Os pais do Plano Real defendem a terceira via nas eleições de 2022. Mas não estão muito animados com a viabilidade de um rival para Lula e Bolsonaro
Perspectiva para as eleições de 2022 foi o ponto alto do debate entre Pedro Malan, Gustavo Franco e Edward Amadeo promovido pela Empiricus

Três dos principais economistas dos primeiros anos do Plano Real estão de acordo com a necessidade de construção de uma terceira via para a disputa contra Bolsonaro e Lula nas eleições presidenciais do ano que vem.
Nem todos eles se mostram, porém, otimistas com a viabilidade eleitoral de uma alternativa mais ao centro.
Ao mesmo tempo, a combinação de incertezas política, econômica e fiscal dificulta projeções precisas sobre o cenário econômico adiante.
Esses foram os principais pontos do debate sobre macroeconomia entre o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco e o ex-ministro do Trabalho e ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda Edward Amadeo.
O painel do evento Investidor 3.0 foi mediado pelo estrategista-chefe da Empiricus, Felipe Miranda, na manhã de hoje.
Ainda é cedo, cedo, cedo...
“Espero que nosso futuro possa ser construído com o surgimento de uma alternativa crível nas eleições de 2022”, disse o ex-ministro Malan em uma de suas intervenções no debate realizado como parte das comemorações de 12 anos da Empiricus.
Leia Também
Ele destacou, entretanto, que ainda é relativamente cedo. “Antes das convenções partidárias, em junho do ano que vem, muita água vai passar”, observou.
O importante, segundo Malan, é que “as pessoas possam abrir mão de projetos individuais em prol de algo novo e mais promissor”.
Esforço para parecer otimista
Admitindo se esforçar para fazer um comentário otimista, Gustavo Franco salientou a existência de demanda por moderação no debate político.
“Politólogos acreditam que os extremos terão que caminhar para o centro na busca por votos”, disse o ex-presidente do BC.
“Não vejo sentido para que Lula e Bolsonaro, agora, venham com um discurso de moderação, mas em algum momento eles vão precisar se mover em direção ao eleitor mediano”, disse Franco.
Caminho obstruído pela polarização
Edward Amadeo, por sua vez, vê pela frente um caminho difícil para a construção de uma terceira via, especialmente por causa da polarização política, mas diz torcer para que isso aconteça.
“Realmente torço por uma terceira via, mas é difícil, num país tão polarizado, ser atraente com uma plataforma eleitoral de centro. É difícil atrair os mais jovens”, afirmou.
Projeções para o PIB dependem de eleições
Na avaliação de Pedro Malan, as projeções de crescimento para 2022 vão depender do processo de formação de expectativas em relação às eleições. Além disso, os mercados vão se antecipar ao debate eleitoral.
“Vimos isso em 2002”, disse o ex-ministro, referindo-se à disparada do dólar diante da percepção de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições daquele ano.
Como uma onda no mar
Já o ex-presidente do BC disse considerar o aumento dos preços em escala global como uma onda pela qual é preciso passar.
“A inflação atual tem o componente da cadeia de suprimentos, das commodities, além dessa situação perigosa de a alta nos preços das commodities não ter causado apreciação cambial.”
Para ele, porém, as pressões não parecem duradouras. “É a saída da pandemia. É preciso esperar a onda passar.”
Novos paradigmas
Em sua intervenção, Amadeo chamou a atenção para a reação das principais economias à pandemia e lançou luz sobre pontos que têm sido pouco explorados atualmente no debate econômico nacional, mas que deverão ser observados num futuro próximo.
“No âmbito global, o papel da política fiscal mudou radicalmente. Há uma percepção de que deve ser mais ativa, com plano de aumento de déficit estrutural tanto na Europa quanto nos Estados Unidos”, afirmou Amadeo, usando como exemplo o trilionário pacote de infraestrutura recém-aprovado pelo Congresso dos EUA.
“A postura dos BCs também é outra. O Fed mudou a forma como persegue a meta de inflação. As economias se voltando mais para dentro, com uma cadeia de produção mais segura, mas mais custosa e menos eficiente”, advertiu.
“Componentes não conjunturais farão com que a carga inflacionária no futuro tenha que ser analisada de modo diferente do que se fazia até 2019.”
Um mês da ‘libertação’: guerra comercial de Trump abalou mercados em abril; o que esperar desta sexta
As bolsas ao redor do mundo operam em alta nesta manhã, após a China sinalizar disposição de iniciar negociações tarifárias com os EUA
Entenda por que Bolsonaro pode se beneficiar se ação penal de Ramagem for suspensa no caso da tentativa de golpe de Estado
Câmara analisa pedido de sustação da ação contra o deputado Alexandre Ramagem; PL, partido de Bolsonaro, querem anulação de todo o processo
Lula defende redução da jornada 6×1 em discurso do Dia do Trabalhador
Presidente diz que seu governo vai “aprofundar o debate” sobre o tema, “ouvindo todos os setores da sociedade”
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Desaprovação a Lula cai para 50,1%, mas é o suficiente para vencer Bolsonaro ou Tarcísio? Atlas Intel responde
Os dados de abril são os primeiros da série temporal que mostra uma reversão na tendência de alta na desaprovação e queda na aprovação que vinha sendo registrada desde abril de 2024
Fernando Collor torna-se o terceiro ex-presidente brasileiro a ser preso — mas o motivo não tem nada a ver com o que levou ao seu impeachment
Apesar de Collor ter entrado para a história com a sua saída da presidência nos anos 90, a prisão está relacionada a um outro julgamento histórico no Brasil, que também colocou outros dois ex-presidentes atrás das grades
Lula é reprovado por 59% e aprovado por 37% dos paulistas, aponta pesquisa Futura Inteligência
A condição econômica do país é vista como péssima para a maioria dos eleitores de São Paulo (65,1%), com destaque pouco satisfatório para o combate à alta dos preços e a criação de empregos
A resposta de Lula a Donald Trump: o Brasil não é um parceiro de segunda classe
O presidente brasileiro finalmente sancionou, sem vetos, a lei de reciprocidade para lidar melhor com casos como o tarifaço dos EUA
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Guerra comercial abre oportunidade para o Brasil — mas há chance de transformar Trump em cabo eleitoral improvável de Lula?
Impacto da guerra comercial de Trump sobre a economia pode reduzir pressão inflacionária e acelerar uma eventual queda dos juros mais adiante no Brasil (se não acabar em recessão)
Petrobras (PETR4) avança em processo para tirar ‘novo pré-sal’ do papel
Petrobras recebeu permissão para operar a Unidade de Atendimento e Reabilitação de Fauna. O centro é uma exigência do Ibama para liberar a busca de petróleo no litoral do Amapá
Com eleições de 2026 no radar, governo Lula melhora avaliação positiva, mas popularidade do presidente segue baixa
O governo vem investindo pesado para aumentar a popularidade. A aposta para virar o jogo está focada principalmente na área econômica, porém a gestão de Lula tem outra carta na manga: Donald Trump
Tarifas gerais de Trump começam a valer hoje e Brasil está na mira; veja como o governo quer reagir
Além do Brasil, Trump também impôs tarifa mínima de 10% a 126 outros países, como Argentina e Reino Unido
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem
Lula reclama e Milei “canta Queen”: as reações de Brasil e Argentina às tarifas de Trump
Os dois países foram alvo da alíquota mínima de 10% para as exportações aos EUA, mas as reações dos presidentes foram completamente diferentes; veja o que cada um deles disse
Eleições 2026: Lula tem empate técnico com Bolsonaro e vence todos os demais no 2º turno, segundo pesquisa Genial/Quaest
Ainda segundo a pesquisa, 62% dos brasileiros acham que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deveria se candidatar à reeleição em 2026
Trump Day: Mesmo com Brasil ‘poupado’ na guerra comercial, Ibovespa fica a reboque em sangria das bolsas internacionais
Mercados internacionais reagem em forte queda ao tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump aos parceiros comerciais dos EUA
A resposta de Lula às tarifas de Trump: Brasil pode pegar pesado e recorrer à OMC
O governo brasileiro estuda todas as opções para se defender das medidas do governo norte-americano e, embora prefira o diálogo, não descarta acionar os EUA na Organização Mundial do Comércio
Genial/Quaest: Aprovação do governo Lula atinge pior nível desde janeiro de 2023 e cai inclusive no Nordeste e entre mulheres
As novas medidas anunciadas e o esforço de comunicação parecem não estar gerando os efeitos positivos esperados pelo governo
O Brasil pode ser atingido pelas tarifas de Trump? Veja os riscos que o País corre após o Dia da Libertação dos EUA
O presidente norte-americano deve anunciar nesta quarta-feira (2) as taxas contra parceiros comerciais; entenda os riscos que o Brasil corre com o tarifaço do republicano