Depois da tempestade vem a bonança. Melhor dizendo. Depois da tempestade, qualquer raiozinho de sol já faz uma diferença danada.
O choque da pressão inflacionária nos Estados Unidos jogou na lama os mercados globais ontem, mas o movimento de hoje foi mais centrado. Parece que os investidores tiveram um tempo para respirar fundo, pegar um copo d’água e pensar melhor no assunto.
Não que o tempo não tenha fechado ao longo do dia. Longe disso. A sessão foi de volatilidade - tanto no retorno dos títulos do tesouro americano como na bolsa e câmbio-, mas, no fim, positiva.
Wall Street guiou o dia e encerrou uma sequência de três quedas. Após flertar com um novo recuo, fechou em alta, mas longe das máximas. O Dow Jones avançou 1,29%, o S&P 500 teve alta de 1,22% e o Nasdaq subiu 0,72%.
Por aqui, a temporada de balanços foi o que conduziu o noticiário interno. A CPI da Covid segue como plano de fundo, mas os ruídos não afetam o mercado. O Ibovespa fechou o dia em alta de 0,83%, aos 120.705 pontos.
O dólar à vista operou em queda na maior parte do dia, mas fechou o dia também apontando para cima. A moeda americana subiu 0,15%, a R$ 5,3133. A volatilidade lá fora e a falta de gatilhos internos levou os principais contratos de DI a fecharem o dia praticamente estáveis. Confira as taxas do dia:
- Janeiro/2022: de 4,89% para 4,88%
- Janeiro/2023: de 6,71% para 6,69%
- Janeiro/2025: de 8,24% para 8,27%
- Janeiro/2027: de 8,83% para 8,85%
Hoje teve mais inflação…
Mas o mercado entendeu que exagerou um pouco na dose ontem e deixou o dado em segundo plano. O PPI, índice de preços ao produtor, veio bem acima das expectativas - alta de 0,6% em abril ante março.
Hoje o dado em destaque em Nova York também foi os pedidos semanais de auxílio-desemprego. O país registrou 473 mil novos pedidos, enquanto a expectativa era de 500 mil. Também foi divulgado o índice de inflação ao produtor, mas o mercado não reagiu negativamente ao número.
- Nesta matéria eu listei tudo o que você precisa saber sobre a alta da inflação americana e o que isso significa para o seu bolso.
Dentro de casa
Nos últimos dias o cenário doméstico pouco tem afetado os negócios, mas hoje o que pesa do lado positivo é a temporada de balanços, que segue a todo o vapor. As empresas que divulgaram seus resultados do primeiro trimestre entre a noite de quarta-feira (12) e a manhã desta quinta-feira (13) movimentam as maiores altas e maiores quedas do dia.
E o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, registrou alta de 2,27% no primeiro trimestre deste ano. O resultado vem em linha com o esperado pelos especialistas ouvidos pelo Broadcast.
Já do lado negativo da balança, temos o avanço da CPI da Covid, que hoje ouviu o CEO da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo. Os parlamentares pediram explicações sobre as recusas de compra do imunizante da farmacêutica em setembro do ano passado.
Sobe e desce
As empresas que dominam as altas do Ibovespa repercutem bons resultados trimestrais. Além disso, os papéis da Eletrobras voltam a subir com as sinalizações do BNDES de que a capitalização da companhia irá permitir a privatização, operação muito aguardada pelo mercado. Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 30,00 | 9,85% |
ELET3 | Eletrobras ON | R$ 40,05 | 6,74% |
EQTL3 | Equatorial ON | R$ 24,21 | 4,35% |
BPAC11 | BTG Pactual units | R$ 112,42 | 4,09% |
ELET6 | Eletrobras PNB | R$ 40,00 | 4,06% |
O setor de commodities - que tem segurado o Ibovespa nos últimos meses - apresenta um desempenho negativo nesta tarde, o que limita os ganhos do índice. Confira as maiores quedas:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
USIM5 | Usiminas PNA | R$ 21,30 | -4,74% |
LWSA3 | Locaweb ON | R$ 22,07 | -3,96% |
MRFG3 | Marfrig ON | R$ 18,43 | -3,61% |
PRIO3 | PetroRio ON | R$ 17,17 | -3,59% |
CSNA3 | CSN ON | R$ 47,85 | -3,18% |