Colocando ordem na casa: CVM lança parecer sobre criptomoedas com foco em definir criptoativos mobiliários e ‘boas práticas’ no mercado; confira
O colegiado destaca a atenção internacional sobre o mercado de criptoativos e preferiu se posicionar o quanto antes

Mesmo sem uma legislação específica que regule o mercado, o Brasil desponta internacionalmente como um país amigável às criptomoedas e aos criptoativos. Agora o xerife do mercado brasileiro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também entrou na jogada para colocar alguma ordem em ativos digitais.
Enquanto o Congresso luta contra a maré antes das eleições, órgãos autônomos como o Banco Central e a CVM atuam para tentar colocar ordem em um mercado que só cresce no Brasil.
Assim, a documentação apresentada pela CVM traz a definição do que é um criptoativo e em que situações ele pode ser considerado um valor mobiliário. Em linhas gerais, a Comissão deu pouca atenção para como irá sancionar o mercado e mais para “boas práticas” de um universo crescente.
O colegiado destaca que a atenção internacional sobre o mercado de criptoativos vem crescendo — como a própria OCDE publicou um documento sobre criptomoedas recentemente — e preferiu se posicionar o quanto antes.
Confira a seguir os principais pontos do parecer da CVM:
Quem é quem no mercado de criptoativos
Segundo o parecer, a CVM reconhece três classes principais de ativos:
Leia Também
- Token de Pagamento (cryptocurrency ou payment token): busca replicar as funções de moeda, notadamente de unidade de conta, meio de troca e reserva de valor;
- Token de Utilidade (utility token): utilizado para adquirir ou acessar determinados produtos ou serviços;
- Token referenciado a Ativo (asset-backed token): representa um ou mais ativos, tangíveis ou intangíveis. São exemplos os “security tokens”, as stablecoins, os non-fungible tokens (NFTs) e os demais ativos objeto de operações de “tokenização”.
Diversas moedas se enquadram em mais de uma categoria e a Comissão leva isso em conta na publicação.
“As categorias citadas acima não são exclusivas ou estanques, de modo que um único criptoativo pode se enquadrar em uma ou mais categorias, a depender das funções que desempenha e dos direitos a ele associados”, destaca o texto.
O token como valor mobiliário
Mas a CVM lida diretamente com valores mobiliários, ou seja, aqueles em que o investidor coloca seu dinheiro à espera de um retorno. Na definição do próprio órgão:
“[...] são valores mobiliários, quando ofertados publicamente, quaisquer títulos ou contratos de investimento coletivo que gerem direito de participação, de parceria ou remuneração, inclusive resultante da prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros”
Dessa forma, a CVM entende que o token referenciado ao ativo é o que mais se aproxima de um valor mobiliário e, portanto, dá destaque a essa classe.
Entretanto, o órgão informa, por fim, que não fará uma determinação abrangente e analisará caso a caso quando entender que se trata de sua área de atuação.
Métodos de controle da CVM
Ainda que o órgão não queria se comportar como um “grande xerife geral” desse mercado, a CVM pode se valer do mecanismo de alertas de suspensão — também chamados de Stop Orders — quando suspeitar da ocorrência de crimes.
“Processos administrativos sancionadores”, notificações ao Ministério Público Federal (MPF) ou Estadual (MPE) e à Polícia Federal (PF), também serão mecanismos eventualmente utilizados para manter a regularização do mercado.
Transparência de negociação de criptoativos
Nesse ponto, a CVM tem o mesmo entendimento do Banco Central sobre o mercado de criptomoedas. A valorização da transparência e respeito às regras já estabelecidas no mercado tradicional também devem se aplicar ao novo universo.
Parte das corretoras de criptomoedas (exchanges) no Brasil já seguem alguns protocolos de proteção de dados, que dão mais transparência aos negócios.
A própria união dessas empresas em torno da ABCripto foi um mecanismo encontrado para proteger o investidor e já antecipar um calendário de boas práticas, visando garantir a confiança do usuário em um mercado tão novo.
Colocados em uma caixa de vidro
Assim sendo, o órgão entende que não cabe ao colegiado fazer julgamento de mérito da oportunidade proposta pelo investimento, mas normas já vigentes devem ser respeitadas quando for observado que se trata de um valor mobiliário.
Entre elas, o destaque vai para o “registro e a prestação de informações periódicas e eventuais dos emissores de valores mobiliários admitidos à negociação em mercados regulamentados de valores mobiliários”.
Falando sobre exchanges…
Existe um debate internacional sobre os papéis das exchanges na negociação de criptomoedas. O entendimento de autoridades da Europa e Estados Unidos é de que essas corretoras são equivalentes às bolsas de ações.
Para CVM, no entanto, esse conceito é mais abrangente. O órgão trata de “intermediadores” e emissores de tokens, sempre destacando que a transparência deve ser o norte para qualquer um.
“A realização de ofertas ou intermediação de criptoativos deve levar em consideração as eventuais repercussões dessa atividade e o seu enquadramento nas normas vigentes aplicáveis”, afirma o texto.
Leia aqui a íntegra do parecer 40 da CVM.
Como uma atualização na rede do ethereum (ETH) fez disparar o roubo de tokens por meio de ‘phishing’
Golpistas roubaram mais de US$ 12 milhões da rede do ethereum por meio de esquemas de phishing em agosto, um aumento de 72% em relação a julho
Cruz da Morte: o que é o padrão que ameaça distanciar ainda mais o bitcoin (BTC) da busca por novos recordes
Pouco mais de duas semanas depois de atingir sua máxima histórica, bitcoin (BTC) agora acumula queda de mais de 10%
Hackers internacionais roubam US$ 28 milhões em dinheiro e criptomoedas na Coreia do Sul — até Jungkook, do BTS, entrou na mira
Rede de hackers desviou US$ 28 milhões em dinheiro e criptomoedas de investidores, celebridades e executivos na Coreia do Sul
Economista brasileiro lança robô que ‘vasculha’ o mercado em busca de criptomoedas com potencial de explodir; veja
Ferramenta desenvolvida por Valter Rebelo, economista do Insper, busca identificar ativos com potencial de multiplicar investimentos
Conheça a Cronos (CRO), criptomoeda que chegou a disparar mais de 40% após aquisição bilionária do Trump Media Group
A Crypto.com, desenvolvedora da CRO, é uma das principais parceiras de cripto da administração Trump
Grupo de mídia da família Trump fecha acordo de US$ 6,4 bilhões com empresa de criptomoedas
O movimento aprofunda os laços entre os negócios do presidente dos Estados Unidos e a indústria de criptoativos
Entre cortes de juros e barulhos de Brasília: por que o desafio brasileiro não dá trégua
Crescem os sinais de que os juros podem começar a cair por aqui, porém o cenário brasileiro não se resume apenas à inflação e à atividade econômica, contando com outros obstáculos
Ethereum (ETH) supera bitcoin (BTC) com máximas históricas. O que impulsionou a segunda criptomoeda mais valiosa do mundo?
Depois de um começo de ano difícil em 2025, o ethereum recuperou as perdas no último final de semana
Ele passou 5 anos em fuga sob suspeita de roubar R$ 70 milhões em criptomoedas — e acabou na cadeia por causa de uma bituca de cigarro
Suspeito teria lesado cerca de 1.300 pessoas em fraude com criptomoedas contra investidores na Coreia do Sul
Criptomoedas sobrevivem à ata do Fed e ganho passa de 10%; taxa de juros nos EUA é o nome do jogo
Com o Fed dividido e Congresso dos EUA de olho na regulação do setor, criptomoedas reagem a falas de dirigentes e ganham fôlego antes do decisivo encontro de Jackson Hole
Bitcoin (BTC) em correção e criptomoedas em queda: por que as falas de Powell em Jackson Hole podem mexer com o mercado
Expectativas sobre juros nos Estados Unidos aumentam a tensão no mercado de ativos digitais, por isso, investidores aguardam sinais decisivos no encontro desta semana
Bitcoin (BTC) bate novo recorde e contagia o mercado cripto em agosto; Ethereum também brilha
Alta dos juros, cenário regulatório e entrada de grandes investidores explicam a disparada do Bitcoin do mundo; Ethereum também brilha e impulsiona o setor
A visão do BC de Galípolo para piloto do Drex, que será lançado em 2026
O Banco Central confirma a mudança de rumo e abandona o blockchain para lançar, no ano que vem, uma versão focada em destravar garantias em operações de créditos entre instituições financeiras
Bitcoin (BTC) atinge recorde, mas altcoins roubam a cena; mercado de criptomoedas alcança US$ 4,2 trilhões
Bitcoin alcança a nova máxima histórica, mas são as altcoins como o ethereum e a solana lideram as altas desta quarta-feira (13)
Itaú (ITUB4) expande sua oferta de altcoins e adiciona 5 novas criptomoedas ao seu app
Aave (AAVE), Avalanche (AVAX), Chainlink (LINK), Polygon (POL) e Litecoin (LTC) entram na lista do banco, que ampliou de duas para dez opções de criptomoedas em 2025
Bitcoin (BTC) encosta nos US$ 122 mil: novos recordes à espreita ou o retorno da volatilidade ao mercado?
Alta recente do BTC reflete otimismo com cortes de juros nos EUA, mas avanço da volatilidade e dados de inflação prometem testar o fôlego do mercado
Trump toca e o mercado dança: bitcoin (BTC) volta aos US$ 117 mil e impulsiona altas de quase 10%
Decreto do republicano abre caminho para a inclusão de criptomoedas nos planos de aposentadoria 401(k); medida mira mercado trilionário e anima investidores
Tempestade macroeconômica: sem corte de juros e com tarifas, bitcoin (BTC) cai para US$ 113 mil e arrasta outras criptos
Com cenário macro ainda adverso nos EUA, os ativos digitais seguem pressionados enquanto o mercado busca gatilhos positivos em meio a tarifas e sinais de desaceleração econômica
Nem o céu nem o inferno: Bitcoin (BTC) e outros tokens cambaleiam após decisão do Fed e relatório que promete “Era de Ouro” das criptomoedas
Com juros mantidos nos EUA e sinalizações mistas de Washington, criptomoedas operam no vermelho, ainda que com volatilidade reduzida
Empresa de vape aposta em modelo de negócio da Strategy e entra no jogo das ‘crypto treasury’
Negociada na Nasdaq sob o ticker “VAPE”, a CEA Industries levantou US$ 1,25 bilhão para montar a maior tesouraria corporativa em BNB no mundo