Depois de superar as expectativas do mercado no balanço do terceiro trimestre, a Cielo (CIEL3) tem mais motivo para comemorar: o Santander acaba de elevar o preço-alvo das ações da companhia e reiterar a recomendação de Compra.
Para o Santander, o preço justo das ações da Cielo é de R$ 7,50, o que representa um aumento de 25% em relação ao preço estimado anteriormente. O valor também significa um potencial de alta de 57% do papel em relação ao fechamento de sexta-feira (26), de R$ 4,78. Vale lembrar que, em 12 meses, a ação já acumula alta de 135%.
A tese do Santander se baseia na expectativa de que as taxas de juros no Brasil devem permanecer em patamares elevados durante o ano que vem. Nesse ambiente macroeconômico, os analistas enxergam que os adquirentes bancários (Cielo, GetNet e Rede) têm uma vantagem competitiva em relação aos novos entrantes (Stone e PagSeguro) devido à maior disponibilidade e ao menor custo das fontes de financiamento.
“Isso se mostrou crucial em um ambiente de alta Selic porque os adquirentes de bancos conseguiram repassar custos de Selic mais altos sem churn considerável”, afirmaram os analistas. Churn, vale ressaltar, significa perda de clientes.
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Lucro da Cielo revisado
Além do preço-alvo, o Santander também revisou as estimativas de lucro da Cielo para cima em 2022 e 2023. Para este ano, a expectativa é de que a Cielo encerre com lucro de R$ 1,7 bilhão, enquanto para o ano que vem o cálculo está em R$ 1,9 bilhão.
Os analistas destacaram que este ano marcou a recuperação da Cielo. Eles citam como fatores preponderantes do bom desempenho o maior volume total de pagamentos, melhora da receita devido à revisão de preços, custos controlados e o forte desempenho de cartões do Banco do Brasil.
O ano que vem, na visão do Santander, deve ser desafiador, mas positivo. No entanto, o consenso de analistas de outros bancos não está tão otimista e espera crescimento zero para o lucro líquido.
O Santander vê riscos de que o volume total de pagamentos seja afetado por uma combinação de PIB e inflação menores em 2023, além de uma chance de o Banco do Brasil reduzir o ritmo de crescimento do negócio de cartões de crédito.
Porém, os analistas do banco estão ancorados na vantagem competitiva mencionada no início do texto. Para eles, o risco é maior em 2024, quando se espera que a Selic chegue a um dígito.