A informação não é oficial, mas circula em diferentes sites, como “Correio Braziliense” e “G1”, que o presidente Jair Bolsonaro teria decidido que as idades mínimas na reforma da Previdência serão de 57 anos para as mulheres e 62 para os homens, a contar do fim de seu mandato em 2022.
Essas idades já tinham sido abertamente sugeridas por Bolsonaro em entrevista no dia 3 de janeiro. A primeira reação, na época, foi negativa, mas depois uma segunda avaliação foi feita, considerando que o tempo de transição para idades maiores seria mais rápido do que o modelo proposto pelo governo Michel Temer.
Ainda de acordo com o “senhor fontes”, haverá um mecanismo de ajuste para cima das idades de forma automática e que quem ganha mais, pagará maiores contribuições sobre o recebimento da aposentadoria. Numa segunda rodada de notícias, veio a informação de que se pretende que homens e mulheres se aposentem aos 65 anos após o período de transição.
O discurso oficial continua sendo de que os detalhes ainda serão definidos por Bolsonaro, assim que ele tiver alta do hospital onde está internado desde o dia 27.
Nesta terça-feira, o secretário especial da Previdência, Rogério Marinho, falou que o texto-base tinha sido fechado e que seria diferente da minuta que vazou na semana passada que, entre outros coisas, defendia idade mínima de 65 anos para homens e mulheres.
A paridade de idades foi defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Aliás, os dois atacaram o vazamento de informações da reforma, na semana passada, atribuindo essa atitude a pessoas que defendem interesses corporativos.
A primeira reação do mercado não foi muito positiva, pois o Ibovespa reduziu o ritmo de alta. Mas parece prevalecer no mercado o entendimento de alguma coisa está sendo feita e que a reforma, em linhas gerais, caminha na direção certa.
Reação mais consistente ao desenho da reforma deve acontecer mesmo com a oficialização do texto, que permitirá saber se a economia pretendida vai permitir a estabilização e posterior redução da relação dívida/PIB. Guedes falou em economia de R$ 1 trilhão em 10 anos, mas não deu mais detalhes. Aliás, "detalhes" é algo que Guedes não deu sobre nada nesses seus 43 dias como ministro.