O mercado financeiro continuou reajustando para cima suas previsões para a inflação ao final de 2021 e fez um ajuste positivo na estimativa para o crescimento da economia brasileira em 2021.
A expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial de inflação do Brasil, é que ele feche o ano em 3,53%, segundo a mediana das projeções coletadas pelo Banco Central (BC), divulgada no Relatório Focus desta segunda-feira (1º).
Na edição passada, os economistas apontaram para um avanço de 3,50% da inflação neste ano. Há quatro semanas, a expectativa era de alta de 3,32%.
As estimativas para o IPCA vêm sendo reajustadas para cima desde que os dados apontaram para uma aceleração da alta dos preços no final de 2020. A situação, inclusive, levou muitos economistas a revisarem as projeções para a alta da taxa básica de juros, a Selic.
O Relatório Focus desta semana mostra que os economistas aguardam que o Comitê de Política Monetária (Copom) feche 2021 estabelecendo a Selic em 3,50%. Atualmente, ela está no menor patamar da história, em 2,00% ao ano.
Para 2022, a expectativa para o IPCA permaneceu em 3,50% pela 79ª semana, enquanto a Selic foi mantida em 5,00% ao ano. Há quatro semanas, a projeções para a taxa básica de juros era de 4,50% ao ano.
No caso do Produto Interno Bruto (PIB), a mediana das projeções subiu pela quarta vez seguida, passando de uma expansão de 3,49% para uma alta de 3,50%. A projeção para 2022 continua sendo de 2,50%.
Dívida líquida
O Relatório Focus desta semana mostra ainda que os economistas mantiveram a projeção para a dívida líquida do País em 2021 e que reduziram a expectativa para 2022.
A estimativa permanece sendo 64,45% do PIB, sendo que há quatro semanas a mediana apontava para uma relação de 66,30%. Para 2022, a perspectiva é de que ela alcance 65,80% do PIB, menos que os 66,60% divulgados no boletim passado.
A expectativa para o déficit primário para 2021 também melhorou – de 2,80% passou para 2,75% –, enquanto a projeção para o resultado nominal em 2021 também foi ligeiramente melhorada, de déficit de 7% para 6,85% do PIB.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.