Ibovespa cede os 100 mil pontos com temores em relação à permanência de Guedes no governo
Sem indicadores para nortear os investidores neste início de semana, as tensões políticas no Brasil e nos EUA pesam sobre os mercados financeiros

O Ibovespa intensificou a queda na tarde desta segunda-feira e caía mais de 2% em uma sessão marcada por intensa volatilidade. Enquanto cresce entre os analistas de mercado o temor de que os dias de Paulo Guedes como ministro da Economia estejam contados, o Ibovespa cedeu a marca psicológica dos 100 mil pontos.
Sem indicadores econômicos relevantes para nortear os investidores neste início de semana, a tensão política prevalece e o índice opera descolado dos mercados financeiros internacionais.
Ao perder o piso dos 100 mil pontos, operando abaixo deste nível pela primeira vez desde 14 de julho, o Ibovespa foi afetado pela disparo em massa de ordens de stop-loss.
Por volta das 16h40, o Ibovespa caía 2,30%, aos 99.018 pontos. Em Wall Street, o índice Dow Jones opera em leve baixa enquanto o Nasdaq e o S&P-500 sobem.
O principal índice de ações da B3 abriu em queda nesta segunda-feira. Ele até flertou brevemente com o território positivo, acompanhando a abertura em Wall Street, mas logo voltou a cair em meio a uma sessão que inicia uma semana de agenda fraca em termos de volume, mas repleta de armadilhas capazes de provocar intensa volatilidade nos mercados financeiros locais.
"Agenda vazia, oficina da volatilidade", sentenciou o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, antes mesmo da abertura do pregão.
Leia Também
Apesar de a queda afetar a maior parte das ações, alguns setores têm bom desempenho hoje no Ibovespa.
As ações dos frigoríficos, por exemplo, sobem à medida que investidores incorporam aos papéis os bons resultados financeiros registrados no segundo semestre.
Nos setores de mineração e metalurgia, a alta das ações é propulsionada pela expectativa de medidas de estímulos à economia chinesa.
Tensão política local descola Ibovespa do exterior
Observadores do mercado aguardam sinais mais concretos em relação às tensões políticas em Brasília. As especulações sobre a permanência de Paulo Guedes no governo ganharam volume na semana passada e desde então só crescem.
O aparente enfraquecimento do ministro Paulo Guedes - e consequentemente de sua agenda ultraliberal - alimenta temores de que o governo Jair Bolsonaro venha a abandonar a disciplina fiscal e as reformas exigidas pelos investidores.
Vieira adverte que a especulação sobre da possibilidade de impeachment levantada por Paulo Guedes na semana passada, ao se queixar publicamente da "debandada" em sua equipe, "abriu espaço para sua fritura dentro do governo".
Guerra comercial no radar
No campo geopolítico, o principal foco de incerteza vem do acordo comercial entre os Estados Unidos e China.
No sábado, aniversário de seis meses do pacto sino-americano, autoridades dos dois lados deveriam ter realizado uma teleconferência para revisar a implementação do primeiro estágio do acordo selado em fevereiro.
A reunião virtual, entretanto, não aconteceu. O encontro foi desmarcado na última hora e, ainda que fontes nos dois lados tenham atribuído o fato a um conflito de agenda, os investidores seguem atentos aos desdobramentos da guerra comercial.
"Mais tempo para a China aumentar o volume de compras de produtos americanos antes de novo agendamento ou piora nas relações comerciais?", questiona Alessandro Faganello, consultor da Advanced Corretora.
Outro foco externo de tensão figura nas dúvidas em relação às tentativas de acordo entre republicanos e democratas para dar continuidade aos estímulo à economia norte-americana em tempos de pandemia.
Dólar e juro
Já o dólar voltou a operar acima da marca de R$ 5,50 no meio da tarde de hoje, atingindo o nível mais alto desde 22 de maio.
Além de acompanhar a desvalorização de outras moedas emergentes ante o dólar, o real é afetado duramente pelos temores de que os dias de Guedes como ministro da Economia estejam contados.
De acordo com analistas, enquanto o mercado de câmbio reproduz hoje a volatilidade observada entre as ações desde o início do pregão, os investidores reagem a especulações sobre quem sucederia Guedes caso ele realmente venha a deixar o Ministério da Economia.
Por volta das 16h40, a moeda norte-americana era cotada em alta de 1,43% a R$ 5,5046.
Enquanto isso, os contratos de juros futuros fecharam em alta firme repercutindo os temores dos investidores com a questão fiscal e o futuro do ministro Paulo Guedes.
Confira as taxas negociadas de alguns dos principais contratos negociados na B3:
- Janeiro/2022: de 2,800% para 2,830%;
- Janeiro/2023: de 4,010% para 4,060%;
- Janeiro/2025: de 5,810% para 5,950%;
- Janeiro/2027: de 6,830% para 7,000%.
BRPR Corporate Offices (BROF11) estabelece novo contrato de locação com a Vale (VALE3) e antecipa R$ 44 milhões
O acordo, no modelo atípico, define que a mineradora passará a ser responsável por todos os encargos referentes ao empreendimento localizado em Minas Gerais
XP aponta seis ações defensivas para enfrentar o novo choque de 50% imposto pelos EUA — e duas possíveis beneficiadas
Enquanto a aversão a risco toma conta do mercado, a XP lista seis papéis da B3 com potencial para proteger investidores em meio ao tarifaço de Trump
Ibovespa escapa da sangria após tarifas de Trump, mas cai 0,54%; dólar sobe a R$ 5,5452
Após o anúncio da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que deve entrar em vigor em 1 de agosto, algumas ações conseguiram escapar de uma penalização dos mercados
Embraer (EMBR3) não é a única a sofrer com as tarifas de Trump: as ações mais impactadas pela guerra comercial e o que esperar da bolsa agora
A guerra comercial chegou ao Brasil e promete mexer com os preços e a dinâmica de muitas empresas brasileiras; veja o que dizem os analistas
Um novo segmento para os fundos imobiliários? Com avanço da inteligência artificial, data centers entram na mira dos FIIs — e cotistas podem lucrar com isso
Com a possibilidade de o país se tornar um hub de centros de processamento de dados, esses imóveis deixam de ser apenas “investimentos diferentões”
O pior está por vir? As ações que mais apanham com as tarifas de Trump ao Brasil — e as três sobreviventes no pós-mercado da B3
O Ibovespa futuro passou a cair mais de 2,5% assim que a taxa de 50% foi anunciada pelo presidente norte-americano, enquanto o dólar para agosto renovou máxima, subindo mais de 2%
A bolsa brasileira vai negociar ouro a partir deste mês; entenda como funcionará o novo contrato
A negociação começará em 21 de julho, sob o ticker GLD, e foi projetada para ser mais acessível, inspirada no modelo dos minicontratos de dólar
Ibovespa tropeça em Galípolo e na taxação de Trump ao Brasil e cai 1,31%; dólar sobe a R$ 5,5024
Além da sinalização do presidente do BC de que a Selic deve ficar alta por mais tempo do que o esperado, houve uma piora generalizada no mercado local depois que Trump mirou nos importados brasileiros
FII PATL11 dispara na bolsa e não está sozinho; saiba o que motiva o bom humor dos cotistas com fundos do Patria
Após encher o carrinho com novos ativos, o Patria está apostando na reorganização da casa e dois FIIs entram na mira
O Ibovespa está barato? Este gestor discorda e prevê um 2025 morno; conheça as 6 ações em que ele aposta na bolsa brasileira agora
Ao Seu Dinheiro, o gestor de ações da Neo Investimentos, Matheus Tarzia, revelou as perspectivas para a bolsa brasileira e abriu as principais apostas em ações
A bolsa perdeu o medo de Trump? O que explica o comportamento dos mercados na nova onda de tarifas do republicano
O presidente norte-americano vem anunciando uma série de tarifas contra uma dezena de países e setores, mas as bolsas ao redor do mundo não reagem como em abril, quando entraram em colapso; entenda por que isso está acontecendo agora
Fundo Verde, de Stuhlberger, volta a ter posição em ações do Brasil
Em carta mensal, a gestora revelou ganhos impulsionados por posições em euro, real, criptomoedas e crédito local, enquanto sofreu perdas com petróleo
Ibovespa em disparada: estrangeiros tiveram retorno de 34,5% em 2025, no melhor desempenho desde 2016
Parte relevante da valorização em dólares da bolsa brasileira no primeiro semestre está associada à desvalorização global da moeda norte-americana
Brasil, China e Rússia respondem a Trump; Ibovespa fecha em queda de 1,26% e dólar sobe a R$ 5,4778
Presidente norte-americano voltou a falar nesta segunda-feira (7) e acusou o Brasil de promover uma caça às bruxas; entenda essa história em detalhes
Em meio ao imbróglio com o FII TRBL11, Correios firmam acordo de locação com o Bresco Logística (BRCO11); entenda como fica a operação da agência
Enquanto os Correios ganham um novo endereço, a agência ainda lida com uma queda de braço com o TRBL11, que vem se arrastando desde outubro do ano passado
De volta ao trono: Fundo imobiliário de papel é o mais recomendado de julho para surfar a alta da Selic; confira o ranking
Apesar do fim da alta dos juros já estar entrando no radar do mercado, a Selic a 15% abre espaço para o retorno de um dos maiores FIIs de papel ao pódio da série do Seu Dinheiro
Ataque hacker e criptomoedas: por que boa parte do dinheiro levado no “roubo do século” pode ter se perdido para sempre
Especialistas consultados pelo Seu Dinheiro alertam: há uma boa chance de que a maior parte do dinheiro roubado nunca mais seja recuperada — e tudo por causa do lado obscuro dos ativos digitais
Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), lança programa de BDRs na B3; saiba como vai funcionar
Os certificados serão negociados na bolsa brasileira com o ticker EVEB31 e equivalerão a uma ação ordinária da empresa na Bolsa de Nova York
Quem tem medo da taxação? Entenda por que especialistas seguem confiantes com fundos imobiliários mesmo com fim da isenção no radar
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, especialistas da Empiricus Research, da Kinea e da TRX debateram o que esperar para o setor imobiliário se o imposto for aprovado no Congresso
FIIs na mira: as melhores oportunidades em fundos imobiliários para investir no segundo semestre
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, do Seu Dinheiro, especialistas da Empiricus Research, Kinea e TRX revelam ao que o investidor precisa estar atento no setor imobiliário com a Selic a 15% e risco fiscal no radar