A MRV (MRVE3) fechou o ano com um feito histórico. Ela encerrou 2020 com o maior volume de vendas que já registrou, atingindo 46 mil em vendas líquidas no ano, que totalizam R$ 7,5 bilhões em valor geral de venda (VGV). Com isto, a receita cresceu 10%, para R$ 6,6 bilhões.
Ainda assim, a empresa fechou o ano com um lucro líquido de R$ 550 milhões, queda de 20,3% em relação a 2019. Os números abrangem não só a MRV, a maior construtora do país, como também as operações da AHS, nos Estados Unidos, a empresa de locação Luggo e a loteardora Urba, juntas formando a plataforma MRV &Co.
O desempenho no quarto trimestre foi fundamental para ajudar no consolidado do ano da MRV &Co. Ao reportar vendas líquidas R$ 2 bilhões nos últimos três meses do ano passado, a empresa fechou o trimestre com uma receita operacional líquida de R$ 1,7 bilhão, crescimento de 20%, e um lucro líquido de R$ 196 milhões, alta de 30%.
O resultado do quarto trimestre foi obtido pelas operações brasileiras da MRV, que representam 98% da receita e se beneficiaram do ambiente de juros baixos, que incentivou as pessoas a buscarem imóveis.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) subiu 42%, para R$ 327 milhões. No ano, ela ficou praticamente estável, em R$ 1 bilhão.
Olho nas margens
Para os analistas do Credit Suisse, a MRV conseguiu fechar bem o ano, mas alertou que as margens da companhia estão sendo pressionadas pela inflação no preço dos materiais de construção, especialmente no segundo semestre.
O mesmo ponto foi ressaltado pela XP Investimentos. “Apesar da menor concessão de descontos, a margem bruta permaneceu estável em relação aos trimestres anteriores, dada a pressão da inflação de materiais no segundo semestre de 2020”, diz trecho do relatório assinado pelos analistas Renan Manda e Lucas Hoon.
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Mesmo assim, eles consideram positivo que a MRV tenha reiterado o plano de crescimento de 80 mil unidades por ano até 2025 e sua diversificação para além dos programas de habitações federais de baixa renda.
“A companhia espera lançar 40 mil unidades sob o programa Casa Verde e Amarela e outras 40 mil unidades fora do programa habitacional através da Sensia, Luggo, Urba e AHS, diversificando as fontes de financiamento fora do FGTS”, diz trecho do relatório.