A grande onda de demissões chegou ao Brasil; por que as pessoas estão deixando seus empregos e quando é a hora de pedir demissão?
Mais de 600 mil brasileiros pediram demissão, em fevereiro, de forma voluntária. O fenômeno tem ocorrido em vários países ao redor do mundo
O fenômeno da “grande demissão”, conhecida também como “grande renúncia”, tem assolado os EUA nos últimos meses. Desde setembro do ano passado, o número de americanos que se demitem do emprego tem atingido recordes históricos. E o Brasil está seguindo a tendência.
No último mês de março, cerca de 4,5 milhões de americanos saíram ou trocaram os seus empregos. Entre os brasileiros não foi diferente: mais de 600 mil trabalhadores pediram as contas, segundo o Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged), do IBGE.
No comparativo com março do ano anterior, a taxa de demissão voluntária aumentou 37%, quando foram registradas mais de 437 mil desligamentos a pedido do próprio trabalhador, de acordo com o levantamento da LCA Consultores, com base nos dados do Caged.
A onda de demissões também acontece em outros países como China, Índia, Reino Unido, Alemanha e França. Uma das explicações para a “grande resignação” é a mudança nas relações de trabalho durante a pandemia, como a adoção do modelo remoto e híbrido — em que os trabalhadores querem permanecer.
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Aqui no Brasil, esse fenômeno acontece em um cenário de desemprego ainda alto, mas em queda. A taxa atingiu 11,1% no primeiro trimestre de 2022, de acordo com dados do IBGE, abaixo do patamar acima de 14% atingido no auge da pandemia.
A diferença entre os trabalhadores que pedem demissão no Brasil e nos EUA está no nível de escolaridade: brasileiros com mais anos de estudo são os profissionais que saem dos empregos voluntariamente, ao contrário do que acontece entre os americanos, aponta o levantamento da Blue Management Institute (BMI), consultoria organizacional.
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“Grande demissão” no Brasil
A onda de demissões tem aumentado mês a mês. Em janeiro, 554.191 trabalhadores pediram para sair dos seus empregos, segundo o Caged. No mês seguinte, em fevereiro, foram mais de 560 mil e em março, cerca de 600 mil profissionais que se desligaram das empresas.
E esse movimento tende a crescer. Cerca de 52% dos diretores de recursos humanos de grandes companhias afirmam que há um movimento de demissões voluntárias em ascensão. E, para 36% dos gestores, isso deve se acentuar com a retomada do modelo presencial.
Por fim, 75% dos entrevistados afirmam que os profissionais que abandonam seus empregos, buscam por realização pessoal em outra atividade e desejam maior flexibilidade no trabalho
Os dados são do levantamento da Blue Management Institute (BMI). A consultoria entrevistou 48 líderes de empresas com receita anual acima de R$ 1 bilhão, na segunda quinzena de março.
Motivos para a demissão
O levantamento da BMI também traz alguns motivos para a onda de demissões no Brasil. Ao contrário do que acontece no restante do mundo, os brasileiros com mais escolaridade são os adeptos ao fenômeno.
Uma das explicações para isso é, justamente, a alta taxa de desemprego. A população sem instrução é a mais afetada pela taxa de desocupação, com uma piora de 38% em uma década, segundo o relatório.
Os mais instruídos também tiveram significativas perdas, tanto de remuneração quanto de emprego. Contudo, eles ainda são os melhores remunerados, o que possibilita uma mudança de emprego mesmo em tempos de escassez.
De acordo com o levantamento, mais da metade dos profissionais que têm melhor condição financeira - o que corresponde a cerca de 54,2% dos entrevistados - passaram a priorizar, no contexto da pandemia, o modelo de trabalho híbrido.
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O segundo motivo para a demissão voluntária é a fuga de uma cultura corporativa tóxica, com ausência de promoção de diversidade, equidade ou inclusão (52,1%) e o terceiro é a disputa por profissionais mais qualificados no mercado de trabalho (50%), principalmente da área de tecnologia.
Ou seja, em geral, os profissionais que querem ou abandonam seus empregos não buscam por um salário maior - somente 16,7% querem uma promoção salarial - , mas por maior flexibilidade entre o trabalho remoto e o presencial.
“Acredito que seja uma junção de atividade com maior realização profissional, maior flexibilidade com um pacote de remuneração atraente”, afirma um dos entrevistados na pesquisa.
Qual é o momento de pedir demissão?
“Existem vários momentos para se pedir demissão”, afirma a psicóloga e especialista em carreira, Silvia Zoffmann. Ela explica, ao menos, quatro situações que demonstram qual é a hora de pedir demissão. São eles:
- O trabalho desempenhado não é mais reconhecido: “Você não é mais um profissional reconhecido e que se reconhece dentro daquela estrutura, equipe ou atividade”;
- A pessoa deixa de aprender ou o trabalho consome tanto que a habilidade de aprender é perdida
- Não há mais para onde crescer: “não existem perspectivas de se expandir dentro daquela estrutura (organizacional);
- O estresse não compensa a atividade exercida: “o trabalho te consome mais do que te dá, em contrapartida”.
Mas, a decisão de sair do emprego não pode ser de uma hora para outra. O profissional precisa avaliar alguns pontos importantes para que a atitude não traga problemas ainda maiores.
“O profissional precisa saber qual é o fôlego financeiro, sem tem empregabilidade e condições de recolocação na carreira, quais são as possibilidades do mercado, bem como onde estão os profissionais concorrentes”, pontua Zoffmann.
Do lado financeiro, quem pensa em se livrar do patrão deveria contar com uma reserva de emergência — no valor equivalente a pelo menos seis salários. Nesta matéria nós contamos algumas opções para investir esse dinheiro.
Para ela, manter uma boa rede de contatos e acompanhar as tendências da área deve ser uma iniciativa de quem deseja sair do emprego de forma voluntária. “A atualização profissional e desenvolver as principais habilidades são as principais ferramentas de recolocação.”
*Com informações de Washington Post
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