MP da Eletrobras: relator mantém ‘jabutis’ e condiciona venda à compra de energia
No texto, Nascimento manteve a possibilidade de renovação antecipada da usina de Tucuruí, um dos maiores ativos da Eletronorte, e incluiu também a prorrogação da concessão da Hidrelétrica Mascarenhas de Moraes para Furnas.

O relator da Medida Provisória que permite a privatização da Eletrobras, deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), manteve vários "jabutis" que aumentam os custos da operação em seu parecer. A proposta tem votação prevista para esta quarta-feira, 19.
Entre as obrigações que o governo terá de cumprir para privatizar a estatal, está a contratação de 6 mil megawatts de termelétricas em diversas regiões do País e de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), além de prorrogar os contratos de energia de eólicas contratadas no âmbito do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). As três obrigações têm como consequência o aumento do custo da energia para o consumidor final.
Nascimento, no entanto, retirou trechos polêmicos como os que embutiam uma solução para o tema do empréstimo compulsório e que dava à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o poder de interferir no mercado de energia e evitar concentração de mercado, e não apenas no caso da Eletrobras, mas em todas as empresas do setor elétrico.
Nos bastidores, o governo entendia que estes dois itens eram um "bode na sala" e que o relator nunca teve a intenção de mantê-los, mas de usá-los como moeda de troca para negociar a manutenção dos programas para termelétricas, PCHs e a renovação do Proinfa.
No texto, Nascimento manteve a possibilidade de renovação antecipada da usina de Tucuruí, um dos maiores ativos da Eletronorte, e incluiu também a prorrogação da concessão da Hidrelétrica Mascarenhas de Moraes para Furnas.
O deputado manteve ainda a trava de 10% para a participação de cada acionista no capital social e a ação de classe especial golden share para União, que garante esse limite e alterações no estatuto relacionadas, de forma a garantir que a empresa se torne uma corporation, com controle difuso no mercado.
Leia Também
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Reviravolta na Eletrobras (ELET3): Marcelo Gasparino fica fora, Juca Abdalla e Carlos Márcio entram para o conselho
Nascimento manteve, também, a obrigação da Eletrobras de direcionar recursos para investimentos nas regiões Nordeste, Norte e Sudeste e não elevou os valores prometidos. No caso do Nordeste, os recursos serão geridos por um comitê gestor a ser criado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional - depois de muita polêmica, ele tirou essa atribuição da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal marcada por indicações políticas e mau uso de recursos públicos.
Para ter direito a novos contratos de concessão no regime de produção independente, a preços livres, substituindo o regime de cotas, que cobre apenas custos de operação e manutenção, a Eletrobras terá que pagar à União um bônus de outorga. Esses recursos, segundo o relatório, serão divididos na proporção de 50% para o fundo setorial Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), encargo embutido na conta de luz que paga subsídios e descontos tarifários a grupos de interesse, e 50% para o Tesouro. Nesse caso, porém, o dinheiro da CDE irá apenas para consumidores cativos, excluindo os consumidores livres.
O relatório ainda determina uma divisão do superávit de Itaipu após 2023, ano em que o empréstimo para sua construção será quitado, o que deve diminuir sua tarifa em 50%.
De 2023 a 2032, dois terços dos recursos ficarão com a CDE e 25% com a União - mas o governo deverá usar os recursos em um programa de transferência de renda. "Essa é uma novidade que foi incluída a pedido do governo", disse ele.
De 2033 em diante, 50% ficam com a CDE e 25% para a União. Outros 25% serão destinados aos programas regionais do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, que ficariam sem recursos após as transferências da Eletrobras, que valerão por dez anos.
Nascimento obrigou ainda o governo a realocar população em faixa de servidão de linhas de transmissão em até três anos. A medida valerá para todas as regiões metropolitanas das capitais. A medida será paga com recursos aportados no Programa Casa Verde e Amarela. Não há estimativa do custo. A faixa de servidão também poderá ser usada para implantação de pavimentação rodoviária.
O relator manteve ainda a possibilidade de que empregados da Eletrobras possam comprar ações antes da capitalização a preços mais baixos. A emenda não tem apoio do governo. "Não há compromisso do governo em apoiar ou não vetar", afirmou o deputado. "O restante do texto, 99%, foi feito em comum acordo com o governo."
Lojas Renner (LREN3): XP eleva recomendação para compra e elenca quatro motivos para isso; confira
XP também aumenta preço-alvo de R$ 14 para R$ 17, destacando melhora macroeconômica e expansão de margens da varejista de moda
Cade admite Petlove como terceira interessada, e fusão entre Petz e Cobasi pode atrasar
Petlove alega risco de monopólio regional e distorção competitiva no setor pet com criação de gigante de R$ 7 bilhões
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Guido Mantega vai ficar de fora do conselho da Eletrobras (ELET3) e governo busca novo nome, diz jornal
Há cinco dias da assembleia que elegerá os membros do conselho da empresa, começa a circular a informação de que o governo procura outra opção para indicar para o posto
Azul (AZUL4) capta R$ 1,66 bilhão em oferta de ações e avança na reestruturação financeira
Oferta da aérea visa também a melhorar a estrutura de capital, aumentar a liquidez das ações e equitizar dívidas, além de incluir bônus de subscrição aos acionistas
A decisão de Elon Musk que faz os investidores ignorarem o balanço ruim da Tesla (TSLA34)
Ações da Tesla (TSLA34) sobem depois de Elon Musk anunciar que vai diminuir o tempo dedicado ao trabalho no governo Trump. Entenda por que isso acontece.
Eletrobras (ELET3) mantém presidente e diretoria executiva até 2027 em meio a disputa judicial
O processo de renovação do Conselho de Administração da Eletrobras faz parte do acordo que está em andamento com a União, devido a uma disputa judicial que corre desde 2023
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Smartphones e chips na berlinda de Trump: o que esperar dos mercados para hoje
Com indefinição sobre tarifas para smartphones, chips e eletrônicos, bolsas esboçam reação positiva nesta segunda-feira; veja outros destaques
Eletrobras (ELET3) convoca acionistas para aprovar acordo com governo federal e encerrar disputa
A União ingressou em 2023 com ação questionando dispositivo do estatuto da Eletrobras que limitou a 10% o poder de voto de qualquer acionista
Senta que lá vem mais tarifa: China retalia (de novo) e mercados reagem, em meio ao fogo cruzado
Por aqui, os investidores devem ficar com um olho no peixe e outro no gato, acompanhando os dados do IPCA e do IBC-Br, considerado a prévia do PIB nacional
Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA
O PCE, como é conhecido o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, é o dado de inflação preferido do Fed para pautar sua política monetária
Guido Mantega na Eletrobras (ELET3): governo indica ex-ministro da Fazenda para conselho fiscal, dizem agências
No dia anterior, a companhia e a União assinaram um termo de conciliação que limita o poder de voto dos acionistas a 10%
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC
Eletrobras (ELET3) e União dão mais um passo em acordo ao assinar termo que limita poder de voto dos acionistas a 10%
O entendimento ainda será submetido à assembleia geral de acionistas, a ser convocada pela companhia, e à homologação pelo Supremo Tribunal Federal
Depois de sofrer um raro ‘apagão’ e cair 20% em 2024, o que esperar de uma das ações preferidas dos ‘tubarões’ da Faria Lima e do Leblon?
Ação da Equatorial (EQTL3) rendeu retorno de cerca de 570% na última década, bem mais que a alta de 195% do Ibovespa no período, mas atravessou um momento difícil no ano passado
Eletrobras (ELET3) vai se tornar vaca leiteira? Empresa anuncia dividendos bilionários — e ações brilham aos olhos de um bancão
Na avaliação do banco, o anúncio indica que a Eletrobras vem caminhando para se tornar uma grande pagadora de dividendos e recomenda a compra dos papéis
Agenda econômica: IPCA, dados de emprego dos EUA e o retorno da temporada de balanços marcam a semana pós-Carnaval
Com o fim do Carnaval, o mercado acelera o ritmo e traz uma semana cheia de indicadores econômicos no Brasil e no exterior, incluindo inflação, balanços corporativos e dados sobre o mercado de trabalho nos EUA
Mata-mata ou pontos corridos? Ibovespa busca nova alta em dia de PIB, medidas de Lula, payroll e Powell
Em meio às idas e vindas da guerra comercial de Donald Trump, PIB fechado de 2024 é o destaque entre os indicadores de hoje
Janela de oportunidade na Eletrobras (ELET3): ação ainda não se valorizou e chance de dividendos é cada vez maior
Além da melhora de resultados, o fato de se tornar uma boa e frequente pagadora de proventos é mais um fator que deve ajudar os papéis a subir, agora que a disputa com o governo ficou para trás