O dragão gringo mostrou suas garras com o dado inflacionário mais esperado do exterior, finalmente divulgado na manhã de hoje. O índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) dos Estados Unidos subiu acima do esperado em dezembro e atingiu a maior alta anual em 40 anos.
Em dezembro de 2021, o CPI subiu 0,5%, acima das projeções de 0,4% e ficou em 7,0% na base anual, em linha com o esperado. Esse é o maior dado inflacionário para um período de 12 meses desde 1982, quando o índice dos 12 meses terminado em junho daquele ano ficou em 7,60%.
Os vilões por lá
No Brasil, os itens que mais pesaram no IPCA, índice que mede a inflação brasileira, estão relacionados ao transporte: os combustíveis em geral foram os grandes vilões de 2021.
Nos Estados Unidos não foi diferente, com um agravante que ainda dificulta a retomada por lá. Os gargalos estruturais na cadeia de suprimentos norte-americana foram um dos vilões da inflação, de acordo com informações do The Wall Street Journal.
Mas o “chefão” da alta de preços foi sem dúvidas o coronavírus. A variante ômicron pressionou a retomada da economia, e a alta recente nos casos preocupa o governo e países de todo mundo, em especial nos setores ligados ao turismo.
E agora?
“Apesar de ter superado as expectativas, a composição do índice veio em linha com o que vinha acontecendo nos últimos meses”, comenta Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.
Para Beyruti, o novo dado inflacionário deve reforçar a perspectiva de uma alta nos juros ainda em março, mesmo mês em que o Federal Reserve, o banco central americano, encerra o programa de compra de títulos.
Além disso, o fato de que Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, conseguiu acalmar os ânimos dos investidores com seu discurso de ontem (11), deve motivar o tom positivo das bolsas de Nova York nesta quarta, o que alivia o cenário do Ibovespa hoje, na opinião de Andrey Nousi, CFA e CEO da Nousi Finance, escola de educação financeira.