Ministro da Saúde pede R$ 5,1 bi para conter coronavírus
Ministro da Saúde avaliou que a letalidade do vírus é baixa, mas que seu principal impacto é a sobrecarga do sistema de saúde, que demandará mais profissionais, mais leitos, mais insumos e mais recursos para o custeio dessa estrutura adicional
Na comissão geral realizada hoje (11) na Câmara dos Deputados sobre a situação do novo coronavírus, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta defendeu a liberação R$ 5,1 bilhões do orçamento, oriundo de emendas da relatoria da casa. A demanda por mais verbas foi apoiada por diversos deputados presentes na comissão. O valor será utilizado na Atenção Primária e hospitalar para reforçar as ações contra o vírus.
Durante a sessão da comissão, parlamentares, especialistas e o Mandetta, chamaram a atenção para a sobrecarga que o sistema de saúde terá com a disseminação do Covid-19.
O ministro avaliou que a letalidade do vírus é baixa, mas que seu principal impacto é a sobrecarga do sistema de saúde, que demandará mais profissionais, mais leitos, mais insumos e mais recursos para o custeio dessa estrutura adicional.
“Você tem uma espiral de casos. Isso leva pessoas a procurar unidades de saúde. Se o vírus não tem uma letalidade individual elevada, ele tem letalidade ao sistema de saúde. Quanto mais agudo o ângulo de crescimento, mais pessoas ao mesmo tempo acionam o sistema”, comentou.
A análise foi compartilhada por parlamentares e por representantes do setor médico, que defenderam o fortalecimento do sistema de saúde em resposta à pandemia. “Se epidemia vier com força, vamos ter que ter força hospitalar. Inglaterra já está pensando em tendas, para caso de não ter cobertura de leitos ter uma resposta”, ressaltou o deputado Chico D´Angelo.
“Temos tudo pra ter inverno complexo pra nossa rede pública e particular. Primeiro porque população vulnerável aumentou, assim como quem usa exclusivamente o Sistema Único de Saúde (SUS), porque reduziu o número de pessoas que utilizam plano de saúde. Precisamos calcular a demanda por leitos de UTI, pois se não fizer agora, em 90 dias não teremos o suficiente”, disse o deputado Alexandre Padilha.
A deputada Celina Leão lembrou o caso do Distrito Federal, onde a unidade de saúde particular se negou a fazer o tratamento da primeira paciente com caso confirmado da capital, para cobrar que a rede privada também precisa fazer a sua parte. “Na hora do grande enfrentamento é o Ministério da Saúde, as secretarias de saúde que cuidam do problema grave. Os hospitais privados precisam dar uma parcela de contribuição”.
Medidas
O ministro da Saúde declarou que a intenção é disponibilizar mil leitos em centros de tratamento intensivo como forma de apoio. Nesta semana, Mandetta anunciou a ampliação do programa que dá incentivos a postos de saúde para ficarem abertos por mais tempo, o programa chamado “Saúde na Hora”. O ministério também disse que abrirá um edital para contratação de cinco mil médicos dentro do programa Mais Médicos.
O titular do órgão manifestou preocupação com os planos dos estados e municípios. “Tem estado que copiou o plano formulado para o H1N1”, criticou. O professor de medicina da Universidade de Brasília Jonas de Carvalho também se disse preocupado com as iniciativas nos estados e municípios.
“Precisamos estimular a promoção de planos de contingência locais. Estados fizeram planos, mas precisamos chegar nos municípios. Não temos ferramentas apropriadas. Precisamos de inteligência epidemiológica, fortalecer equipes e salas de situação que deem apoio ao gestor. Muitos municípios e estados não possuem esses profissionais”, alertou o docente.
Representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) informaram que os planos estão sendo revisados. “Os secretários municipais e estaduais farão assembleia conjunta para acabar de discutir algumas pontas soltas e amarrar compromissos para frente”, informou o secretário-executivo, Jurandi Frutuoso.
Questionado por jornalistas sobre medidas adotadas em outros países, como fechamento de órgãos públicos, restrição de circulação e recessos ou férias escolares, Mandetta não apontou nenhuma dessas providências como necessária agora.
Em relação às férias escolares, o ministro ponderou que a iniciativa pode ter um efeito negativo. “Fechar a aula vai provocar um dilema. Talvez seja preciso. Mas quem vai ficar com a criança? Vamos lembrar que idosos são principais alvos quando você precisa fazer bom uso do sistema”, observou.
Tabelamento de preços
A comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha as ações para o combate ao novo coronavírus aprovou indicação do Governo Federal para que haja tabelamento de preços de itens utilizados na prevenção e combate à pandemia. A indicação é uma recomendação e só será efetivada caso o governo julgue necessário.
Além disso, a comissão externa formulou outra indicação ao Executivo para impedir que empresas nacionais exportem esses produtos. Isso porque a comercialização fora do Brasil reduz a oferta aqui dentro. Com o real desvalorizado, as firmas poderiam se sentir mais atraídas a exportar do que a colocar esses produtos no mercado interno, contribuindo para um desasbastecimento.
“Diversos deputados colocaram essa questão, com pessoas procurando distribuidores e sendo achacados por esses valores. Além disso, aprovamos indicação de proibição da exportação porque estamos em situação desfavorável, concorrendo com Europa com euro a R$ 5”, obsevou o presidente da Comissão, deputado Dr. Luizinho.
A preocupação com a escalada dos preços e o deficit desses produtos foi manifestada por outros parlamentares. “Daqui a pouco não teremos máscaras suficientes no Brasil, assim como o álcool gel”, alertou a deputada Mariana Carvalho.
Na comissão geral na Câmara dos Deputados hoje (11), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que no caso das máscaras os preços subiram até 1.800%. A Comissão recebeu informações sobre elevações de preço, especialmente de garrafas de álcool gel e máscaras de proteção.
O ministro respondeu que é preciso ter cuidado com medidas como a proibição da exportação. “Se tivermos produção nacional e países vizinhos precisarem? Vamos proibir? É preciso ver caso a caso”, ponderou Mandetta.
‘Clube dos US$ 100 bilhões’: número bilionários com fortuna de 12 dígitos bate recorde em 2024; veja quem são
Em 2023, o “clube” tinha seis membros. Em 2020, apenas um: era Jeff Bezos, fundador da Amazon, que hoje aparece em terceiro lugar
Mark Zuckerberg ultrapassa Elon Musk e se torna terceiro homem mais rico do mundo, segundo ranking de bilionários da Bloomberg
Elon Musk, que encerrou 2023 como o homem mais rico do mundo, foi empurrado por Mark Zuckerberg para fora do pódio dos bilionários da Bloomberg
O fim das apostas esportivas no cartão de crédito: governo define novas regras para o ‘mercado bet’
Criada em 2018, a modalidade lotérica que reúne eventos virtuais e reais vem sendo regulamentada desde o ano passado
Lotofácil tem dois ganhadores, mas ninguém fica milionário — e outra loteria vai pagar prêmio de R$ 174 milhões nesta semana
Duas apostas cravaram as 15 dezenas sorteadas no concurso 3081 da Lotofácil; confira os números que saíram na loteria
Qual o futuro dos juros no Brasil? Campos Neto dá pistas sobre a trajetória da taxa Selic daqui para frente
O presidente do banco central falou sobre a inflação, o mercado de trabalho e sobre a trajetória da economia durante entrevista para a CNBC
Senado aprova isenção de imposto de renda para quem ganha até dois salários mínimos por mês; projeto vai à sanção presidencial
Aprovação do projeto de lei oficializa medida provisória publicada pelo governo em fevereiro; limite de isenção do imposto de renda passa para R$ 2.824
Haddad responde aos mercados sobre ruídos provocados por meta fiscal; veja o que o ministro falou
Haddad argumentou que o ajuste estabelece uma trajetória “completamente em linha” com o que se espera no médio prazo de estabilidade da dívida
A final do BBB 24 está aí: Quanto o prêmio recorde de R$ 2,92 milhões renderia se o vencedor resolvesse viver de renda?
O Big Brother Brasil pagará o maior prêmio da história na final desta edição, com Davi, Isabelle e Matheus na disputa. Mas é possível viver apenas com a bolada?
Petrobras (PETR4) é uma das melhores petroleiras do mundo, mas ‘risco Lula’ empaca: “ações podem desabar da noite pro dia” — o que fazer com os papéis?
“Se você focar apenas em resultados, a Petrobras (PETR4) é uma das melhores petroleiras do mundo”. É assim que o analista Ruy Hungria começa sua participação no mais recente episódio do podcast Touros e Ursos. Ele explica que a estatal tem margens até melhores do que as gigantes do setor — como Chevron, Exxon e […]
Dólar em R$ 5,28: os dois eventos que fizeram a moeda norte-americana atingir o maior patamar em mais de um ano
Entenda por que os investidores buscam abrigo em ativos considerados porto seguro como o ouro e os títulos do Tesouro dos EUA
Leia Também
-
Agenda política: Minirreforma eleitoral e Desenrola são destaque da semana em Brasília
-
E agora, 'Mercado'? Gestores divergem sobre tamanho da crise após cenas de terrorismo e destruição em Brasília — mas concordam que bolsa, juros e dólar devem ter dia difícil
-
Autogolpe e impeachment no mesmo dia? Entenda o caos que se instalou no Peru e derrubou o presidente em menos de 24h
Mais lidas
-
1
Tchau, Vale (VALE3)? Por que a Cosan (CSAN3) vendeu 33,5 milhões de ações da mineradora
-
2
Sabesp (SBSP3): governo Tarcísio define modelo de privatização e autoriza aumento de capital de até R$ 22 bilhões; saiba como vai funcionar
-
3
Dividendos da Petrobras (PETR4): governo pode surpreender e levar proposta de pagamento direto à assembleia, admite presidente da estatal