🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Flavia Alemi

Flavia Alemi

Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pela FIA. Trabalhou na Agência Estado/Broadcast e na S&P Global Platts.

Mal-estar

Juros e inflação para cima, bolsa para baixo; por que os gestores de fundos ficaram ainda mais pessimistas com Lula

Aumento do teto de gastos por meio da PEC da Transição preocupa, principalmente porque economia está virando

Flavia Alemi
Flavia Alemi
12 de dezembro de 2022
6:30 - atualizado às 8:28
Lula Queda Baixa Mercados Petrobras
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Uma nuvem de pessimismo paira sobre os gestores de fundos. Se, antes das eleições, algumas figuras importantes da Faria Lima já se mostravam resistentes em apoiar o candidato líder das pesquisas, os primeiros sinais do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva praticamente corroboraram os receios.

E, sim, está tudo relacionado à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que tramita no Congresso para aumentar o teto de gastos em cerca de R$ 145 bilhões nos próximos dois anos.

Mas, se de um lado os gestores estão se preparando para um temporal, do outro há economistas tentando encontrar alguma clareira em meio ao céu carregado.

“Eu não vejo chance zero de downgrade de rating. Uma PEC de R$ 200 bilhões sem financiamento vai ter más consequências sobre os mercados de juros, câmbio e ações”, afirmou o gestor Luis Stuhlberger, da Verde, durante o Macro Vision 2022, evento do Itaú BBA.

Essa perspectiva foi corroborada por outros colegas que compuseram um painel com Stuhlberger, o sócio da Ibiuna Rodrigo Azevedo e o CIO da Legacy, Felipe Guerra. De maneira geral, os gestores passaram a esperar por juros ainda mais altos.

Leia mais:

Vale destacar que essa visão não chega a ser um consenso no mercado e está mais restrita aos gestores de fundos de investimento. Essa aparente dicotomia inclusive foi mencionada pelo economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita.

Leia Também

Ex-diretor do Banco Central, Mesquita segue firme na ideia de que os juros vão começar a cair no segundo semestre do ano que vem. Desde que, é claro, o gasto extra-teto da PEC seja mais contido.

Para o economista, é normal que gestores e economistas divirjam num primeiro momento e, depois, entrem em algo mais próximo de um consenso.

“Ao longo do segundo semestre de 2018, o  mercado chegou a embutir uma sequência de alta de taxa de juros que nunca aconteceu. Acaba havendo uma convergência entre gestores e economistas”, afirmou Mesquita.

O que vem por aí

Por mais que o governo atual tenha furado o teto de gastos desde o primeiro ano de mandato e, mais recentemente, com a PEC Kamikaze acomodando benefícios sociais a poucos meses das eleições, a preocupação dos gestores se concentra no que está por vir.

Isto porque tudo indica que, com os juros mais altos cumprindo seu papel de desaquecer a economia, o Produto Interno Bruto (PIB) irá cair e isso se torna um problema para um governo gastador.

Nesse ponto, Mesquita e os gestores concordam, mas as projeções do economista de que o juro deve cair no segundo semestre de 2023 consideram um aumento de gastos da ordem de R$ 100 bilhões. E, segundo Mesquita, se a proposta que for aprovada chegar até R$ 130 bilhões, o cenário não muda muito.

Vale lembrar que a proposta aprovada pelos senadores foi de R$ 145 bilhões, mas pode sofrer alguma desidratação na Câmara dos Deputados.

Para Azevedo, da Ibiuna, o BC pode esperar um pouco para subir os juros, uma vez que hoje a Selic está num patamar alto e a inflação desacelerando.

Cenário externo não ajuda

Na lista de indícios que reforçam a tese propensa a aumento de juros dos gestores está, também, um mau momento vivido pela economia global. Se no primeiro mandato de Lula houve uma grande ajuda externa, desta vez não será possível contar com isso.

Guerra, da Legacy, ressaltou que os Estados Unidos e a Europa estão caminhando para uma recessão e, ao mesmo tempo, disse ter dificuldade de acreditar que a China terá um crescimento espetacular.

“O ambiente já seria super complicado para o Brasil. A gente tem mudança de governo, de política econômica clara. Em consequência disso, tá muito claro para a gente que vai ter ambiente de mais juros, com mais inflação”, afirmou o gestor da Legacy.

Como fica a carteira

No que se refere às classes de ativos, os gestores são categóricos ao recomendar que se evite comprar ações.

“O Brasil vai voltar para aquele modelo: operar juros e câmbio e deixar bolsa guardadinha”, afirmou Azevedo.

Guerra, por sua vez, já havia avisado em outras ocasiões que está operando vendido em bolsa, tanto no Brasil quanto no exterior. Ele detalhou isso no Market Makers da semana passada.

Em meio a tanto pessimismo, os gestores estão adotando posições de proteção. Stuhlberger destacou que o fundo está “bem baixo” em ações brasileiras neste ano e que não tem ações fora do Brasil. 

“Nosso zero balance é um pouco de ações e muito de renda fixa no Brasil”, afirmou. 

Dentre os papéis da bolsa brasileira, ele destacou empresas que “não dependem muito do PIB”, como Energisa e Equatorial. Na renda fixa, o gestor do Verde disse ter posição comprada em inflação para 2035.

Azevedo, da Ibiuna, acredita que o Brasil será um “mercado de trade, não de alocação”, o que significa que há oportunidades pontuais e não generalizadas.

“O viés é achar que não é na bolsa que você vai fazer dinheiro”, ressaltou.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
FERIADÃO À VISTA

Como fica a rotina no Dia do Trabalhador? Veja o que abre e fecha nos dias 1º e 2 de maio

30 de abril de 2025 - 7:30

Bancos, bolsa, Correios, INSS e transporte público terão funcionamento alterado no feriado, mas muitos não devem emendar; veja o que muda

SD ENTREVISTA

Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China

30 de abril de 2025 - 5:52

Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump

DIÁRIO DOS 100 DIAS

Donald Trump: um breve balanço do caos

29 de abril de 2025 - 21:00

Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso

DERRETENDO

Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?

29 de abril de 2025 - 17:09

Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado

DIA 7 A SELIC SOBE

Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana

29 de abril de 2025 - 15:26

Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

CHINA NO VOLANTE

Salão de Xangai 2025: BYD, elétricos e a onda chinesa que pode transformar o mercado brasileiro

29 de abril de 2025 - 8:16

O mundo observa o que as marcas chinesas trazem de novidades, enquanto o Brasil espera novas marcas

Insights Assimétricos

Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide

29 de abril de 2025 - 6:06

Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.

VAI PAUSAR OU AUMENTAR?

Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste

28 de abril de 2025 - 14:02

Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços

28 de abril de 2025 - 8:06

Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior

28 de abril de 2025 - 7:03

Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio

ABRINDO OS TRABALHOS

Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos

28 de abril de 2025 - 6:05

Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central 

CALENDÁRIO ECONÔMICO

Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado

27 de abril de 2025 - 17:12

Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA

conteúdo EQI

FI-Infras apanham na bolsa, mas ainda podem render acima da Selic e estão baratos agora, segundo especialistas; entenda

26 de abril de 2025 - 12:00

A queda no preço dos FI-Infras pode ser uma oportunidade para investidor comprar ativos baratos e, depois, buscar lucros com a valorização; entenda

DEPOIS DO BALANÇO DO 1T25

Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%

25 de abril de 2025 - 13:14

Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa

JÁ PODE PEDIR MÚSICA

Fernando Collor torna-se o terceiro ex-presidente brasileiro a ser preso — mas o motivo não tem nada a ver com o que levou ao seu impeachment

25 de abril de 2025 - 11:01

Apesar de Collor ter entrado para a história com a sua saída da presidência nos anos 90, a prisão está relacionada a um outro julgamento histórico no Brasil, que também colocou outros dois ex-presidentes atrás das grades

RUMO AOS EUA

JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas

25 de abril de 2025 - 10:54

Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados

DE OLHO NA VIRADA

Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado

25 de abril de 2025 - 10:27

Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale

25 de abril de 2025 - 8:23

Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal

VIVENDO O HYGGE

O turismo de luxo na Escandinávia é diferente; hotéis cinco-estrelas e ostentação saem do roteiro

25 de abril de 2025 - 8:02

O verdadeiro luxo em uma viagem para a região escandinava está em praticar o slow travel

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar