A Embraer está pensando em distribuir US$ 1,6 bilhão em dividendos extraordinários, anunciou a companhia nesta quarta-feira, 16.
Mas a distribuição extraordinária só deve acontecer após a conclusão do negócio com a norte-americana Boeing, que renderá à brasileira cerca de US$ 3 bilhões líquidos.
A empresa anunciou, ainda, que terá um robusto balanço no fechamento da operação, com US$ 1 bilhão em caixa líquido, bonds transferidos para a joint venture, além de uma estrutura de capital fortalecida para suportar novas oportunidades de crescimento.
Em apresentação para investidores arquivada na CVM, a brasileira defende que a "Nova Embraer" será um ativo valioso a seus acionistas. A transação com a Boeing otimizará as operações de aviação executiva e Defesa & Segurança, que permanecem 100% sob o guarda-chuva da Embraer, e trará sinergias anuais de US$ 50 milhões aos segmentos, destaca a empresa. Além disso, a Embraer frisa que terá um upside com a participação de 20% na joint venture de aviação comercial, que deverá deslanchar com o apoio e escala da Boeing.
A empresa aposta que os principais catalisadores de receita da "Nova Embraer" após 2020 - quando a transação com a Boeing já deverá estar concluída - serão a joint venture para promoção e desenvolvimento do KC-390 (na qual a brasileira detém participação majoritária de 51%), oportunidades do Super Tucano e novos programas de Defesa, a posição de liderança em jatos executivos light/midsize e as receitas de serviços.
Sobre as margens operacionais da "Nova Embraer", a companhia espera resultados positivos de sua estratégia de rentabilidade em aviação executiva, do novo momento do programa KC-390 - passando do desenvolvimento para produção do jato militar - e dos ganhos de escala da parceria com a Boeing.
*Com Estadão Conteúdo