🔴 AÇÕES PARA INVESTIR EM JULHO: CONFIRA CARTEIRA COM 10 RECOMENDAÇÕES – ACESSE GRATUITAMENTE

A ordem do dia é gastar menos do que se ganha e não dever nada a ninguém

Lembre-se: o governo, qualquer que seja ele, de esquerda, direita, centro, vai te trair um dia, se é que já não traiu, como aconteceu no caso de minha aposentadoria.

15 de fevereiro de 2020
14:07
Imagem: Shutterstock

Já disse isso em minhas crônicas algumas vezes, mas não custa repetir: economize algum dinheiro todos os meses e aplique a sobra, de preferência em renda variável, mesmo que isso signifique sacrifícios.

Nas férias, ao invés de viajar para o exterior, vá para um balneário ou estância de montanha próximos à sua cidade. Ou até mesmo fique em casa com a família, levando os filhos para brincar no parque.

O essencial é poupar, mesmo que isso implique, nos momentos mais difíceis, comer arroz com ovo frito no almoço e tomar sopa no jantar. Deixe seu carro na garagem e vá para o trabalho usando transporte coletivo. Os londrinos e nova-iorquinos, por exemplo, fazem isso naturalmente.

Se o caro amigo leitor é bem mais abonado, e pratica anualmente esportes de inverno em Courchevel ou Vail, baixe um pouquinho a bola. Mude a época das férias. Troque de hemisfério. Vá para Bariloche, onde o peso argentino é uma teta frente ao real.

Subindo ao topo da pirâmide social, se você tem um jatinho particular, venda-o e comece a viajar de primeira classe nas companhias aéreas. Se já voa de primeira, passe para a executiva. E se é esse o seu caso, faça um downgrade para a dog class. Todas chegarão ao destino na mesma hora.

Resumindo: do grande empresário à empregada doméstica (que mancada, hein, Posto Ipiranga?!), a ordem do dia, da semana, do mês, do ano e da época é gastar menos do que se ganha.

Leia Também

Mais do que tudo, não parcele nada. Pague à vista ou não compre.

Nem sempre foi assim. Como peguei a época do auge da hiperinflação, meus hábitos eram completamente diferentes – aliás, no meu último livro, retrato em diversas crônicas o estilo de vida levado por investidores daqueles tempos.

Cartões de crédito, por exemplo, eu possuía seis. Dependendo do dia do mês, pagava com Visa, Mastercard, Ourocard, Diners, Nacional ou American Express. Assim procedendo, tinha sempre 40 dias, ou pouco menos, para pagar minha fatura. Isso me dava uma economia de uns 30%.

Após minha separação conjugal, a casa em que morava com a família ficou para a ex e os filhos. Decidi, então, morar de aluguel.

A lei só permitia que o proprietário retomasse o imóvel após cinco anos. Os reajustes eram anuais, sempre em índices menores do que a inflação, da qual eram expurgados vários itens.

Me valendo disso, só alugava casa de grandes proprietários (gente que tinha 20 ou 30 apartamentos), pois não queria prejudicar nenhuma viúva que dependesse daquele aluguel para viver. Seria despir um santo para vestir outro.

Certa ocasião, já vivendo com minha segunda mulher, aluguei um apartamento de quatro quartos na avenida Sernambetiba, na orla da Barra da Tijuca, aqui no Rio. O valor mensal equivalia a aproximadamente 90% do meu salário mais comissões.

Como tinha um banqueiro bem-sucedido (pleonasmo?) como avalista, não tive problemas em assinar o contrato.

Isso aconteceu em 1987, época em que a inflação mensal era de aproximadamente 20%, que foi a diminuição em termos reais de meu aluguel logo no segundo mês. Mais 20 no terceiro, e assim por diante.

Na data do reajuste anual, o valor não retornava ao pico de onde começara.

Ao longo dos meses e anos seguintes, o aluguel foi diminuindo até que se tornou ínfimo, algo como um hambúrguer, do mais simples, sem aquele monte de decks.

“Puxa vida, Ivan, você está pagando, por um quatro quartos e duas salas num condomínio de luxo na beira da praia, menos do que o morador de um barraco no complexo do Alemão”, chorou o advogado do proprietário, tentando cavar um reajuste.

“É a lei”, respondi. “Sou operador de mercado. Se há uma coisa que conheço, é velocidade de depreciação do dinheiro. Se vocês tivessem feito um contrato de boca, com valor dolarizado, e com o preço justo do aluguel, eu teria topado. Mas calcularam uma inflação e calculei outra.”

Pouco antes do lançamento do Plano Real, entreguei o apartamento e comprei este no qual moro até hoje.

A situação foi mudando. Hoje, se aplica em renda fixa ou variável, neste segundo caso indo para o risco.

Para início de conversa, o que jamais deve fazer é parcelar dívidas. Elas se acumulam e você se ferra.

O IPVA do estado do Rio, por exemplo, pode ser pago em três vezes. Só que, se pagar à vista, como fiz, o governo dá um desconto de 3%. Caramba, minhas aplicações em renda fixa não rendem isso. Optei por parcela única.

Já o IPTU do município do Rio de Janeiro permite o pagamento em dez parcelas. Só que, pra quem recolhe tudo no ato, como também foi a minha escolha, o desconto é de 7%.

Como recebo de várias fontes, tenho sempre imposto de renda a pagar, jamais devolução. A Receita Federal aceita parcelamento em oito vezes, com reajuste pela taxa Selic, mais 1% todo mês.

A não ser que tenha de fazer um empréstimo bancário para quitar o seu, opte pela cota única, como irei fazer, sacando de meu fundo de renda fixa.

Agora, o mais importante. Se você chega numa loja para comprar, por exemplo, um liquidificador, eles oferecem parcelar em dez vezes, no cartão de crédito. Sem juros.

Pague à vista. Caso contrário, vai acabar acumulando dívidas mensais que lhe retirarão a possibilidade de poupar todos os meses.

Eu, quase octogenário, arff, engulo diariamente 16 comprimidos de uso essencial e contínuo. Só um deles, o Xarelto, que inibe trombos e AVCs, custa mais de 200 reais a caixa com 28 cápsulas.

Quando chego no caixa da farmácia, a atendente pergunta: “Quer dividir em três vezes?”

“Tô fora!”

Se parcelar a arritmia, o diabetes, a hipertensão, vou criar uma bola de neve, da qual não sairei nunca mais. Minha conta mensal no cartão já vai abrir lotada todos os meses.

O primeiro dever de um poupador que pretende erigir um patrimônio em ações ou outros investimentos é não dever nada a ninguém, nem mesmo a juros zero.

Lembre-se: o governo, qualquer que seja ele, de esquerda, direita, centro, vai te trair um dia, se é que já não traiu, como aconteceu no caso de minha aposentadoria (assunto para outra edição da coluna).

Compre seu liquidificador à vista ou, se estiver a perigo, faça como sua bisavó: amasse a abóbora de sua sopa com um garfo.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Troco um Van Gogh por uma small cap

7 de julho de 2025 - 20:00

Seria capaz de apostar que seu assessor de investimentos não ligou para oferecer uma carteira de small caps brasileiras neste momento. Há algo mais fora de moda do que elas agora? Olho para algumas dessas ações e tenho a impressão de estar diante de “Pomar com ciprestes”, em 1888.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ontem, hoje, amanhã: Tensão com fim da trégua comercial dificulta busca por novos recordes no Ibovespa

7 de julho de 2025 - 8:14

Apetite por risco é desafiado pela aproximação do fim da trégua de Donald Trump em sua guerra comercial contra o mundo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Talvez fique repetitivo: Ibovespa mira novos recordes, mas feriado nos EUA drena liquidez dos mercados

4 de julho de 2025 - 8:26

O Ibovespa superou ontem, pela primeira vez na história, a marca dos 141 pontos; dólar está no nível mais baixo em pouco mais de um ano

SEXTOU COM O RUY

A história não se repete, mas rima: a estratégia que deu certo no passado e tem grandes chances de trazer bons retornos — de novo

4 de julho de 2025 - 7:08

Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.

SEU MENTOR DE INVESTIMENTOS

Ditados, superstições e preceitos da Rua

3 de julho de 2025 - 19:55

Aqueles que têm um modus operandi e se atêm a ele são vitoriosos. Por sua vez, os indecisos que ora obedecem a um critério, ora a outro, costumam ser alijados do mercado.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Feijão com arroz: Ibovespa busca recuperação em dia de payroll com Wall Street nas máximas

3 de julho de 2025 - 8:28

Wall Street fecha mais cedo hoje e nem abre amanhã, o que tende a drenar a liquidez nos mercados financeiros internacionais

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Um estranho encontro com a verdade subterrânea

2 de julho de 2025 - 20:00

Em vez de entrar em disputas metodológicas na edição de hoje, proponho um outro tipo de exercício imaginativo, mais útil para fins didáticos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mantendo a tradição: Ibovespa tenta recuperar os 140 mil pontos em dia de produção industrial e dados sobre o mercado de trabalho nos EUA

2 de julho de 2025 - 8:29

Investidores também monitoram decisão do governo de recorrer ao STF para manter aumento do IOF

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os fantasmas de Nelson Rodrigues: Ibovespa começa o semestre tentando sustentar posto de melhor investimento do ano

1 de julho de 2025 - 8:13

Melhor investimento do primeiro semestre, Ibovespa reage a trégua na guerra comercial, trade eleitoral e treta do IOF

Insights Assimétricos

Rumo a 2026 com a máquina enguiçada e o cofre furado

1 de julho de 2025 - 6:03

Com a aproximação do calendário eleitoral, cresce a percepção de que o pêndulo político está prestes a mudar de direção — e, com ele, toda a correlação de forças no país — o problema é o intervalo até lá

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Mercado sobrevive a mais um susto… e as bolsas americanas batem nas máximas do ano

30 de junho de 2025 - 19:50

O “sangue frio” coletivo também é uma evidência de força dos mercados acionários em geral, que depois do cessar-fogo, atingiram novas máximas no ano e novas máximas históricas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo sob controle: Ibovespa precisa de uma leve alta para fechar junho no azul, mas não depende só de si

30 de junho de 2025 - 8:03

Ibovespa vem de três altas mensais consecutivas, mas as turbulências de junho colocam a sequência em risco

TRILHAS DE CARREIRA

Ser CLT virou ofensa? O que há por trás do medo da geração Z pela carteira assinada

29 de junho de 2025 - 7:59

De símbolo de estabilidade a motivo de piada nas redes sociais: o que esse movimento diz sobre o mundo do trabalho — e sobre a forma como estamos lidando com ele?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Atenção aos sinais: Bolsas internacionais sobem com notícia de acordo EUA-China; Ibovespa acompanha desemprego e PCE

27 de junho de 2025 - 8:09

Ibovespa tenta manter o bom momento enquanto governo busca meio de contornar derrubada do aumento do IOF

SEXTOU COM O RUY

Siga na bolsa mesmo com a Selic em 15%: os sinais dizem que chegou a hora de comprar ações

27 de junho de 2025 - 6:01

A elevação do juro no Brasil não significa que chegou a hora de abandonar a renda variável de vez e mergulhar na super renda fixa brasileira — e eu te explico os motivos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Trocando as lentes: Ibovespa repercute derrubada de ajuste do IOF pelo Congresso, IPCA-15 de junho e PIB final dos EUA

26 de junho de 2025 - 8:20

Os investidores também monitoram entrevista coletiva de Galípolo após divulgação de Relatório de Política Monetária

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Não existem níveis seguros para a oferta de segurança

25 de junho de 2025 - 19:58

Em tese, o forward guidance é tanto mais necessário quanto menos crível for a atitude da autoridade monetária. Se o seu cônjuge precisa prometer que vai voltar cedo toda vez que sai sozinho de casa, provavelmente há um ou mais motivos para isso.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

É melhor ter um plano: Ibovespa busca manter tom positivo em dia de agenda fraca e Powell no Senado dos EUA

25 de junho de 2025 - 8:11

Bolsas internacionais seguem no azul, ainda repercutindo a trégua na guerra entre Israel e o Irã

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um longo caminho: Ibovespa monitora cessar-fogo enquanto investidores repercutem ata do Copom e testemunho de Powell

24 de junho de 2025 - 7:58

Trégua anunciada por Donald Trump impulsiona ativos de risco nos mercados internacionais e pode ajudar o Ibovespa

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Um frágil cessar-fogo antes do tiro no pé que o Irã não vai querer dar

24 de junho de 2025 - 6:15

Cessar-fogo em guerra contra o Irã traz alívio, mas não resolve impasse estrutural. Trégua será duradoura ou apenas mais uma pausa antes do próximo ato?

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar