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Chineses devolvem ‘truco’ de Trump e conta sobra no colo do Fed

Montagem do Donald Trump e Jerome Powell jogando Poker

Presidente dos EUA, Donald Trump, e presidente do Fed, Jerome Powell

Na sexta-feira, fiz uma alegoria dizendo que o presidente americano Donald Trump jogava poker com o presidente do Federal Reserve (Fed), banco central americano, Jerome Powell, e os chineses, tendo como mesa a economia mundial. Trump jogou as fichas na mesa ao impor novas tarifas aos chineses, que avisaram que teria “troco”.

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A resposta veio com desvalorização da moeda chinesa, o yuan e um discurso mais duro. As jogadas também recaem sobre o Fed e as expectativas já são de novos e prolongados cortes de juros, algo que o próprio Fed tirou do radar na quarta-feira da semana passada. No mercados, o dia é um "mar de vermelho" nas bolsas e demais ativos de risco ao redor do mundo.

Nesse poker ou se preferir truco, fica a expectativa de qual será o próximo movimento de Trump, pois parece que está na sua vez de jogar. De forma resumida, se os EUA impõem tarifas, mas se a moeda chinesa desvaloriza, o efeito é anulado.

O que Trump pode fazer é subir ainda mais as tarifas e ver se os chineses desvalorizam ainda mais a sua moeda. Estamos no caminho natural de uma guerra comercial que acaba desembocando em guerra cambial. Trump fala isso nos seus tuites ao provocar o Fed a atuar.

Por hora, membros do BC americano observam a mesa com cautela, como todo banco central, e falam em acompanhar os desenvolvimentos.

Powell tinha transmitido a mensagem de que o Fed não embarcaria em um ciclo de corte, mas que a redução de 0,25 pontos, seria um ajuste de meio ciclo ou mesmo um corte preventivo. Uma resposta às incertezas trazidas pela própria guerra comercial do presidente americano.

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Trump vem fazendo esse jogo de esticar a corda nas negociações com os chineses e outros países, mas depois distensiona as relações, fazendo um cálculo político, já que vai tentar se reeleger em 2020. Economia fraca ou em crise não o ajuda. A não ser que ele consiga culpar os chineses por tudo, em um clássico exemplo da lógica de Homer Simpson: “Se a culpa é minha, posso colocá-la em quem eu quiser.”

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