🔴 EVENTO GRATUITO: COMPRAR OU VENDER VALE3? INSCREVA-SE

Mercado em 5 Minutos: O mau humor das bolsas globais com os ventos invertidos do exterior

A temporada de resultados segue aquecida. Depois de um início não tão ruim com os bancos, os ventos parecem começar a se inverter, com muita preocupação com uma recessão em 2023

20 de outubro de 2022
9:41
homem na tempestade, vento
Imagem: Shutterstock

Bom dia, pessoal. Lá fora, os mercados encerraram o pregão predominantemente em baixa nesta quinta-feira (20), acompanhando as movimentações negativas dos mercados globais durante ontem (19), já que os investidores continuaram preocupados com uma recessão global depois que os dados mostraram uma forte aceleração da inflação do Reino Unido. 

Adicionalmente, o salto recente nos rendimentos do Tesouro dos EUA para o nível mais alto em mais de quatorze anos também fortaleceu o dólar americano em relação às moedas asiáticas, criando sensação de aversão ao risco.

Na Europa, os mercados não caminham em uma mesma direção, mas o tom que predomina é o negativo, assim como acontece com os futuros americanos, que caem nesta manhã. 

Alguns resultados corporativos relevantes da temporada americana começam a mostrar certa piora, criando uma sensação de que a percepção entre os investidores está se deteriorando. Sem falar, claro, do problema da escalada da inflação ao redor do mundo. 

O Brasil pode, eventualmente, se descolar desse sentimento, como fez ontem (em linha com o primeiro e o terceiro trimestre). A ver...

00:51 — Uma disputa cada vez mais acirrada

Hoje, no Brasil, em dia de digestão de mais uma prévia da inflação pelo IGP-M, que segue mostrando deflação, os investidores discutem sobre a disputa presidencial, cada vez mais acirrada. 

Para ilustrar, ontem o Datafolha mostrou convergência dos dois nomes em um ponto percentual para cada. 

Naturalmente, a variação está dentro da margem de erro e não muda o fato de o cenário base ainda ser uma vitória de Lula. 

De qualquer forma, a crença na possibilidade de uma virada anima os mercados.

Quanto mais acirrada estiver a disputa, mais ganha força a tese de que Lula terá que convergir ao centro para governar, não sendo uma ameaça para as conquistas pró-mercado dos governos Temer e Bolsonaro. 

Por outro lado, caso Bolsonaro confirme sua virada no dia 30, o mercado local deve andar muito bem, assim como fazem as estatais sempre que a disputa se mostra como mais e mais acirrada. 

Quanto mais próximo do segundo turno estivermos, mais sensíveis os ativos ficarão.

01:38 — Atividade e resultados corporativos

Ontem, nem a interpretação de que o tom do Livro Bege do Federal Reserve tinha sido amenizado evitou uma queda das ações americanas. 

Sabemos que a atividade dos EUA deve enfraquecer nos próximos meses, o que parece não ser o suficiente para impedir duas novas altas de 75 pontos-base nos juros por lá, em novembro e dezembro.

O documento do Fed, que compila a situação econômica dos 12 distritos da autoridade monetária, fez referência à desaceleração da atividade e à desaceleração da inflação em algumas áreas dos EUA.

Enquanto isso, a temporada de resultados segue aquecida. Depois de um início não tão ruim com os bancos, os ventos parecem começar a se inverter. 

Aliás, esta temporada parece ser mais sobre o que vem a seguir do que sobre o que já aconteceu (há muita preocupação com uma recessão em 2023). 

Hoje, contamos com nomes como Blackstone, Dow, Union Pacific, American Airlines Group, AT&T, Philip Morris International e Snap. 

Em havendo surpresas negativas, o humor já ruim desta manhã poderia se aprofundar. Alguns dados econômicos também estão no radar.

02:32 — Chuva de problemas na Europa

No velho continente, os problemas se amontoam. No Reino Unido, por exemplo, que quer competir com a Itália para ver quem tem o ambiente político mais incerto e volátil, outro membro sênior do governo renunciou. 

Movimentos como este deveriam pressionar a primeira-ministra, que completou pouco mais de um mês no cargo, a também renunciar. 

A crise de credibilidade recente pode ter sido estabilizada, mas isso não melhora a percepção sobre a competência sobre a gestão de Liz Truss.

Enquanto isso, o problema dos preços permanece nas rodas de debates. Ontem vimos uma inflação no Reino Unido e na Zona do Euro acelerando frente ao observado no mês anterior. 

Hoje, a inflação dos preços ao produtor na Alemanha surpreende e vem acima do esperado, registrando alta de 45,8% na comparação anual. 

Uma inflação tão elevada deverá impedir um relaxamento de postura por parte do Banco Central Europeu, que deverá continuar subindo juros nos próximos meses.

03:18 — A continuidade do Congresso na China

As ações chinesas atingiram a mínima em vários anos em meio à crescente preocupação com o aumento dos casos de Covid na China e às perspectivas econômicas mais incertas. 

Vale lembrar que continua ocorrendo o 20º Congresso do Partido Comunista da China, o que tem impedido a divulgação dos dados econômicos esperados nesta semana — o congresso deverá delinear a remodelação na liderança chinesa para os próximos anos, renovando o mandato de Xi Jinping.

O problema é que o mercado está preocupado com as perspectivas de crescimento da China após o discurso de abertura de Xi Jinping no congresso do partido. 

O líder chinês não deu sinais de se afastar da rígida política de zero Covid do país ou de sua postura regulatória rígida, dois vetores prejudiciais ao crescimento econômico da segunda maior economia do mundo. 

Até agora, o congresso falhou em gerar um catalisador positivo e a decisão de adiar a divulgação das principais leituras econômicas pode sugerir que os dados são tão feios que eles não querem que sejam divulgados agora.

04:09 — Putin continua sob pressão

As consequências da guerra de Vladimir Putin na Ucrânia estão começando a se espalhar pelas nações da periferia da Rússia, apresentando mais dores de cabeça. 

Para ilustrar, o conflito entre o Azerbaijão e a Armênia eclodiu novamente, apesar de um cessar-fogo mediado pelo presidente russo que interrompeu a guerra de 2020.

Hoje, se recuperando da retirada de seu exército no nordeste da Ucrânia, não está claro o que a Rússia poderia oferecer a seu aliado. 

É apenas um exemplo dos vários líderes que têm interesse em expandir sua influência às custas de Putin.

Os EUA, por exemplo, também consideram a energia de estados da Ásia Central, como o Cazaquistão, contornando a Rússia, como um fator-chave para reduzir a influência de Moscou — as autoridades cazaques entraram em contato com a UE, a Turquia e os estados do Oriente Médio desde a invasão de Putin para tentar reduzir a dependência de Moscou. 

Outro player é a Turquia, que vê uma abertura para expandir sua influência na Ásia central como uma ponte para a Europa através do Cáucaso.

Tudo está em jogo agora. Moscou agora enfrenta uma concorrência muito maior de potências rivais em seu antigo quintal soviético. 

Para piorar, a bem-sucedida ofensiva ucraniana nas últimas semanas está aumentando a perspectiva antes inimaginável de uma derrota militar russa. Isso pode apenas intensificar a disputa que promete moldar as relações internacionais na próxima década.

Compartilhe

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O Enduro da bolsa: mercado acelera com início da temporada de balanços do 1T24, mas na neblina à espera do PCE

23 de abril de 2024 - 8:54

Na corrida dos mercados, Usiminas dá a largada na divulgação de resultados. Lá fora, investidores reagem ao balanço da Tesla

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Decisão do Copom em xeque: o que muda para a Selic depois dos últimos acontecimentos?

23 de abril de 2024 - 6:24

O Banco Central do Brasil enfrentará um grande dilema nas próximas semanas

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: A pobreza das ações

22 de abril de 2024 - 20:00

Em uma conversa regada a vinho, dois sujeitos se envolvem em um embate atípico, mas quem está com a razão?

DE REPENTE NO MERCADO

Enquanto o dólar não para de subir… Brasil sobe em ranking internacional e este bilionário indonésio fica 10x mais rico em um ano 

21 de abril de 2024 - 12:00

Veja os destaques da semana na ‘De repente no mercado’

BOMBOU NO SD

Dividendos de Klabin (KLBN11), Gerdau (GGBR4) e Petrobras (PETR4), halving do bitcoin e Campos Neto dá pistas sobre o futuro da Selic — veja tudo o que foi destaque na semana

20 de abril de 2024 - 14:01

A ‘copa do mundo’ das criptomoedas aconteceu de novo. A recompensa dos mineradores por bloco de bitcoin caiu pela metade

Mande sua pergunta!

Meu pai me ajudou a comprar um imóvel; agora ele faleceu, e meu irmão quer uma parte do valor; foi adiantamento de herança?

20 de abril de 2024 - 8:00

O irmão desta leitora está questionando a partilha da herança do pai falecido; ele tem razão?

SEXTOU COM O RUY

A ação que dá show em abril e mostra a importância de evitar histórias com altas expectativas na bolsa

19 de abril de 2024 - 6:07

Ações que embutiam em seus múltiplos elevadas expectativas de melhora macroeconômica e crescimento de lucros decepcionaram e desabaram nos últimos dias, mas há aquela que brilha mesmo em um cenário adverso

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: ChatGPT resiste às tentações de uma linda narrativa?

17 de abril de 2024 - 20:11

Não somos perfeitos em tarefas de raciocínio lógico, mas tudo bem: inventamos a inteligência artificial justamente para cuidar desses problemas mais chatos, não é verdade?

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Ataque do Irã poderia ter sido muito pior: não estamos diante da Terceira Guerra Mundial — mas saiba como você pode proteger seu dinheiro

16 de abril de 2024 - 6:17

Em outubro, após o ataque do Hamas, apontei para um “Kit Geopolítico” para auxiliar investidores a navegar por esse ambiente incerto

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Cinco coisas que deveriam acabar no mercado financeiro

15 de abril de 2024 - 20:01

O sócio-fundador da Empiricus lista práticas do universo dos investimentos que gostaria de ver eliminadas

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar