O que mexe com seu dinheiro: a teimosia do mercado financeiro, IPO da Ambipar e outros destaques do dia

O mercado financeiro é como uma criança teimosa: aprende pela dor. No começo do ano passado, aos primeiros sinais de que um novo coronavírus se espalhava com velocidade nunca vista antes pela cidade chinesa de Wuhan, foram poucos os investidores que se deram conta do perigo.
O pânico só chegou de verdade ao mercado financeiro quando o surto da covid-19 atingiu o norte da Itália — e logo depois o resto do mundo. A falta de atenção doeu fundo no lugar mais sensível para qualquer investidor: o bolso.
Assim como a criança travessa que só aprende a não brincar com fogo depois que se queima, o mercado não soube lidar com a crise de saúde porque nunca teve de lidar com uma situação semelhante.
Agora, quando a dor é conhecida, aquele instinto de autodefesa costuma falar mais alto. No jargão financeiro, esse sentimento é chamado de “aversão a risco”, e foi despertado com o iminente calote da gigante chinesa Evergrande.
O caso da empresa que atua principalmente no ramo imobiliário despertou os temores de que estamos prestes a viver uma versão chinesa da crise financeira de 2008.
Não foi por acaso, portanto, que o dólar subiu e o Ibovespa fechou em queda de mais de 2% no pregão de ontem.
Leia Também
Trump na sala de aula: Ibovespa reage a tarifas de 50% impostas pelos EUA ao Brasil
Rodolfo Amstalden: Nem cinco minutos guardados
O mercado viu a fumaça subindo pela panela e logo ficou com medo de se queimar. Ou como diz a sabedoria popular, cachorro mordido de cobra tem medo de linguiça.
Como praticamente tudo relacionado à China, o caso Evergrande segue envolto em muita incerteza, por mais que os “especialistas” no setor imobiliário chinês que brotaram nas redes sociais nos últimos dias digam o contrário.
Na coluna de hoje, o Matheus Spiess faz uma análise detalhada das ameaças — reais e exageradas — vindas da China e traz os impactos para os seus investimentos.
O que você precisa saber hoje
ESQUENTA DOS MERCADOS
Recuperação após Evergrande deve mexer com bolsa, em dia de debate sobre precatórios no Brasil. Cautela deve predominar nos mercados até a "Super Quarta" dos Bancos Centrais, mas alta da bolsa de Hong Kong traz algum alívio aos negócios.
RENDA FIXA
Por que a Evergrande derruba o Ibovespa, mas alivia o mercado de juros. Desempenho é oposto ao que se poderia esperar quando há pânico no mercado, diz especialista; contratos DIs para janeiro de 2022 caíram na B3 ontem.
AMPLIAÇÃO DOS NEGÓCIOS
Cosan (CSAN3) paga R$ 1,5 bilhão por fatia na Radar. Companhia já detinha uma participação na gestora de propriedades agrícolas; após a conclusão da operação e uma reorganização societária, a Cosan será dona de mais de 50% do capital.
OFERTA DE AÇÕES
Environmental ESG, da Ambipar, busca IPO de R$ 3 bilhões para dar gás às aquisições. Preço da faixa indicativa está entre R$ 15,50 e R$ 20,50; após IPO, 43,8% do capital social estará em circulação no mercado com as ações.
RUÍDO POLÍTICO
Congresso não participou de debate sobre aumento no IOF, revela presidente da Câmara. Arthur Lira também declarou que quer avançar com a reforma administrativa e uma solução para a questão dos precatórios ainda nesta semana.
NA ONDA DO MINÉRIO
Mercado Livre (MELI34) ultrapassa Vale (VALE3) e se torna a empresa mais valiosa da América Latina. A gigante de comércio eletrônico argentina conquistou o posto após a mineradora brasileira perder R$ 43,6 bilhões em valor de mercado na última semana.
EX-ODEBRECHT
Novonor diz que ainda não decidiu modelo de venda de participação na Braskem. Manifestação ocorreu depois de questionamento da CVM sobre plano da empresa para se desfazer de ações da petroquímica na bolsa.
Felipe Miranda: Troco um Van Gogh por uma small cap
Seria capaz de apostar que seu assessor de investimentos não ligou para oferecer uma carteira de small caps brasileiras neste momento. Há algo mais fora de moda do que elas agora? Olho para algumas dessas ações e tenho a impressão de estar diante de “Pomar com ciprestes”, em 1888.
Ontem, hoje, amanhã: Tensão com fim da trégua comercial dificulta busca por novos recordes no Ibovespa
Apetite por risco é desafiado pela aproximação do fim da trégua de Donald Trump em sua guerra comercial contra o mundo
Talvez fique repetitivo: Ibovespa mira novos recordes, mas feriado nos EUA drena liquidez dos mercados
O Ibovespa superou ontem, pela primeira vez na história, a marca dos 141 pontos; dólar está no nível mais baixo em pouco mais de um ano
A história não se repete, mas rima: a estratégia que deu certo no passado e tem grandes chances de trazer bons retornos — de novo
Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.
Ditados, superstições e preceitos da Rua
Aqueles que têm um modus operandi e se atêm a ele são vitoriosos. Por sua vez, os indecisos que ora obedecem a um critério, ora a outro, costumam ser alijados do mercado.
Feijão com arroz: Ibovespa busca recuperação em dia de payroll com Wall Street nas máximas
Wall Street fecha mais cedo hoje e nem abre amanhã, o que tende a drenar a liquidez nos mercados financeiros internacionais
Rodolfo Amstalden: Um estranho encontro com a verdade subterrânea
Em vez de entrar em disputas metodológicas na edição de hoje, proponho um outro tipo de exercício imaginativo, mais útil para fins didáticos
Mantendo a tradição: Ibovespa tenta recuperar os 140 mil pontos em dia de produção industrial e dados sobre o mercado de trabalho nos EUA
Investidores também monitoram decisão do governo de recorrer ao STF para manter aumento do IOF
Os fantasmas de Nelson Rodrigues: Ibovespa começa o semestre tentando sustentar posto de melhor investimento do ano
Melhor investimento do primeiro semestre, Ibovespa reage a trégua na guerra comercial, trade eleitoral e treta do IOF
Rumo a 2026 com a máquina enguiçada e o cofre furado
Com a aproximação do calendário eleitoral, cresce a percepção de que o pêndulo político está prestes a mudar de direção — e, com ele, toda a correlação de forças no país — o problema é o intervalo até lá
Tony Volpon: Mercado sobrevive a mais um susto… e as bolsas americanas batem nas máximas do ano
O “sangue frio” coletivo também é uma evidência de força dos mercados acionários em geral, que depois do cessar-fogo, atingiram novas máximas no ano e novas máximas históricas
Tudo sob controle: Ibovespa precisa de uma leve alta para fechar junho no azul, mas não depende só de si
Ibovespa vem de três altas mensais consecutivas, mas as turbulências de junho colocam a sequência em risco
Ser CLT virou ofensa? O que há por trás do medo da geração Z pela carteira assinada
De símbolo de estabilidade a motivo de piada nas redes sociais: o que esse movimento diz sobre o mundo do trabalho — e sobre a forma como estamos lidando com ele?
Atenção aos sinais: Bolsas internacionais sobem com notícia de acordo EUA-China; Ibovespa acompanha desemprego e PCE
Ibovespa tenta manter o bom momento enquanto governo busca meio de contornar derrubada do aumento do IOF
Siga na bolsa mesmo com a Selic em 15%: os sinais dizem que chegou a hora de comprar ações
A elevação do juro no Brasil não significa que chegou a hora de abandonar a renda variável de vez e mergulhar na super renda fixa brasileira — e eu te explico os motivos
Trocando as lentes: Ibovespa repercute derrubada de ajuste do IOF pelo Congresso, IPCA-15 de junho e PIB final dos EUA
Os investidores também monitoram entrevista coletiva de Galípolo após divulgação de Relatório de Política Monetária
Rodolfo Amstalden: Não existem níveis seguros para a oferta de segurança
Em tese, o forward guidance é tanto mais necessário quanto menos crível for a atitude da autoridade monetária. Se o seu cônjuge precisa prometer que vai voltar cedo toda vez que sai sozinho de casa, provavelmente há um ou mais motivos para isso.
É melhor ter um plano: Ibovespa busca manter tom positivo em dia de agenda fraca e Powell no Senado dos EUA
Bolsas internacionais seguem no azul, ainda repercutindo a trégua na guerra entre Israel e o Irã
Um longo caminho: Ibovespa monitora cessar-fogo enquanto investidores repercutem ata do Copom e testemunho de Powell
Trégua anunciada por Donald Trump impulsiona ativos de risco nos mercados internacionais e pode ajudar o Ibovespa
Um frágil cessar-fogo antes do tiro no pé que o Irã não vai querer dar
Cessar-fogo em guerra contra o Irã traz alívio, mas não resolve impasse estrutural. Trégua será duradoura ou apenas mais uma pausa antes do próximo ato?