Coinbase (COIN) derrete 23% nesta manhã e queda chega a 77% em 2022; o que está fazendo uma das maiores corretoras cripto desabar?
O novo capítulo do romance trágico da exchange de criptomoedas é o balanço fraco do primeiro trimestre, que veio abaixo das projeções dos analistas
O mercado de criptomoedas está passando por uma verdadeira maré vermelha nos últimos dias. Mas não só os ativos digitais estão inclusos nisso. Imagine uma empresa de tecnologia, já sensível à alta dos juros, que mexe com ativos voláteis como o bitcoin. É a situação ideal para o negócio afundar como uma âncora, e a Coinbase (Nasdaq: COIN) está passando justamente por isso.
A queda do setor tech aliada à baixa das criptomoedas atingiu em cheio uma das maiores corretoras cripto dos Estados Unidos, e a ação perdeu mais de 70% do seu valor desde o fim de março.
Só durante a manhã desta quarta-feira (11), os papéis COIN despencaram mais de 23,75% na bolsa de tecnologia norte-americana Nasdaq, cotados a US$ 55,65 por volta de 12h.
Considerando o acumulado do ano, a queda chega a 77,9%.
A série de terror da Coinbase
Para explicar o abismo que atingiu as ações da Coinbase, é preciso entender a série de desastres que a gigante das criptomoedas dos EUA teve que lidar em maio — e que não parece ter um fim tão próximo.
Primeiro, a norte-americana teve que abrir mão da tentativa de comprar a 2TM, dona do Mercado Bitcoin. Depois, o lançamento de seu mercado de NFTs ao público não atraiu usuários.
Agora, no mais novo capítulo da saga de terror, as ações estão derretendo depois que a empresa divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2022. Vamos começar por aqui.
A queda da Coinbase após o balanço
A corretora divulgou ontem o resultado trimestral, com números abaixo do esperado pelos analistas e que não agradaram nem um pouco o mercado.
A norte-americana teve um prejuízo líquido de US$ 430 milhões entre janeiro e março, revertendo o lucro de US$ 840 milhões reportado no último trimestre do ano passado.
A receita do período somou US$ 1,17 bilhão, contra uma projeção de US$ 1,48 bilhão segundo os analistas consultados pela Refinitiv.
Já o volume negociado chegou a US$ 309 bilhões, abaixo das estimativas de US$ 331,2 bilhões para o período e menor que os US$ 547 bilhões registrados no quarto trimestre de 2021.
Os usuários de transações mensais de varejo foi de 9,2 milhões nos três primeiros meses deste ano, também inferior às projeções de 9,9 milhões dos analistas e ao total de 11,4 milhões no trimestre anterior.
“Acreditamos que essas condições de mercado não são permanentes e continuamos focados no longo prazo”, disse a empresa em carta aos acionistas.
Fracasso do mercado de NFTs?
A Coinbase (COIN) ainda passa por dificuldades em relação ao seu marketplace de NFTs (tokens não fungíveis, em português), o Coinbase NFT.
A princípio, a corretora permitiu o acesso à lista de espera da plataforma apenas para um número seleto de pessoas nas últimas semanas.
Porém, quando a versão beta do mercado de tokens finalmente foi aberta ao público em 4 de maio, poucos usuários decidiram se cadastrar no site.
Na estreia, o Coinbase NFT registrou menos de 150 novos usuários em sua plataforma, de acordo com dados da Dune Analytics, e teve um volume de negociação de aproximadamente US$ 75 mil ethers (ETH) negociados.
Coinbase volta atrás na compra do Mercado Bitcoin
Outra situação que impactou a Coinbase foi a negociação da 2TM, a dona do Mercado Bitcoin e de outras plataformas.
O acordo para a fusão da gigante das criptomoedas e a brasileira 2TM não rendeu frutos, e a norte-americana decidiu voltar atrás na compra do negócio.
A conclusão da fusão estava marcada para acontecer no fim de abril, de acordo com os anúncios iniciais em março de 2022.
Os motivos da desistência? As companhias não conseguiram se entender sobre o critério utilizado para o valuation da 2TM.
Além disso, parte do pagamento para a 2TM poderia ser feita com ações da Coinbase, mas o desempenho dos papéis COIN têm desapontado em 2022.
Após o halving, um protocolo ‘surge’ para revolucionar o bitcoin (BTC): entenda o impacto do protocolo Runes
Sim, o halving aconteceu, mas não é essa atualização que vamos falar hoje, mas sim uma atualização que mudou a história da rede
Após halving, bitcoin (BTC) sobe e toca US$ 66 mil, mas ainda não mostrou “tudo” para 2024
Os analistas da Kaiko, empresa especializada em research de criptomoedas, enxergam que o “efeito halving” deve acontecer dentro de alguns meses
Halving do bitcoin (BTC) aconteceu! Mas… E agora? Veja o que analistas esperam da criptomoeda agora que emissão foi cortada
Nesta sexta-feira (19), o evento aconteceu mais uma vez. A recompensa dos mineradores por bloco de bitcoin caiu pela metade — de 6,25 BTCs para 3,125 BTCs
Recuo antes do tsunami: bitcoin (BTC) se aproxima dos US$ 60 mil antes do evento que pode fazer criptomoeda disparar 150%
As atenções se voltam para o halving, quando a recompensa pela mineração da criptomoeda cai pela metade
O que a guerra no Oriente Médio significa para o bitcoin (BTC)? E quais criptoativos devem se sair bem logo após o halving?
O susto da guerra foi um gatilho de volatilidade que fez com que os preços do bitcoin e das altcoins corrigissem com força. Mas isso abriu uma oportunidade de compra
Bitcoin (BTC) cai e atinge menor nível em quase um mês — mesmo depois de uma ótima notícia para o mercado de criptomoedas
A maior moeda digital do planeta é um ativo sensível às variações macroeconômicas e as tensões internacionais não facilitam
Bitcoin (BTC) despenca: aumento da tensão no Oriente Médio cria ‘flash crash’ no mercado de criptomoedas; entenda
Depois do avanço de drones e mísseis balísticos sobre o território israelense, o mercado de criptomoedas reduziu a queda, mas segue pressionado
Por que o bitcoin (BTC) zerou os ganhos da semana faltando menos de 7 dias para o halving? Criptomoedas caem até 13% no período
Nos últimos dias, o mercado financeiro tradicional avaliou que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) só deve cortar os juros do país em setembro
Briga entre Elon Musk e Alexandre de Moraes faz criptomoeda disparar mais de 9.500% em menos de uma semana
A moeda-meme foi criada por internautas no último domingo (7) — e já se valorizou 9.550% em três dias de lançamento
Menos de dez dias para o halving do bitcoin (BTC): depois de impulsionar, ETFs estabilizam criptomoedas; até onde os preços vão agora?
Em 2016 e 2020, por exemplo, quando ocorreram os últimos dois halvings, o preço do BTC subiu 123,80% e 304,10% respectivamente
Leia Também
Mais lidas
-
1
Ficou mais difícil investir em LCI e LCA após mudanças nas regras? Veja que outras opções você encontra no mercado
-
2
Após o halving, um protocolo 'surge' para revolucionar o bitcoin (BTC): entenda o impacto do protocolo Runes
-
3
Novo imposto vem aí? Governo avalia criar cota e sobretaxar em até 25% excesso de importação de aço, mas teme disparada da inflação