Como a Apple (AAPL34) pode revolucionar o mercado automobilístico mesmo sem fabricar um único carro
Reinvenção do CarPlay sugere início de uma nova era de produto com potencial de ganhar relevância nos resultados da Apple e mudar radicalmente a indústria automobilística

Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, onde conversamos semanalmente sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia. Nas últimas duas semanas aconteceram as conferências anuais de várias das grandes empresas de tecnologia. Apple, Microsoft, Google, Airbnb e outras discutiram as grandes inovações que cada uma delas pretende trazer ao mercado.
No evento da Apple, a expectativa sempre fica por conta das novas gerações de dispositivos (iPhone, Macbook, iPad…) e agora também sobre as especificações dos seus chips, como o novo M2.
O que chamou a minha atenção, porém, foi a "reinvenção" do antigo "CarPlay", o software da Apple que faz interface com veículos comuns.
O anúncio do CarPlay me pareceu o início de uma nova era de produto, capaz de ganhar relevância nos resultados da Apple ao longo do tempo e trazer mudanças importantes em toda a indústria automobilística (e claro, em suas ações).
O que é o CarPlay?
Nossos carros são cada vez mais compostos de software e cada vez menos de partes mecânicas.
Recentemente, me deparei com um gráfico que compila a participação de componentes mecânicos, eletrônicos e software em veículos comuns, ao longo do tempo.
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Os números são impressionantes, com a parcela de software saindo de 5% nos anos 2000 para mais de 30% em 2020. Veja a seguir.
Em comum, existe uma verdade amarga: esses softwares são péssimos! Suas interfaces costumam ser ruins, com uma série de "bugs", e geralmente não entregam o que prometem.
Fazendo justiça, apenas uma empresa, no mundo todo, conquistou seus clientes com software: a Tesla.
Como apenas 2% dos novos veículos vendidos por ano nos EUA são da Tesla (e a fatia é ainda menor no restante do mundo), coube a duas empresas apresentarem soluções elegantes para o problemas dos softwares embarcados em nossos carros: o Google (com o Android Auto) e a Apple (com o CarPlay).
Até recentemente, eu mesmo nunca tinha pensado no CarPlay como um gerador de receitas para a Apple, mas essa atualização parece o primeiro passo para mudar isso.
A Apple e o carro do futuro
De acordo com a Apple, 98% dos carros "zero" vendidos nos EUA são compatíveis com o CarPlay.
Não satisfeitos, eles também afirmaram que 79% dos compradores de carros novos deixariam de comprar o veículo caso ele não fosse compatível com o CarPlay.
E por que isso é relevante?
Existe toda uma indústria trabalhando na automação e "digitalização" dos veículos do futuro.
Talvez isso ainda pareça distante, mas em menos de 5 anos, nossos veículos terão como componente principal os sensores, que responderão aos comandos que realizamos em nossos smartphones e nas interfaces digitais espalhadas pelo carro.
Por exemplo, a Garmin (listada na Nasdaq com o ticker "GRMN"), gigante europeia de produtos de geolocalização (como os seus famosos smartwatches), tornou-se parceira da BMW e responsável por colocar todos os carros na marca no século XXI.
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A Nvidia, sobre a qual escrevi aqui, possui extensas parcerias com a Mercedes, Jaguar, Land Rover e outras montadoras, para também integrar sensores e software e tornar os carros do futuro mais elegantes, funcionais e automatizados.
Mas de todas essas empresas, nenhuma está numa posição tão interessante como a da Apple.
Abaixo, deixo uma imagem ilustrativa do novo CarPlay: a Apple pretende entregar ao motorista um cockpit eletrônico, integrado com o iPhone, capaz de controlar todas as funções de um automóvel.
Como isso é relevante para a Apple?
Muito se especula sobre o "Apple Car", o suposto veículo autônomo da Apple. Como analista acompanhando a empresa há alguns anos, sempre tive um pé atrás com essa ideia.
Não que a Apple não possua capacidade de execução, pelo contrário, mas nunca entendi o motivo de ela tornar-se uma montadora, com negócios altamente cíclicos, intensos em investimentos imobilizados e com a necessidade de criar uma nova rede de distribuição global, partindo do zero absoluto.
O CarPlay parece a resposta perfeita a esse problema. A Apple não precisa construir o carro, ela pode simplesmente oferecer uma solução que os consumidores estão ansiosos para receber e as montadoras estão apavoradas em ter que construir: um sistema operacional.
Nos últimos anos, a linha de receitas que mais cresce nos resultados da Apple é a de serviços, onde o "bundle" Apple TV, Apple Fitness, iCloud e tantos outros serviços são agregados ao consumidor final por um preço módico.
O CarPlay tornará ainda mais oblíqua essa oferta, e certamente será integrado com todo o restante da suíte de produtos Apple, possibilitando um "justo" aumento no valor das subscrições.
"Ei Siri, liga o carro para mim, apaga a luz do quarto e dá uma olhada na Vitreo: quanto meus BDRs da Apple estão subindo nos últimos anos?"
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