Setor externo tem superávit de US$ 868 milhões em março
Dados refletem os efeitos da pandemia do novo coronavírus, que em março se intensificou no Brasil, reduzindo o volume de importações de produtos

Após o déficit de US$ 3,904 bilhões em fevereiro, o resultado das transações correntes ficou positivo em março deste ano, em US$ 868 milhões, informou nesta sexta-feira, 24, o Banco Central.
Os dados refletem os efeitos da pandemia do novo coronavírus, que em março se intensificou no Brasil, reduzindo o volume de importações de produtos. A instituição projetava para o mês passado déficit de US$ 1 bilhão na conta corrente.
O número do mês passado ficou dentro do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que tinha intervalo de déficit de US$ 2,550 bilhões a superávit de US$ 1,321 bilhão (mediana negativa de US$ 300 milhões).
A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 4,189 bilhões em março, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 1,779 bilhão. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 1,673 bilhão. No caso da conta financeira, o resultado ficou positivo em US$ 945 milhões.
No acumulado do primeiro trimestre, o rombo nas contas externas soma US$ 15,242 bilhões. A estimativa atual do BC é de déficit em conta corrente de US$ 41,0 bilhões em 2020.
Nos 12 meses até março deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 49,651 bilhões, o que representa 2,80% do Produto Interno Bruto (PIB).
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Lucros e dividendos
A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 809 milhões em março, informou o Banco Central. A saída líquida representa um volume inferior aos US$ 2,977 bilhões que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.
No acumulado do primeiro trimestre, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 6,138 bilhões. A expectativa do BC é de que a remessa de lucros e dividendos de 2020 some US$ 25,0 bilhões.
O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 837 milhões em março, ante US$ 1,335 bilhão em igual mês do ano passado.
No acumulado do primeiro trimestre, essas despesas alcançaram US$ 6,208 bilhões. Para este ano, o BC projeta pagamento de juros no valor de US$ 21,0 bilhões.
Viagens internacionais
Sob os efeitos da pandemia, a conta de viagens internacionais registrou déficit de apenas US$ 227 milhões em março, informou o Banco Central. O valor reflete a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil no período. Em março de 2019, o déficit nessa conta foi de US$ 760 milhões.
Na prática, com o dólar mais elevado e o espaço aéreo fechado em vários países, os gastos líquidos dos brasileiros no exterior despencaram 70,13% em março deste ano. Vale lembrar que a pandemia do novo coronavírus ganhou corpo justamente em março, quando se intensificaram as restrições de deslocamento entre países.
O desempenho da conta de viagens internacionais no mês passado foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 385 milhões - queda de 32,10% em relação a março de 2019. Já o gasto dos estrangeiros em viagem ao Brasil ficou em US$ 612 milhões no mês passado, o que representa um recuo de 53,92%.
No primeiro trimestre, o saldo líquido da conta de viagens ficou negativo em US$ 1,486 bilhão. Para 2020, o BC estima um déficit de US$ 7,0 bilhões nesta conta.
Dívida externa
A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em março é de US$ 318,452 bilhões. Segundo a instituição, o ano de 2019 terminou com uma dívida de US$ 322,985 bilhões.
A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 234,612 bilhões em março, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 83,840 bilhões no fim do mês passado.
Investimento Direto
Os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 7,621 bilhões em março, informou o BC. O resultado ficou acima das estimativas apuradas pelo Projeções Broadcast, que iam de US$ 4,700 bilhões a US$ 7,100 bilhões, com mediana de US$ 6,500 bilhões. Pelos cálculos do Banco Central, o IDP de fevereiro indicaria entrada de US$ 7,000 bilhões.
No acumulado do ano até março, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo somou US$ 19,235 bilhões. A estimativa do BC para este ano é de IDP de US$ 60,0 bilhões.
No acumulado dos 12 meses até março deste ano, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 79,507 bilhões, o que representa 4,49% do Produto Interno Bruto (PIB).
Investimento em ações
O investimento estrangeiro em ações brasileiras ficou negativo em US$ 7,444 bilhões em março, informou o Banco Central. Em igual mês do ano passado, o resultado havia sido negativo em US$ 1,879 bilhão.
No acumulado do primeiro trimestre, o saldo ficou negativo em US$ 13,774 bilhões.
O investimento em fundos de investimentos no Brasil ficou negativo em US$ 160 milhões em março. No mesmo mês do ano passado, ele havia sido positivo em US$ 556 milhões. No acumulado primeiro trimestre, houve aportes de US$ 81 milhões dos fundos de investimentos.
Já o saldo de investimento estrangeiro em títulos de renda fixa negociados no País ficou negativo em US$ 14,624 bilhões em março. No mesmo mês do ano passado, havia ficado positivo em US$ 1,115 bilhão. No ano, o saldo em renda fixa ficou negativo em US$ 7,925 bilhões.
Taxa de rolagem
O Banco Central informou que a taxa de rolagem de empréstimos de médio e longo prazos captados no exterior ficou em 299% em março. Esse patamar significa que houve captação de valor em quantidade mais do que suficiente para rolar compromissos das empresas no período.
O resultado ficou acima do verificado em março do ano passado, quando a taxa havia sido de 72%.
De acordo com os números apresentados nesta sexta pelo BC, a taxa de rolagem dos títulos de longo prazo ficou em 45% em março. Em igual mês de 2019, havia sido de 59%. Já os empréstimos diretos atingiram 361% no mês passado, ante 86% de março do ano anterior.
No primeiro trimestre, a taxa de rolagem total ficou em 201%. Os títulos de longo prazo tiveram taxa de 92% e os empréstimos diretos, de 267% no período. O BC estima taxa de rolagem de 100,0% para 2020.
*Com Estadão Conteúdo
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