Investimento estrangeiro retoma a linha dos US$ 70 bilhões
Dados das contas externas reforçam avaliação de que o país tem boa posição para enfrentar eventual revés internacional
Há duas semanas, o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, esteve no encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI), onde destacou que o Brasil está preparado para enfrentar eventuais choques no mercado internacional e os dados apresentados hoje sobre as contas externas reforçam essa avaliação do presidente.
O déficit em transações correntes, que mede as relações do país com o exterior em comércio, rendas e serviços, soma US$ 14,5 bilhões nos 12 meses encerrados em setembro, isso representa 0,75% do Produto Interno Bruto (PIB).
Apesar de estar entre as maiores leituras do ano, tal resultado está longe de preocupar. Crises em balanço de pagamentos são geralmente associadas com patamares de déficit acima de 4,5% a 5%, algo que foi visto por aqui entre 2014 e parte de 2015.
O ponto a se destacar é que o financiamento desse déficit acontece de forma integral e com folga pelo Investimento Direto no País (IDP), que soma US$ 70,766 bilhões em 12 meses, ou 3,68% do PIB. O ingresso de investimentos externos é cerca de cinco vezes maior que o déficit. Essa é a fonte mais “confiável” de financiamento, pois tem viés de longo prazo.
Ainda olhando os dados em 12 meses, que ajudam a tirar a volatilidade do curto prazo, o IDP atingiu o maior patamar do ano, mostrando uma recuperação depois de testar linhas não vistas desde 2003, ao redor de 3% do PIB.
Os números atestam, pelo lado dos fundamentos, que o cenário para a cotação do real não dava suporte a uma taxa de câmbio a R$ 4,2, como vimos no começo de setembro. O que acontece é que em momentos de incerteza, seja eleitoral ou externa, os fundamentos deixam de ditar o preço.
Leia Também
Com a melhora do cenário eleitoral assistimos a um recuo da cotação até R$ 3,68. Agora, a moeda oscila ao redor de R$ 3,70, captando não só a cautela com as recentes turbulências externas, mas também as expectativas quanto à formatação do novo governo e seu compromisso com uma agenda de reformas.
Olhando apenas o mês de setembro, as contas registraram breve superávit de US$ 32 milhões, contra previsão de déficit de US$ 600 milhões. O IDP somou US$ 7,829 bilhões. Para outubro, o BC projeta um superávit de US$ 1,3 bilhão, com IDP de US$ 8,5 bilhões, sendo que até o dia 23, US$ 6,9 bilhões já tinham ingressado no país.
Ações e renda fixa
Os investimentos em carteira mostraram uma saída líquida de US$ 3,961 bilhões no mês passado. No ano, no entanto, a conta ainda está positiva em US$ 1,527 bilhão.
No mercado de ações, que considera papéis e recibos, houve saída de US$ 1,754 bilhão no mês passado. Na renda fixa negociada no país, os saques superaram os ingressos em US$ 774 milhões.
As parciais para outubro, no entanto, mostram alguma recuperação, com entrada de US$ 1,144 bilhão em ações e outros US$ 140 milhões em renda fixa.
Essas contas seguem alternando resultados positivos e negativos o que resulta em saldo pouco expressivo no ano. Para ações o ingresso até setembro é de US$ 536 milhões e para renda fixa é de US$ 338 milhões.
Lucros e dividendos
Na conta de lucros e dividendos, as remessas ficaram em US$ 2,1 bilhões em setembro, mostrando crescimento com relação aos US$ 1,257 bilhão no ano passado. Cotação do dólar e ritmo de atividade são os vetores que influem nas decisões de remeter resultados do Brasil para o exterior. A parcial para outubro mostra remessa de US$ 744 milhões.
No ano, já foram remetidos US$ 12,2 bilhões, cifra inferior aos US$ 14,3 bilhões vistos em igual período de 2017.
Na conta de juros, o pagamento líquido foi de US$ 344 milhões no mês passado. O que chama atenção nesta linha é o aumento das receitas brasileiras com juros que ficaram em US$ 750 milhões, contra US$ 466 milhões um ano antes, captando a alta das taxas no mercado internacional.
No ano, o pagamento de juros totaliza US$ 13,450 bilhões, abaixo dos US$ 17,3 bilhões vistos entre janeiro e setembro do ano passado.
As empresas sediadas aqui não estão tendo dificuldades em rolar dívidas tomadas no mercado externo. A taxa de renovação de compromissos vincendos ficou em 118% no mês passado.
Serviços
Na conta de serviços destaque para os gastos com viagens internacionais, que parecem ter captado a alta do dólar. O déficit nessa rubrica ficou em US$ 816 milhões, contra US$ 1,3 bilhão um ano antes.
Em setembro, os brasileiros gastaram US$ 1,19 bilhão, menor desde maio de 2016, e abaixo dos US$ 1,7 bilhão de setembro de 2017. Os estrangeiros que estiveram por aqui também gastaram menos, foram US$ 373 milhões contra US$ 407 milhões no comparativo anual.
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Normas e tamanho do FGC entram na mira do Banco Central após compra do Banco Master levantar debate sobre fundo ser muleta para CDBs de alto risco
Atualmente, a maior contribuição ao fundo é feita pelos grandes bancos, enquanto as instituições menores pagam menos e têm chances maiores de precisar acionar o resgate
Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações
A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade
Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado
Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Bradesco dispara em ranking do Banco Central de reclamações contra bancos; Inter e PagSeguro fecham o pódio. Veja as principais queixas
O Bradesco saiu da sétima posição ao fim de 2024 para o primeiro colocado no começo deste ano, ao somar 7.647 reclamações procedentes. Já Inter e PagSeguro figuram no pódio há muitos trimestres
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Rodolfo Amstalden: Seu frouxo, eu mando te demitir, mas nunca falei nada disso
Ameaçar Jerome Powell de demissão e chamá-lo de frouxo (“a major loser”), pressionando pela queda da taxa básica, só tende a corromper o dólar e alimentar os juros de longo prazo
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Banco Central acionou juros para defender o real — Galípolo detalha estratégia monetária brasileira em meio à guerra comercial global
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gabriel Galípolo detalhou a estratégia monetária do Banco Central e sua visão sobre os rumos da guerra comercial
Dólar fraco, desaceleração global e até recessão: cautela leva gestores de fundos brasileiros a rever estratégias — e Brasil entra nas carteiras
Para Absolute, Genoa e Kapitalo, expectativa é de que a tensão comercial entre China e EUA implique em menos comércio internacional, reforçando a ideia de um novo equilíbrio global ainda incerto
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
O preço de um crime: fraudes no Pix disparam e prejuízo ultrapassa R$ 4,9 bilhões em um ano
Segundo o Banco Central, dados referem-se a solicitações de devoluções feitas por usuários e instituições após fraudes confirmadas, mas que não foram concluídas
Powell na mira de Trump: ameaça de demissão preocupa analistas, mas saída do presidente do Fed pode ser mais difícil do que o republicano imagina
As ameaças de Donald Trump contra Jerome Powell adicionam pressão ao mercado, mas a demissão do presidente do Fed pode levar a uma longa batalha judicial
Dólar volta a recuar com guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas ainda é possível buscar lucros com a moeda americana; veja como
Uma oportunidade ‘garimpada’ pela EQI Investimentos pode ser caminho para diversificar o patrimônio em meio ao cenário desafiador e buscar lucros de até dólar +10% ao ano
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Temporada de balanços 1T25: Confira as datas e horários das divulgações e das teleconferências
De volta ao seu ritmo acelerado, a temporada de balanços do 1T25 começa em abril e revela como as empresas brasileiras têm desempenhado na nova era de Donald Trump