Investidores estrangeiros têm menos medo de Lula do que de Bolsonaro
A avaliação foi feita pelo sócio-fundador da Upon Global Capital, Tiago Melzer, durante o episódio #17 do Market Makers

Na reta final para o segundo turno das eleições presidenciais, a impressão dos investidores estrangeiros é de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) provoca menos temor do que o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).
A avaliação foi feita pelo sócio-fundador da Upon Global Capital, Tiago Melzer, durante o episódio #17 do Market Makers. Ao lado de Andrew Reider, diretor de investimentos da WHG, Melzer contou ao apresentador Renato Santiago um pouco sobre o que pensam os grngos que investem no Brasil.
Santiago, aliás, apresentou o Market Makers desta semana sem Thiago Salomão, que teve de resolver problemas de ordem pessoal. Sua cadeira foi ocupada por Samuel Ponsoni, ex-analista de fundos na XP Investimentos que está num período sabático.
“O gringo tem uma memória muscular bastante grande de ter ganhado dinheiro com Lula. Assim, eles se sentem tranquilos investindo no Brasil, têm menos temor do Lula do que de uma continuidade do Bolsonaro”, disse Melzer.
Os convidados chamaram atenção para o fato de que no mercado financeiro local, a avaliação é justamente a oposta.
“A média do mercado financeiro local acha que com o Bolsonaro vai ser feito menos besteira do que com o Lula, eventualmente”, afirmou Ponsoni.
Leia Também
Você pode conferir o episódio na íntegra logo abaixo:
Mercado externo
Como Melzer e Reider são gestores especializados em estratégias globais, aproveitaram para avaliar a situação dos mercados no exterior.
A elevação dos juros nos Estados Unidos faz Melzer acreditar que o Federal Reserve terá de tirar o pé do acelerador nos próximos meses.
“Porque esse custo de ficar carregando a dívida nesses níveis novos de juros vai ser extremamente alto. Querendo ou não, o juro real nos Estados Unidos está em 1,5%”, disse.
Juro real, vale lembrar, é a diferença entre o juro nominal (a faixa definida pelo Fed) e a inflação.
Dessa forma, Melzer avalia que o juro real nos EUA deve cair, mas não por causa do juro nominal, mas sim porque o Fed vai precisar aprender a viver com um cenário de inflação mais alto.
Também dá para assistir ao podcast no YouTube:
Mais Market Makers:
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Desaprovação a Lula cai para 50,1%, mas é o suficiente para vencer Bolsonaro ou Tarcísio? Atlas Intel responde
Os dados de abril são os primeiros da série temporal que mostra uma reversão na tendência de alta na desaprovação e queda na aprovação que vinha sendo registrada desde abril de 2024
Fernando Collor torna-se o terceiro ex-presidente brasileiro a ser preso — mas o motivo não tem nada a ver com o que levou ao seu impeachment
Apesar de Collor ter entrado para a história com a sua saída da presidência nos anos 90, a prisão está relacionada a um outro julgamento histórico no Brasil, que também colocou outros dois ex-presidentes atrás das grades
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
A tarifa como arma, a recessão como colateral: o preço da guerra comercial de Trump
Em meio a sinais de que a Casa Branca pode aliviar o tom na guerra comercial com a China, os mercados dos EUA fecharam em alta. O alívio, no entanto, contrasta com o alerta do FMI, que cortou a projeção de crescimento americano e elevou o risco de recessão — efeito colateral da política tarifária errática de Trump.
Rodolfo Amstalden: Seu frouxo, eu mando te demitir, mas nunca falei nada disso
Ameaçar Jerome Powell de demissão e chamá-lo de frouxo (“a major loser”), pressionando pela queda da taxa básica, só tende a corromper o dólar e alimentar os juros de longo prazo
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
Trump x Powell: uma briga muito além do corte de juros
O presidente norte-americano seguiu na campanha de pressão sobre Jerome Powell e o Federal Reserve e voltou a derrubar os mercados norte-americanos nesta segunda-feira (21)
Bitcoin (BTC) em alta: criptomoeda vai na contramão dos ativos de risco e atinge o maior valor em semanas
Ambiente de juros mais baixos costuma favorecer os ativos digitais, mas não é só isso que mexe com o setor nesta segunda-feira (21)
A bolsa de Nova York sangra: Dow Jones cai quase 1 mil pontos e S&P 500 e Nasdaq recuam mais de 2%; saiba o que derrubou Wall Street
No mercado de câmbio, o dólar perde força com relação a outras moedas, atingindo o menor nível desde março de 2022
Agenda econômica: é dada a largada dos balanços do 1T25; CMN, IPCA-15, Livro Bege e FMI também agitam o mercado
Semana pós-feriadão traz agenda carregada, com direito a balanço da Vale (VALE3), prévia da inflação brasileira e reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN)
Lula é reprovado por 59% e aprovado por 37% dos paulistas, aponta pesquisa Futura Inteligência
A condição econômica do país é vista como péssima para a maioria dos eleitores de São Paulo (65,1%), com destaque pouco satisfatório para o combate à alta dos preços e a criação de empregos
Powell na mira de Trump: ameaça de demissão preocupa analistas, mas saída do presidente do Fed pode ser mais difícil do que o republicano imagina
As ameaças de Donald Trump contra Jerome Powell adicionam pressão ao mercado, mas a demissão do presidente do Fed pode levar a uma longa batalha judicial
Você está demitido: Donald Trump segue empenhado na justa causa de Jerome Powell
Diferente do reality “O Aprendiz”, o republicano vai precisar de um esforço adicional para remover o presidente do Fed do cargo antes do fim do mandato
Show de ofensas: a pressão total de Donald Trump sobre o Fed e Jerome Powell
“Terrível”, “devagar” e “muito político” foram algumas das críticas que o presidente norte-americano fez ao chefe do banco central, que ele mesmo escolheu, em defesa do corte de juros imediato
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Por essa nem o Fed esperava: Powell diz pela primeira vez o que pode acontecer com os EUA após tarifas de Trump
O presidente do banco central norte-americano reconheceu que foi pego de surpresa com o tarifaço do republicano e admitiu que ninguém sabe lidar com uma guerra comercial desse calibre