Você sabe quando deve vender uma ação? Saiba a estratégia do megainvestidor Bill Ackman
Para o bilionário, você deve se desfazer de um investimento quando você aprende novas informações que são inconsistentes com sua tese original

Se você me acompanha desde a primeira CompoundLetter que soltei há três meses ou mesmo mais recentemente, aqui vai o meu muito obrigado. Esta leitura, que tem como objetivo levar até você uma dose diária de conhecimento, não faria sentido algum sem a sua audiência.
Como você já deve saber, eu apareço por aqui às terças-feiras. Admito que, no início, não imaginava ter ideias de texto sequer para duas semanas (verdade seja dita: continuo considerando isso).
Também não achava que um dia pudesse receber um elogio tão legal como esse daqui que eu recebi em pleno feriado de 7 de setembro:
É como disse o poeta português Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, ao se referir às pequenas ações, que por mais singelas que pareçam, são de grande importância quando feitas com o coração e alma.
Voltemos ao objetivo desta newsletter.
Bill Ackman e os investimentos
A CompoundLetter de hoje é na verdade uma seção Food For Thought mais longa.
Leia Também
O FFT é o espaço, sempre ao final dos meus textos, no qual eu compartilho com você algum conteúdo que eu consumi, seja em texto ou em vídeo, que me trouxe alguma sabedoria e que poderia te acrescentar algo também.
Essa semana o FFT é sobre Bill Ackman, um dos maiores investidores do mundo e fundador e CEO da Pershing Square, hedge fund americano que possui US$18,5 bilhões em ativos sob gestão.
Com uma fortuna avaliada em US$3,2 bilhões e tendo apenas 56 anos de idade, sua admiração por Warren Buffett lhe rendeu o apelido de "Baby Buffett" na capa de uma edição da revista americana Forbes, em 2015.
Os investimentos na Netflix
Em janeiro deste ano, Bill Ackman comprou US$1 bilhão em ações da Netflix após elas terem desvalorizado 30% em apenas 5 dias após um primeiro trimestre de resultados bem aquém das expectativas do mercado
Na época, em uma carta enviada aos clientes da Pershing Square, Ackman disse que a Netflix tinha "o melhor time de executivos do setor" e no Twitter ainda disse que admirava há muito tempo o CEO e fundador da empresa, Reed Hastings.
Três meses depois do anúncio, o investidor divulgou em uma nova carta que vendeu toda a posição que detinha na Netflix com um prejuízo de US$400 milhões.
A decisão ocorreu após as ações caírem 35% em único dia após repercutirem um segundo trimestre decepcionante.
Quando você deve vender um investimento?
Mais recentemente em uma entrevista, ele citou quais foram os dois principais motivos que o fizeram vender a posição mesmo com prejuízo. Este trecho de 6 minutos e 33 segundos traz o momento exato em que ele aborda o assunto.
Bill Ackman: sell your shares when this happens
Para ele, você deve vender um investimento quando você aprende novas informações que são inconsistentes com a tese original.
"Avaliar uma companhia não é somente identificar em que múltiplo de lucro a empresa vai negociar no ano que vem. [...] A maneira correta de encontrar um negócio é tentar prever com algum grau de confiança qual será o fluxo de caixa da empresa ao longo de muitos e muitos anos."
No caso da Netflix, ele citou duas novas informações que mudaram completamente a tese original, que foram:
- Desaceleração do crescimento esperado; e
- Mudança estratégica após o CEO e fundador da Netflix dizer que começaria a fazer publicidade apesar de sempre ter sido contra.
"Se você comprou a Tesla porque ama os carros e pensou que estava pagando um preço justo pelas ações por acreditar que a empresa iria crescer a uma determinada taxa e um dia a BMW lança um carro melhor e de repente você percebe que não vai existir apenas a Tesla, então você deveria vender as ações. [...] Se você tem uma tese e surgem novos fatos que são inconsistentes com a sua tese original e você continua distorcendo a tese para encontrar uma razão para continuar com as ações, isso será um problema."
Espero que o Food For Thought mais longo que o normal tenha trazido algum ensinamento, afinal: “sábio é aquele que aprende com o erro dos outros.”
Uma comunidade de investimentos
Faça parte de um grupo seleto e exclusivo que vai reunir as mentes mais brilhantes e ganhadoras de dinheiro do mercado financeiro brasileiro em encontros exclusivos.
Você também vai ter acesso a uma carteira de ações consistente e ideias de investimento que não estão nos veículos de comunicação que você está acostumado a ler — e nem nos relatórios de investimentos.
Abraço,
Matheus Soares
A pequena notável que nos conecta, e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (10)
No Brasil, investidores avaliam embate após a queda da MP 1.303 e anúncio de novos recursos para a construção civil; nos EUA, todos de olho nos índices de inflação
Esta ação subiu mais de 50% em menos de um mês – e tem espaço para ir bem mais longe
Por que a aquisição da Desktop (DESK3) pela Claro faz sentido para a compradora e até onde pode ir a Microcap
Menos leão no IR e mais peru no Natal, e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (9)
No cenário local, investidores aguardam inflação de setembro e repercutem derrota do governo no Congresso; nos EUA, foco no discurso de Powell
Rodolfo Amstalden: No news is bad news
Apuração da Bloomberg diz que os financistas globais têm reclamado de outubro principalmente por sua ausência de notícias
Pão de queijo, doce de leite e… privatização, e o que mexe com os mercados nesta quarta-feira (8)
No Brasil, investidores de olho na votação da MP do IOF na Câmara e no Senado; no exterior, ata do Fomc e shutdown nos EUA
O declínio do império americano — e do dólar — vem aí? Saiba também o que mexe com os mercados hoje
No cenário nacional, investidores repercutem ligação entre Lula e Trump; no exterior, mudanças políticas na França e no Japão, além de discursos de dirigentes do Fed
O dólar já não reina sozinho: Trump abala o status da moeda como porto seguro global — e o Brasil pode ganhar com isso
Trump sempre deixou clara sua preferência por um dólar mais fraco. Porém, na prática, o atual enfraquecimento não decorre de uma estratégia deliberada, mas sim de efeitos colaterais das decisões que abalaram a confiança global na moeda
Felipe Miranda: Lições de uma semana em Harvard
O foco do curso foi a revolução provocada pela IA generativa. E não se engane: isso é mesmo uma revolução
Tudo para ontem — ou melhor, amanhã, no caso do e-commerce — e o que mexe com os mercados nesta segunda-feira (6)
No cenário local, investidores aguardam a balança comercial de setembro; no exterior, mudanças de premiê na França e no Japão agitam as bolsas
Shopping centers: é melhor investir via fundos imobiliários ou ações?
Na última semana, foi divulgada alteração na MP que trata da tributação de investimentos antes isentos. Com o tema mais sensível retirado da pauta, os FIIs voltam ao radar dos investidores
A volta do campeão na ação do mês, o esperado caso da Ambipar e o que move os mercados nesta sexta-feira (3)
Por aqui, investidores ainda avaliam aprovação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil; no exterior, todos de olho no shutdown nos EUA, que suspendeu a divulgação de dados econômicos
Tragédia anunciada: o que a derrocada da Ambipar (AMBP3) ensina sobre a relação entre preço e fundamento
Se o fundamento não converge para o preço, fatalmente é o preço que convergirá para o fundamento, como no caso da Ambipar
As críticas a uma Petrobras ‘do poço ao posto’ e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (2)
No Brasil, investidores repercutem a aprovação do projeto de isenção do IR e o IPC-Fipe de setembro; no exterior, shutdown nos EUA e dados do emprego na zona do euro
Rodolfo Amstalden: Bolhas de pus, bolhas de sabão e outras hipóteses
Ainda que uma bolha de preços no setor de inteligência artificial pareça improvável, uma bolha de lucros continua sendo possível
Um ano de corrida eleitoral e como isso afeta a bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta quarta-feira (1)
Primeiro dia de outubro tem shutdown nos EUA, feriadão na China e reunião da Opep
Tão longe, tão perto: as eleições de 2026 e o caos fiscal logo ali, e o que mexe com os mercados nesta terça-feira (30)
Por aqui, mercado aguarda balança orçamentária e desemprego do IBGE; nos EUA, todos de olho nos riscos de uma paralisação do governo e no relatório Jolts
Eleições de 2026 e o nó fiscal: sem oposição organizada, Brasil enfrenta o risco de um orçamento engessado
A frente fiscal permanece como vetor central de risco, mas, no final, 2026 estará dominado pela lógica das urnas, deixando qualquer ajuste estrutural para 2027
Tony Volpon: O Fed e as duas economias americanas
Um ressurgimento de pressões inflacionárias ou uma fraqueza inesperada no mercado de trabalho dos EUA podem levar a autarquia norte-americana a abortar ou acelerar o ciclo de queda de juros
B3 deitada em berço esplêndido — mas não eternamente — e o que mexe com os mercados neste segunda-feira (29)
Por aqui, investidores aguardam IGP-M e Caged de agosto; nos EUA, Donald Trump negocia para evitar paralisação do governo
Pequenas notáveis, saudade do que não vivemos e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (26)
EUA aguardam divulgação do índice de inflação preferido do Fed, enquanto Trump volta a anunciar mais tarifas