A ata da mais recente reunião dos dirigentes do Federal Reserve (Fed), divulgada nesta quarta-feira (7), indicou mais uma vez que a instituição segue comprometida a utilizar todas as ferramentas disponíveis para auxiliar a economia norte-americana até que as metas de inflação e emprego sejam atingidas.
A novidade do documento ficou por conta da análise do gráfico de pontos da instituição, com projeções mais fortes do que as observadas na reunião anterior para a taxa básica de juros e preços.
Nove das 18 autoridades monetárias estimam que os percentuais subam entre 0,5% e 1,25% já em 2023. O número daqueles que projetam que a taxa permanecerá na faixa atual, de 0% a 0,25%, durante os próximos dois anos, caiu de 11 para cinco.
As apostas para o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) também mudaram: a previsão subiu para 3,4%, contra projeção anterior de 2,4%. Contudo, na estimativa de longo prazo, o índice manteve-se em 2% e os dirigentes seguem acreditando que a alta dos preços neste ano “será transitória”.
Parte dos membros também espera que as condições para começar a reduzir a compra de ativos sejam atendidas antes do antecipado em reuniões anteriores. Por enquanto, porém, a instituição seguirá com sua política de compra de pelo menos US$ 80 bilhões de Treasuries por mês, além de US$ 40 bilhões em títulos garantidos por hipotecas.
O comunicado era aguardado com cautela pelos investidores e seu conteúdo, mesmo que similar à ata anterior, causou uma desaceleração na alta do dólar. A moeda norte-americana começou o dia fortalecida e chegou a marca de R$ 5,28, mas perdeu força e agora, por volta das 15h45, opera próxima aos R$ 5,22.
Compromisso de longo prazo
Os dirigentes da instituição notaram que, em meio ao avanço na vacinação contra a covid-19 e estímulos monetários, os indicadores econômicos se fortaleceram, assim como o nível dos preços.
O documento, porém, reforça que o impacto na inflação é oriundo de fatores temporários e que o cenário segue demandando uma política monetária acomodatícia.
As autoridades monetárias frisaram que concordam em buscar inflação "moderadamente acima de 2% por algum tempo" para, no longo prazo, permanecerem dentro da meta.