‘Rali Bolsonaro’ pode crescer depois da eleição – depende de quem vai compor o novo governo
Nova alta do Ibovespa depende de anúncio da equipe econômica e sinais de que haverá concretização de reformas.

Falta pouco para o segundo turno da eleição, no próximo domingo. É verdade que uma provável vitória de Jair Bolsonaro já está no preço das ações. Mas quem não embarcou no chamado “rali Bolsonaro” da Bolsa brasileira ainda pode entrar e ganhar um dinheirinho?
Direto ao ponto: sim! Segundo o economista-chefe da Quantitas Asset Management, Ivo Chermont, a troca do governo brasileiro não é um eventozinho que passa e você fica de fora.
“Teoricamente é uma mudança de regime. Mesmo que você entre um pouco atrasado, pode ser um evento de mudança mais profunda na política econômica do Brasil”, explica.
Outro executivo de uma gestora de fundos globais no Brasil explica que só a primeira onda do rali Bolsonaro está precificada. Ela foi acionada quando o mercado sentiu a chance real da vitória do capitão e a esperança de um novo governo liberal.
Mas, segundo esse executivo, há outras duas novas ondas que podem levar à alta do Ibovespa nos próximos meses:
- Probabilidade de vitória de Bolsonaro. Esse cenário já está em boa parte no preço dos ativos na bolsa.
- Escolha de uma equipe econômica liberal. O mercado aguarda a divulgação de quem vai compor o novo governo. Se vierem nomes de qualidade e com viés liberal, a Bolsa tende a subir.
- Concretização de reformas. Mesmo se o novo presidente montar uma equipe adequada, o mercado ainda vai aguardar sinais de que ela terá êxito. E, principalmente, se vai mesmo tirar do papel planos de privatização da Eletrobras e a reforma da Previdência.
“A Bolsa pode até subir na segunda-feira depois da eleição se Bolsonaro vencer. Mas o que importa não é isso. São os nomes do governo e a concretização da agenda liberal. Se isso não acontecer, essa alta volta”, afirmou o executivo. Agora, se as pesquisas falharem e der Fernando Haddad, prepare-se para uma queda brutal no Ibovespa.
Leia Também
A gestora tinha reduzido a exposição ao Brasil no início do ano, mas aumentou suas apostas no mercado brasileiro nos últimos meses na medida em que o cenário passou a apontar maior chance de vitória de um candidato liberal.
Quem quiser embarcar com os grandes gestores na promessa de um novo “bull market” na bolsa brasileira pode comprar ações de bancos e de empresas de bens de consumo. “É quem sobe quando o Brasil vai bem”.
Qual é o risco? São as duas ondas minguarem. Ou seja, a equipe do novo governo deixar os liberais de fora e as reformas não emplacarem.
Como serão os próximos dias
Sem surpresa no domingo, o melhor dos mundos ao longo da próxima semana seria uma indicação clara sobre rumos e detalhamento do que será feito na agenda econômica. Mas Chermont acredita que o primeiro momento será apenas de apresentação de nomes para a equipe.
“O direcionamento da política econômica ainda é vago, mas há um Norte. Sabemos quem será o comandante [Paulo Guedes], agora falta saber quem realmente vai tocar o dia a dia”, avalia.
Chermont lembra que Dilma Rousseff levou cerca de um mês para anunciar o nome do ministro da Fazenda. Depois de diversas especulações surgiu Joaquim Levy.
“Agora é o contrário. Temos o ministro da Fazenda, mas sabemos, pela experiência com Levy, que o ministro sozinho não faz chover”, diz.
As nomeações mais aguardadas são Banco Central (BC), se Ilan Goldfajn fica ou não, Tesouro Nacional e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Conversas com o mercado
A equipe de Bolsonaro tem sinalizado uma agenda claramente mais liberal nas conversas nos bastidores, apesar dos sinais contraditórios do candidato. Por isso o cenário com o capitão no Planalto agrada mais que uma vitória do petista.
A interlocução de Bolsonaro com os bancos vem ocorrendo principalmente por meio da equipe ligada ao economista Paulo Guedes, segundo o relato do executivo de uma grande instituição. O general Hamilton Mourão, vice de Bolsonaro, também fez uma via sacra no mercado – e surpreendeu.
Com a perspectiva de continuidade do rumo da atual política econômica, resta saber quais pontos das propostas do “Posto Ipiranga” serão encampados por Bolsonaro. “A negociação com o Congresso vai ser fundamental, é ali que se refletem os anseios da sociedade”, diz o executivo de um grande banco.
Um dos pontos que podem trazer mais impactos para o setor financeiro será o tratamento dos bancos públicos a ser adotado em um eventual governo Bolsonaro.
Paulo Guedes é um defensor da privatização das estatais, e o Banco do Brasil é sempre apontado como um dos candidatos. “No mínimo, poderia haver uma reorganização dos bancos, com uma união de BB e Caixa”, me disse outro profissional, ao acrescentar que, nesse caso, se trata apenas de uma especulação.
Reação dos mercados foi desigual
Para o Chermont, os mercados que mais tem a ganhar com o “game” eleitoral seriam bolsa de valores, juros e o dólar, nessa ordem.
Por ora, diz o economista, há uma heterogeneidade entre os mercados. O dólar foi o ativo que “andou” mais rápido, abandonando a linha dos R$ 4 e, agora, tenta firmar posição abaixo de R$ 3,70.
Para ele, existe alguma chance de o dólar testar os arredores de R$ 3,60, mas é difícil que a moeda fique nesses níveis, pois os movimentos globais, como vimos nos últimos dias, também afetam a formação de preço.
As chances de ganhos, de fato, são maiores na bolsa de valores. Aqui tem uma lista de ações que levam vantagem se o “rali Bolsonaro” continuar na bolsa.
Leia também
Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump
Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial
Klabin (KLBN11) avança entre as maiores altas do Ibovespa após balanço do 1T25 e anúncio de R$ 279 milhões em dividendos
Analistas do Itaú BBA destacaram a geração de fluxo de caixa livre (FCF) e a valorização do real frente ao dólar como motores do otimismo
Bola de cristal monetária: Ibovespa busca um caminho em dia de Super Quarta, negociações EUA-China e mais balanços
Investidores estão em compasso de espera não só pelas decisões de juros, mas também pelas sinalizações do Copom e do Fed
Selic em alta atrai investidor estrangeiro para a renda fixa do Brasil, apesar do risco fiscal
Analistas também veem espaço para algum ganho — ou perdas limitadas — em dólar para o investidor estrangeiro que aportar no Brasil
Rafael Ferri vai virar o jogo para o Pão de Açúcar (PCAR3)? Ação desaba 21% após balanço do 1T25 e CEO coloca esperanças no novo conselho
Em conferência com os analistas após os resultados, o CEO Marcelo Pimentel disse confiar no conselho eleito na véspera para ajudar a empresa a se recuperar
Expectativa e realidade na bolsa: Ibovespa fica a reboque de Wall Street às vésperas da Super Quarta
Investidores acompanham o andamento da temporada de balanços enquanto se preparam para as decisões de juros dos bancos centrais de Brasil e EUA
Em viagem à Califórnia, Haddad afirma que vai acelerar desoneração de data centers para aumentar investimentos no Brasil
O ministro da Fazenda ainda deve se encontrar com executivos da Nvidia e da Amazon em busca de capital estrangeiro para o País
Um recado para Galípolo: Analistas reduzem projeções para a Selic e a inflação no fim de 2025 na semana do Copom
Estimativa para a taxa de juros no fim de 2025 estava em 15,00% desde o início do ano; agora, às vésperas do Copom de maio, ela aparece em 14,75%
Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) entram no Ibovespa a partir de hoje; veja quem sai para dar lugar a elas
A nova composição é válida para o período de maio a agosto de 2025
Espírito olímpico na bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes em semana de Super Quarta e balanços, muitos balanços
Enquanto Fed e Copom decidem juros, temporada de balanços ganha tração com Itaú, Bradesco e Ambev entre os destaques
Semana mais curta teve ganhos para a Bolsa brasileira e o real; veja como foram os últimos dias para Ibovespa e dólar
O destaque da semana que vem são as reuniões dos comitês de política monetária do Brasil e dos Estados Unidos para decidir sobre as taxas de juros dos seus países, na chamada “Super Quarta”
Fim do sufoco? Gol (GOLL4) fecha novo acordo com credores e avança para sair da recuperação judicial nos EUA
Companhia aérea avança no processo do Chapter 11 com apoio financeiro e mira retomada das operações com menos dívidas; ações avançam na bolsa brasileira
Um mês da ‘libertação’: guerra comercial de Trump abalou mercados em abril; o que esperar desta sexta
As bolsas ao redor do mundo operam em alta nesta manhã, após a China sinalizar disposição de iniciar negociações tarifárias com os EUA
Ibovespa deu uma surra no S&P 500 — e o mês de abril pode ter sido apenas o começo
O desempenho do Ibovespa em abril pode ser um indício de que estamos diante de uma mudança estrutural nos mercados internacionais, com implicações bastante positivas para os ativos brasileiros
Entenda por que Bolsonaro pode se beneficiar se ação penal de Ramagem for suspensa no caso da tentativa de golpe de Estado
Câmara analisa pedido de sustação da ação contra o deputado Alexandre Ramagem; PL, partido de Bolsonaro, querem anulação de todo o processo
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Depois de lambermos a lona no início de janeiro, a realidade acabou se mostrando um pouco mais piedosa com o Kit Brasil
Bitcoin vai do inferno ao céu e fecha como melhor investimento de abril; um título de renda fixa se deu bem com a mesma dinâmica
As idas e vindas das decisões do presidente dos EUA, Donald Trump, causaram uma volatilidade além da habitual no mercado financeiro em abril, o que foi muito bom para alguns ativos
Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora
Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava
Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas
Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos