Investimentos em renda fixa, dados da inflação, ata do Fed e outros destaques da semana

Quando se fala de investimentos no Brasil, Renda Fixa é um termo ainda muito presente, especialmente para os pequenos investidores. Proteção contra inflação e riscos menores (atenção, eles ainda existem!) é uma combinação que, de cara, atrai boa parte das pessoas.
E por que eu enfatizei no Brasil? Lá vamos nós buscar no passado explicações para o presente. E desta vez, nem precisamos ir tão longe. Vamos logo ali, no final do século 20.
Pense em uma aplicação que oferecia um rendimento próximo ou até superior a 40% ao ano, enquanto a inflação girava em torno de 9%. E com baixo risco.
Se hoje isso parece absurdo, era exatamente o cenário em 1999. Naquele ano, a taxa básica de juros, a Selic, chegou a 45% ao ano, em março. Ou seja, os títulos públicos ofereciam este retorno aos investidores.
Ainda não havia o Tesouro Direto, hoje tão acessível e popular. Mas já existiam os fundos DI e de Renda Fixa, que ofereciam retornos próximos à Selic, e podiam cobrar taxas de administração altas. Bom para o investidor e para os bancos.
Já no começo deste século, a Selic baixou para a casa dos 20%, depois para a casa dos 10%, até a tão esperada taxa de um dígito em 2010.
Leia Também
Anatomia de um tiro no pé: Ibovespa busca reação após tarifas de Trump
Eventualmente os juros voltaram para perto dos 15%, mas em setembro do ano passado, chegamos à marca histórica dos 2% ao ano.
Agora, depois de três altas consecutivas, a taxa de juros brasileira está em 4,25%. E não há sinais, pelo menos no horizonte visível, de que a Selic retorne aos dois dígitos. Mas será que, por isso, a Renda Fixa perdeu seu brilho no cenário atual, com amplo acesso a muitos outros produtos financeiros?
Na terceira reportagem da série Onde Investir, a Julia Wiltgen mostra que a resposta é não. Ela traz boas alternativas para se aproveitar do atual ciclo de correção da taxa de juros, e opções para montar uma carteira diversificada somente de renda fixa.
O que você precisa saber hoje
MERCADOS
Os feriados aqui e nos Estados Unidos devem reduzir a liquidez, mas não a emoção, da bolsa. Os principais indicadores da semana incluem a ata do Fed e a divulgação da inflação brasileira, medida pelo IPCA. Saiba mais do que esperar na coluna Segredos da Bolsa.
Investir é também a arte de se reinventar, afinal o mercado e suas regras estão sempre em movimento. É em um híbrido de arte, realidade e experiência que a Larissa Quaresma estreia na coluna “A Bolsa Como Ela É”, trazendo insights sobre o que podemos esperar e que papel devemos assumir diante de dividendos tributados.
O IPO do DIDI, o “Uber chinês”, foi pauta central nas conversas do mercado internacional. Com um roadshow de apenas três dias, os U$ 4 bilhões esperados se transformaram em U$ 4,4 bilhões por conta da alta demanda dos investidores. Mas com esse hype todo, seria hora de investir no Didi? Como? Existem riscos para a empresa? São essas e outras questões que o Richard Camargo responde na coluna Estrada do Futuro. Leia aqui a análise completa.
E um dos riscos apontados pelo Richard já se transformou em realidade. Dois dias depois do IPO, o governo chinês ordenou a retirada do Didi das lojas de aplicativo alegando a violação das normas na coleta de dados dos usuários. A companhia anunciou em suas redes sociais que já paralisou os novos registros no dia 3 de julho, e assim, o “Uber chinês” perdeu 11% do valor de mercado na última sexta-feira.
Superando as expectativas, a bolsa brasileira recebeu R$ 48 bilhões de capital estrangeiro no primeiro semestre, isso sem contar as aberturas do capital. Motivados pela melhoria na expectativa do PIB, maiores preços das commodities e alta dos juros, esta é a maior entrada de recursos estrangeiros da série histórica.
EMPRESAS
De olho na criação do chamado “varejo mar aberto” para seus clientes, o banco Bmg comprou participação na assessoria de investimentos Araújo Fontes. O valor da operação foi de R$ 150 milhões e amplia a oferta de serviços e produtos para seus clientes, além de colocar o banco na “corrida paralela” por investimentos e aquisições.
Na caminhada para Bolsa, a Havan perde o fôlego e vê o prospecto do seu IPO cortado por menos da metade dos R$ 100 bilhões iniciais. Os motivos? Dentre eles, o excesso de dependência da figura de seu controlador Luciano Hang, que grande é entusiasta do governo de Jair Bolsonaro. Além disso, a estrutura de governança corporativa e dúvidas dos acionistas em relação aos números e resultados também dificultam a situação da rede de varejo.
ECONOMIA
Os “super-ricos” serão responsáveis por metade dos R$ 54 bilhões que o governo espera arrecadar com a volta das tributações sobre lucros e dividendos, segundo estimativas. O grupo conta com cerca de 20 mil pessoas, com uma média de renda anual de R$ 15 milhões e patrimônio médio de R$ 67 milhões.
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua manhã". Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.
Sem avalanche: Ibovespa repercute varejo e Galípolo depois de ceder à verborragia de Trump
Investidores seguem atentos a Donald Trump em meio às incertezas relacionadas à guerra comercial
Comércio global no escuro: o novo capítulo da novela tarifária de Trump
Estamos novamente às portas de mais um capítulo imprevisível da diplomacia de Trump, marcada por ameaças de última hora e recuos
Felipe Miranda: Troco um Van Gogh por uma small cap
Seria capaz de apostar que seu assessor de investimentos não ligou para oferecer uma carteira de small caps brasileiras neste momento. Há algo mais fora de moda do que elas agora? Olho para algumas dessas ações e tenho a impressão de estar diante de “Pomar com ciprestes”, em 1888.
Ontem, hoje, amanhã: Tensão com fim da trégua comercial dificulta busca por novos recordes no Ibovespa
Apetite por risco é desafiado pela aproximação do fim da trégua de Donald Trump em sua guerra comercial contra o mundo
Talvez fique repetitivo: Ibovespa mira novos recordes, mas feriado nos EUA drena liquidez dos mercados
O Ibovespa superou ontem, pela primeira vez na história, a marca dos 141 pontos; dólar está no nível mais baixo em pouco mais de um ano
A história não se repete, mas rima: a estratégia que deu certo no passado e tem grandes chances de trazer bons retornos — de novo
Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.
Ditados, superstições e preceitos da Rua
Aqueles que têm um modus operandi e se atêm a ele são vitoriosos. Por sua vez, os indecisos que ora obedecem a um critério, ora a outro, costumam ser alijados do mercado.
Feijão com arroz: Ibovespa busca recuperação em dia de payroll com Wall Street nas máximas
Wall Street fecha mais cedo hoje e nem abre amanhã, o que tende a drenar a liquidez nos mercados financeiros internacionais
Rodolfo Amstalden: Um estranho encontro com a verdade subterrânea
Em vez de entrar em disputas metodológicas na edição de hoje, proponho um outro tipo de exercício imaginativo, mais útil para fins didáticos
Mantendo a tradição: Ibovespa tenta recuperar os 140 mil pontos em dia de produção industrial e dados sobre o mercado de trabalho nos EUA
Investidores também monitoram decisão do governo de recorrer ao STF para manter aumento do IOF
Os fantasmas de Nelson Rodrigues: Ibovespa começa o semestre tentando sustentar posto de melhor investimento do ano
Melhor investimento do primeiro semestre, Ibovespa reage a trégua na guerra comercial, trade eleitoral e treta do IOF
Rumo a 2026 com a máquina enguiçada e o cofre furado
Com a aproximação do calendário eleitoral, cresce a percepção de que o pêndulo político está prestes a mudar de direção — e, com ele, toda a correlação de forças no país — o problema é o intervalo até lá
Tony Volpon: Mercado sobrevive a mais um susto… e as bolsas americanas batem nas máximas do ano
O “sangue frio” coletivo também é uma evidência de força dos mercados acionários em geral, que depois do cessar-fogo, atingiram novas máximas no ano e novas máximas históricas
Tudo sob controle: Ibovespa precisa de uma leve alta para fechar junho no azul, mas não depende só de si
Ibovespa vem de três altas mensais consecutivas, mas as turbulências de junho colocam a sequência em risco
Ser CLT virou ofensa? O que há por trás do medo da geração Z pela carteira assinada
De símbolo de estabilidade a motivo de piada nas redes sociais: o que esse movimento diz sobre o mundo do trabalho — e sobre a forma como estamos lidando com ele?
Atenção aos sinais: Bolsas internacionais sobem com notícia de acordo EUA-China; Ibovespa acompanha desemprego e PCE
Ibovespa tenta manter o bom momento enquanto governo busca meio de contornar derrubada do aumento do IOF
Siga na bolsa mesmo com a Selic em 15%: os sinais dizem que chegou a hora de comprar ações
A elevação do juro no Brasil não significa que chegou a hora de abandonar a renda variável de vez e mergulhar na super renda fixa brasileira — e eu te explico os motivos
Trocando as lentes: Ibovespa repercute derrubada de ajuste do IOF pelo Congresso, IPCA-15 de junho e PIB final dos EUA
Os investidores também monitoram entrevista coletiva de Galípolo após divulgação de Relatório de Política Monetária
Rodolfo Amstalden: Não existem níveis seguros para a oferta de segurança
Em tese, o forward guidance é tanto mais necessário quanto menos crível for a atitude da autoridade monetária. Se o seu cônjuge precisa prometer que vai voltar cedo toda vez que sai sozinho de casa, provavelmente há um ou mais motivos para isso.
É melhor ter um plano: Ibovespa busca manter tom positivo em dia de agenda fraca e Powell no Senado dos EUA
Bolsas internacionais seguem no azul, ainda repercutindo a trégua na guerra entre Israel e o Irã