A primeira semana de fevereiro mostrou uma firme movimentação de estrangeiros e fundos locais no mercado de Ibovespa futuro na B3. Os não residentes compraram mais de 47 mil contratos futuros, reduzindo sua posição vendida para 106.355 contratos, menor desde meados de outubro. Já os fundos venderam montante semelhante, reduzindo a posição comprada a 95.221 contratos.
Uma forma de ler as posições no Ibovespa futuro é como uma proteção (hedge) às oscilações no mercado à vista. O investidor está comprado em bolsa no mercado à vista e vai proteger essa exposição no mercado futuro vendendo contratos de Ibovespa.
No entanto, o mercado também opera o Ibovespa futuro com um ativo em si, podendo montar apostas de alta (comprado) ou de queda (vendido) no Ibovespa.
xxxPosição BMF
Essa acentuada troca de posições aconteceu em uma conturbada semana para o Ibovespa e para os mercados mundiais. O principal índice de ações da B3 chegou a perder os 95 mil pontos e amargou uma queda semanal de 2,6%, pior semana desde o começo de novembro do ano passado.
No mercado à vista, os fundos também venderam bolsa, enquanto os estrangeiros zeraram seu fluxo positivo.
No começo de janeiro o estrangeiro chegou a apresentar uma posição vendida de 165 mil contratos, a maior em mais de uma década, e discutimos aqui se o gringo estava pessimista com a bolsa brasileira.
Vimos que o assunto é um pouco mais complexo, pois além de considerar as movimentações de fluxo à vista e futuro temos de considerar, também, mudanças no “valuation” das posições, ou seja, como a valorização ou desvalorização de ações, títulos e da taxa de câmbio afetam essas posições.
O que é fato é que pelos dados do Instituto Internacional de Finanças (IIF), o Brasil segue como o emergente com menor volume de posição de investidores estrangeiros, mesmo depois que a mudança de orientação do Federal Reserve (Fed), banco central americano, estimulou uma nova rodada de fluxos para emergentes.
Mercado de câmbio
No futuro de dólar, a posição comprada do estrangeiro em contratos de câmbio e cupom cambial (juro em dólar) subiu em pouco mais de US$ 3 bilhões ao longo da semana, para US$ 36,5 bilhões, maior desde 21 de janeiro. Na ponta oposta, estão os fundos, com posição vendida total de US$ 26,3 bilhões e os bancos, com US$ 12,2 bilhões.