua na guerra comercial de Trump contra a China
Dormir em Paris, acordar nos Alpes: novo trem noturno liga capital francesa a estações de esqui; saiba preços e datas
Partidas começam em dezembro, com pacotes a partir de 800 euros (R$ 5.030) por pessoa
Pelo quarto mês consecutivo, EUA tem queda de movimento na fronteira… do Canadá
Número de turistas regressando dos EUA para o Canadá em abril foi até 35% menor do que o mesmo período em 2024; de acordo com pesquisa, política externa de Trump seria motivo para queda
Após receber jatinho de presente, Trump fecha acordo de US$ 1,2 trilhão com o Catar; Boeing sai ganhando com venda de 210 aeronaves, estimadas em US$ 96 bilhões
Estados Unidos fecham nova série de acordos no Oriente Médio, mas parceria trilionária ganha contornos controversos após presidente receber jatinho de luxo como presente
Regulação das stablecoins trava no Senado dos EUA e Federal Reserve emite novo alerta sobre riscos
Projeto batizado de GENIUS Act travou no Senado em meio a embate entre democratas e republicanos após controvérsias envolvendo Donald Trump, sua família e o mercado cripto
Show de talentos na bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de agenda fraca
Ibovespa acaba de renovar sua máxima histórica em termos nominais e hoje depende do noticiário corporativo para continuar subindo
Planejando uma viagem? Ranking elege as 10 melhores cidades da Europa em 2025; saiba quais são
Ranking considera critérios de habitabilidade, prosperidade e carisma
Trump e o Boeing: por dentro da controvérsia (e da possível aeronave) que família real do Catar ofereceu aos EUA
Segurança, legalidade e carpetes felpudos: o que está por trás da luxuosa e polêmica aeronave que a família real do Catar ofereceu a Donald Trump
Ibovespa dispara quase 3 mil pontos com duplo recorde; dólar cai mais de 1% e fecha no menor patamar em sete meses, a R$ 5,60
A moeda norte-americana recuou 1,32% e terminou a terça-feira (13) cotada a R$ 5,6087, enquanto o Ibovespa subiu 1,74% e encerrou o dia aos 138.963 pontos; minério de ferro avançou na China e CPI dos EUA veio em linha com projetado
Nada de gastança na Petrobras (PETR4): Presidente da estatal fala em enxugar custos diante da queda do preço internacional do petróleo
Em teleconferência de resultados, a CEO Magda Chambriard destacou comprometimento com a austeridade da companhia — mas capex não deve cair
Unidos contra Trump? Lula e Xi aproveitam encontro na China para mandar mensagem aos EUA
Sem mencionar o nome do republicano, o presidente chinês, Xi Jinping, também comentou sobre a política tarifária dos EUA
Um acordo para buscar um acordo: Ibovespa repercute balanço da Petrobras, ata do Copom e inflação nos EUA
Ibovespa não aproveitou ontem a euforia com a trégua na guerra comercial e andou de lado pelo segundo pregão seguido
Depois do incêndio, EUA e China aparecem com baldes d’água: o que está em jogo no cessar-fogo da guerra comercial
A reação brasileira ao armistício tarifário tem sido, no mínimo, peculiar. Se por um lado a trégua parcial afasta o fantasma da recessão global e reacende o apetite por commodities, por outro, uma série de forças contrárias começa a moldar o desempenho do mercado local
Felipe Miranda: O elogio do vira-lata (ou sobre small caps brasileiras)
Hoje, anestesiados por um longo ciclo ruim dos mercados brasileiros, cujo início poderia ser marcado em 2010, e por mais uma década perdida, parecemos nos esquecer das virtudes brasileiras
O prejuízo ficou para trás: Petrobras (PETR4) tem lucro 48,6% maior no 1T25, investe 29% a menos do que no 4T24 e paga R$ 11,72 bilhões em dividendos
Entre janeiro e março, o lucro líquido da estatal subiu para R$ 35,209 bilhões em base anual; as projeções indicavam R$ 28,506 bilhões