Aterrissagem suave ou pouso forçado? O que esperar da alta dos juros nos EUA
Entre 2008 e o final de 2016, as taxas básicas de juros foram mantidas entre 0 e 0,25% ao ano. Desde então, o Fed está elevando os juros, lentamente, e pode acelerar o passo.

Desde setembro de 2008, por ocasião da falência do banco Lehman Brothers, no auge da crise das hipotecas (subprime), até recentemente, o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, manteve uma política monetária expansionista.
Com essa prática, aliada ao socorro financeiro das duas maiores instituições particulares de crédito hipotecário, Fannie Mae e Freddie Mac, o Fed evitou uma crise financeira que poderia transformar uma recessão emergente em grave depressão como a dos anos 1930.
Outras providências foram tomadas no final do governo de George W. Bush e início do de Barak Obama, entre as quais empréstimos substanciais a gigantes da indústria automobilística como General Motors e Chrysler, para evitar uma sucessão de falências.
Entre 2008 e o final de 2016, as taxas básicas de juros (United States Fed Funds Rate) foram mantidas entre 0 e 0,25% ao ano. Como nesse período a inflação média anual americana foi de 1,7% (com uma máxima de 3,0% em 2011 e uma mínima de 0,1% em 2008), essas taxas eram na prática negativas.
Isso não é um fato tão incomum. Alguns países (tais como o Japão, a Suíça e a Suécia) chegaram a praticar taxas de juros abaixo de zero. Ou seja, os investidores pagavam para ter suas economias guardadas em bancos.
A partir de dezembro de 2016, o FOMC (colegiado do FED equivalente ao nosso Copom), percebendo a ameaça de uma inflação acima da meta, 2% ao ano, passou a elevar os juros, em doses homeopáticas como de praxe entre os bancos centrais. Foi para 0,5%, 0,75%, 1%, 1,25%, 1,5%, 1,75%, 2.00% e 2,25%.
Leia Também
O amigo leitor achou enfadonho e repetitivo o último parágrafo? Pois foi proposital de minha parte. Os bancos centrais trabalham assim. Monotonamente. Tanto nos cortes como nos aumentos de taxas, eles costumam usar esse tipo de escadinha, seja para cima, seja para baixo, até que seus objetivos sejam alcançados. Hoje sai mais uma decisão do Fed e a previsão é de manutenção da taxa - a alta está à caminho, mas só deverá sair no mês que vem.
Com a inflação anual americana medida pelo CPI (sigla em inglês para Índice de Preços ao Consumidor) estando atualmente em 2,3% e os títulos de 10 anos do Tesouro rendendo 3,17%, os investidores dos Estados Unidos estão conseguindo rentabilidade positiva em suas aplicações, o que não acontecia desde 2009. Pequena, mas positiva.
Durante o período de taxas reais negativas, a abundância de produtos importados, aliada a um aumento brutal da produtividade nos EUA, impediu que a inflação ultrapassasse os 2%.
Agora os fatores se inverterão. As medidas protecionistas de Donald Trump ocasionarão uma perda de produtividade. O quadro será agravado pelo aumento de preço dos bens e insumos importados (por causa das novas tarifas aduaneiras).
Para complicar as coisas (em termos de inflação), a economia americana está superaquecida.
Daqui a um mês, tudo indica que o Fed fará o quarto aumento de 25 pontos deste ano. Os outros quatro devem acontecer em 2019. Mas um dos integrantes do FOMC já ventilou a hipótese de dosagens de 50 pontos (meio por cento) se a pressão inflacionária persistir.
O que vai acontecer nos EUA?
Toda vez que um ciclo de crescimento chega ao fim, a reversão pode se dar de duas maneiras:
- Soft landing (aterrissagem suave). Aqui a taxa inflacionária para de subir, faz uma leve inflexão e começa a descer para níveis razoáveis, como os tais 2% da meta atual.
- Hard landing (uma espécie de pouso forçado). Essa costuma ser de doer. O mercado de ações sofre um crash, provocando pânico. Os investidores tentam sair ao mesmo tempo por uma porta estreita.
No segundo caso, o Fed costuma agir imediatamente reduzindo a taxa de juros em até um por cento de uma vez só. Foi o que aconteceu na Black Monday de 19 de outubro de 1987, apenas dois meses após Alan Greenspan ter sido nomeado pelo presidente Ronald Reagan para ser o chairman do Fed.
Já houve épocas em que taxas de juros altíssimas foram necessárias para acabar com níveis inflacionários obscenos, como ocorreu em 1980, quando a inflação chegou a 14%, por causa do aumento do preço do petróleo.
Foi preciso que o Fed, cujo chairman na época era Paul Volcker, elevasse os juros para 20%. Algo impensável quando se olha os patamares de hoje do juro americano.
Por enquanto, nada indica que o atual (e ligeiro) aumento do custo de vida vá terminar com um cavalo de pau desastrado. Pelo contrário: a política monetária está sendo conduzida com destreza.
Se for o caso de uma aterrissagem suave, poderemos ter uma breve recessão nos Estados Unidos, que afetará levemente o comércio mundial.
Até agora, ao que se sabe, nenhum volume expressivo de dinheiro migrou das bolsas para os títulos do Tesouro.
Como o Brasil vai sentir?
Para o Brasil, cuja economia não acompanhou o crescimento mundial dos últimos anos, se configurando em mais uma década perdida (a anterior foi a de 1980), qualquer surto recessivo da economia mundial, capitaneado pelos Estados Unidos, será maléfico.
O ideal para nós seria que a bolsa de valores de Nova York fizesse uma curva suave e começasse a descer lentamente. Aliás, é isso que parece estar acontecendo.
O pior seria o Dow Jones disparar tresloucadamente e fazer novas máximas. Nessa hipótese, qualquer pequeno incidente poderá provocar uma perda colossal num curto espaço de tempo.
Se for esse o caso, poderemos ter o fenômeno conhecido como fly to quality (fuga para a qualidade). Os investidores correm para o dólar e para os títulos do Tesouro americano.
Uma das economias mais afetadas seria a da China, nosso maior parceiro comercial e principal comprador de matérias-primas e produtos agrícolas brasileiros.
Aterrissagem forçada, o Brasil já fez. Basta olhar nossos pífios índices de crescimento dos últimos anos e o alto número de desempregados.
Precisaremos de muita habilidade para decolar, subir e atingir o nível de cruzeiro, o que se traduz por crescimento sustentável.
Já fizemos isso outras vezes. Infelizmente, com cada vez maior espaçamento entre um e outro período de fartura.
Os brasileiros estão cansados e pensando em soluções miraculosas num passe de canetada. Em economia, isso simplesmente não existe.
MEC Enem: app gratuito traz simulados, corrige redações, monta plano de estudos e ajuda na preparação para exame
Ferramenta do Ministério da Educação reúne inteligência artificial, trilhas de estudo e plano de revisão personalizado a menos de um mês do exame
Mega-Sena 2928 acumula e prêmio em jogo se aproxima de R$ 50 milhões; ‘fermento’ do final 5 infla bolada na Quina
Além da Mega-Sena 2928, outras três loterias sorteadas ontem à noite acumularam, com destaque para o salto no prêmio da Quina
Lotofácil volta a brilhar sozinha e faz um novo milionário em SP
Com sorteios diários, a Lotofácil volta à cena na noite desta sexta-feira (17) com prêmio estimado em R$ 1,8 milhão na faixa principal do concurso 3515
Este é o menor país da história a se classificar para uma Copa do Mundo, tem metade da seleção nascida no exterior e convocação feita pelo LinkedIn
Com metade do elenco nascido fora e um jogador convocado pelo LinkedIn, o arquipélago africano faz história ao conquistar vaga inédita na Copa do Mundo de 2026
“Faz um Pix”: o Mercado Pago quer transformar esse pedido em rotina com o novo assistente de inteligência artificial
A fintech aposta na inteligência artificial para simplificar o dia a dia dos clientes — e o Brasil será o primeiro laboratório dessa revolução
Entenda a Operação Alquimia, deflagrada pela Receita para rastrear a origem do metanol em bebidas alcoólicas
Desdobramento das operações Boyle e Carbono Oculto, a nova ofensiva da Receita Federal mira a rota clandestina do metanol
Na onda da renda fixa, fundos de pensão chegam a R$ 1,3 trilhão em ativos, mas Abrapp alerta: “isso é a foto, não o filme”
Do total de R$ 1,3 trilhão em ativos dos fundos de pensão, cerca de R$ 890 bilhões estão em títulos públicos. Para Abrapp, isso não é bom sinal para o Brasil: “é preciso diversificar”, diz diretor-presidente
Trabalho em ‘home office’ é ‘coisa de rico’, aponta IBGE
Dados preliminares do Censo 2022 revelam desigualdade também no home office: brasileiros que ganham acima de R$ 7,5 mil por mês são os que mais exercem suas atividades sem sair de casa
Quina 6853 faz o único milionário da noite nas loterias da Caixa
Depois de acumular por três sorteios seguidos, a Quina pagou o maior prêmio da noite de quarta-feira (15) entre as loterias da Caixa
Lotofácil 3513 deixa mais dois apostadores perto do primeiro milhão
Com sorteios diários, a Lotofácil volta à cena na noite desta quinta-feira (16) com prêmio estimado em R$ 1,8 milhão na faixa principal do concurso 3514
Carteira Nacional Docente já está disponível; veja como emitir e descubra quais benefícios terão os professores
Documento tem validade de 10 anos e garante acesso a benefícios do programa Mais Professores, com descontos, meia-entrada e mais
Do metanol à água mineral: o que se sabe sobre o caso do homem internado em SP após suspeita de contaminação
Depois dos casos de intoxicação por metanol em bebidas destiladas, um novo episódio em Garça (SP) levanta preocupação sobre água mineral
CEO da Petrobras (PETR4) manda recado enquanto petróleo amplia a queda no exterior. Vem aí um novo reajuste nos combustíveis?
Enquanto a pressão sobre o petróleo continua no exterior, a presidente da petroleira deu sinais do que pode estar por vir
Seus filhos não foram para a escola hoje — e a ‘culpa’ é (do dia) dos professores
Se seus filhos não foram à escola ou à faculdade hoje, o motivo é o Dia dos Professores, uma data que homenageia a educação no Brasil — mas nem todos os profissionais têm direito à folga
Mega-Sena 2927 acumula e prêmio sobe ainda mais; +Milionária volta à cena hoje com R$ 10 milhões em jogo
A Mega-Sena é o carro-chefe das loterias da Caixa. Ela segue encalhada, embora já tenha saído uma vez em outubro. Com exceção da Lotofácil, todas as outras loterias também acumularam ontem.
Entre a simplicidade e a teimosia, Lotofácil 3512 deixa dois apostadores mais próximos do primeiro milhão
Com sorteios diários, a Lotofácil volta à cena na noite desta quarta-feira (15) com prêmio estimado em R$ 1,8 milhão na faixa principal do concurso 3513
Ouro bate recorde — e garimpo ilegal também; apreensões da PF em terras yanomami já somam 10% do orçamento da Funai
PF apreende volume inédito de ouro, em meio à escalada de preços no mercado global
Seu Dinheiro é finalista do Prêmio +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças 2025; veja como votar
Site concorre às categorias de melhores site, podcast e canal de YouTube, além de ter quatro jornalistas no páreo do top 50 mais admirados
Carro voador de R$ 1,5 milhão estreia em Dubai; chinesa Aridge mira super-ricos do Golfo Pérsico
O carro voador de R$ 1,5 milhão da chinesa Aridge, divisão da XPeng, fez seu primeiro voo tripulado em Dubai
Esse país tem um trunfo para se transformar no Vale do Silício da América do Sul — e o Brasil que se cuide
Um novo polo de tecnologia começa a surgir na América do Sul, impulsionado por energia limpa e uma aposta ambiciosa em inovação.