O que está no radar: contas públicas do segundo semestre ou eleições 2026? Preço de ações e renda fixa dependem desta resposta, segundo economista da Galápagos
No podcast Touros e Ursos desta semana, Tatiana Pinheiro, economista-chefe e sócia da Galápagos Capital, fala sobre o que esperar da economia brasileira nos próximos meses

O cenário local tem ficado em segundo plano no acompanhamento e nas análises do mercado financeiro nos últimos dias. O tarifaço de Donald Trump e as turbulências no campo internacional ganharam a cena. Mas, afinal, a ameaça fiscal passou? As contas públicas se alinharam? A economia local não tem mais relevância?
Para Tatiana Pinheiro, economista-chefe e sócia da Galápagos Capital, nada disso saiu do radar do mercado financeiro. O tema fiscal deve voltar com força no final deste primeiro semestre, na opinião da economista.
Em entrevista ao podcast Touros e Ursos desta semana, Tatiana Pinheiro acredita que o tema que irá trazer o debate para a mesa é a discussão no Congresso Nacional sobre a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês.
- LEIA TAMBÉM: Renda fixa isenta de Imposto de Renda? Estes 9 títulos de crédito privado incentivado podem gerar retornos de até IPCA + 8,9%; veja aqui.
“O relator do projeto, Arthur Lira, disse que pretende ter a matéria finalizada antes do recesso de meio de ano. Para isso acontecer, o debate terá que ser intenso agora, a partir de junho e meados de julho”, disse Pinheiro.
Se isso acontecer, a economista acredita que o tema fiscal deve sobrepujar o tarifaço de Donald Trump.
Mas há um porém. Para que isso aconteça, será necessário que o presidente dos Estados Unidos mantenha essa postura conciliadora e disposta a negociações, como visto nos últimos dias. Caso ele volte para o enfrentamento, o cenário internacional tende a roubar a cena novamente.
Leia Também
Nesta sexta-feira (23), a postura de enfrentamento ganhou os holofotes novamente, com o republicano ameaçando elevar as tarifas para a União Europeia para 50%, após impasse durante as negociações.
“O calendário de eventos está concorrido. Mas, se continuarmos vendo esse Trump negociador, o nosso tema fiscal volta e volta com uma chance de ser mais benigno. Bem mais benigno do que foi no ano passado”, diz Pinheiro.
Veja o episódio completo do Touros e Ursos desta semana:
Contas públicas vs. eleições 2026
Diferentemente do dezembro sangrento que o mercado financeiro protagonizou em dezembro de 2024, Tatiana Pinheiro acredita que as perspectivas para 2025 são muito mais amenas nos dois cenários que espera.
Para ela, existem duas possibilidades para a agenda dos agentes financeiros no segundo semestre: acompanhar as contas públicas do governo (como foi ano ano passado), ou antecipar as análises políticas sobre as eleições 2026.
“Essas duas perspectivas têm efeitos completamente diferentes para os preços de ativos do mercado”, disse durante o podcast.
No caso de acompanhar na minúcia o dado fiscal, as contas públicas estão mais comportadas neste 2025 do que no ano passado, mas a tendência é que ainda culmine em uma conclusão negativa.
Já uma antecipação das discussões políticas é outra coisa, pois o cenário está completamente em aberto esse ano.
- VEJA MAIS: Faltam menos de 10 dias para o fim do prazo da declaração; confira o passo a passo para acertar as contas com o Leão
“A gente não tem a menor ideia do que vai acontecer no ano que vem, mas dois eventos nos países vizinhos tendem a aumentar o otimismo com o Brasil e pode ser bastante positivo em termos de resultado de preços de ativos”, diz Tatiana.
O primeiro evento são as eleições presidenciais no Chile. As pesquisas indicam uma alternância de poder com a saída de Gabriel Boric para a entrada da oposição, dita de “direita”.
Já o segundo evento são as eleições de meio de mandato da Argentina, para compor a bancada do Congresso. A expectativa é de que Javier Milei consiga mais apoiadores.
A economista conclui que a bonança observada nos ativos brasileiros nas últimas semanas depende dessa disposição dos agentes financeiros, em optar olhar para os números crus das contas públicas ou prestar mais atenção no cenário político.
“No final das contas, a matéria principal é a mesma, que é o estado das contas públicas. Mas pode ser que a gente termine com um efeito completamente diferente para os preços dos ativos neste ano do que foi no ano passado”, disse.
- LEIA TAMBÉM: Governo anuncia mudanças no IOF de empréstimos, previdência e câmbio; veja como ficaram as novas alíquotas
Governo entendeu o recado?
No caso de o mercado optar pelo escrutínio das contas públicas, Pinheiro vê 2025 mais comportado do que o ano anterior. Ela cita três dados que indicam um fechamento melhor ao fim do ano.
O primeiro são os dados dos primeiros meses. “O primeiro trimestre registrou um superávit primário de R$ 50 bilhões. É bastante coisa para um primeiro trimestre. A forte atividade, economia resiliente e boa arrecadação deram uma gordura para o governo no resultado primário.”
Soma-se a isso a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 sem surpresas. A expectativa para o resultado primário se manteve para o próximo ano, o que foi considerado positivo do ponto de vista dos gastos públicos.
“O terceiro ponto vai ser posto à prova, que é o relatório de receitas e despesas”, disse Pinheiro.
No dia do podcast, o relatório ainda não tinha sido divulgado, mas saiu na última quinta-feira (22) — e surpreendeu: o documento sinalizou um total de R$ 31,3 bilhões de contenção fiscal, muito acima do esperado pelo mercado.
Porém, a reação positiva foi limitada pela informação de que o governo aumentará a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em empréstimos, Previdência e câmbio.
E, agora? Contas públicas ou eleições 2026? Saiba mais sobre a análise da Tatiana Pinheiro no episódio completo do Touros e Ursos desta semana:
Inter relança conta premium com novos benefícios para alta renda e estratégia para minimizar impactos do novo IOF; saiba como ter direito ao cartão Prime
Banco digital afirma que novos benefícios devem ajudar os clientes a economizar nas viagens internacionais e minimizar os efeitos da nova alíquota do IOF
Novo IOF pode diminuir lucro de varejistas: JP Morgan avalia Magazine Luiza (MGLU3), Assaí (ASAI3) e Natura (NTCO3) como as mais afetadas
O maior impacto, segundo os analistas, é para os fornecedores das empresas, mas repasse pela cadeia é uma possibilidade que deságua em maiores preços para os clientes na ponta
Planos de Trump e Elon Musk barrados nos EUA: Juiz bloqueia demissão em massa indicadas pelo DOGE
A liminar impede ainda as tentativas de reorganizar a estrutura das principais agências federais, um dos principais esforços do DOGE, que está sob o comando de Musk
CBA (CBAV3) desembolsa R$ 158 milhões para comprar participação em eólicas da Casa dos Ventos e Auren Energia (AURE3)
Novos acordos têm relação com os planos da empresa de aumentar sua capacidade de geração de energia renovável
Nelson Tanure quer abocanhar a Braskem (BRKM5)? Ações da petroquímica sobem forte na B3 com rumores de oferta
A performance da petroquímica hoje vem na esteira de notícias de que Nelson Tanure quer abocanhar um pedaço da empresa
Álcool, cigarro e festas luxuosas estão proibidos na China — ao menos para oficiais do governo
Nova medida endurece diretrizes contra gastos excessivos por agentes do governo chinês; carros, escritórios e até plantas entram em regime de austeridade
IOF para investir no exterior ainda vai subir, só em menor intensidade; mas, para Avenue, brasileiros vão investir ainda mais lá fora
Fazenda disse que remessas de recursos ao exterior para investimento continuariam sujeitas à alíquota vigente, mas na prática aumentou o tributo sobre essas operações
VGBL para planejamento sucessório fica mais caro a partir desta sexta (23) com alterações no IOF; veja o que muda
Medida do governo mira famílias de mais alta renda, que fazem grandes aportes em previdência privada com o intuito de transferir recursos aos herdeiros sem inventário
Raízen (RAIZ4) atrai potenciais compradores para mais uma de suas usinas e avança em processo de reestruturação
Estratégia de desinvestimento de ativos no Brasil e na Argentina pode chegar a R$ 15 bilhões e equalizar o balanço da empresa
Patria estreia no segmento de shopping centers com a compra de 6 FIIs da Genial com R$ 2,5 bilhões em ativos
A Genial também já tem planos para os recursos obtidos com a venda, que ainda está sujeita à aprovação do Cade e dos cotistas dos fundos
Foi com emoção: JBS (JBSS3) consegue aprovar dupla listagem, após votação apertada
Votação parcial divulgada na véspera mostrava uma pequena diferença de 3,43 pontos percentuais pela rejeição da proposta
Com mudanças no IOF, Ibovespa consegue se manter nos 137 mil pontos; dólar vai a R$ 5,67
O Ibovespa abriu o pregão de hoje com uma queda de 1,45%
Como a mudança no IOF vai afetar as suas viagens para fora do Brasil
Receita Federal padronizou o imposto para 3,50%, um “baque” para os viajantes que usam contas em moedas estrangeiras, como Wise e Nomad
Orra, meu! Mega-Sena faz novo milionário e Lotofácil sai para bolão em São Paulo
Mega-Sena tem ganhador pelo segundo sorteio seguido; prêmio principal da Lotofácil será dividido por 30 pessoas; Quina acumula
Para CEO do Nubank, a palavra da vez para 2025 é eficiência — a começar pelo alto escalão do banco digital
Em entrevista à Bloomberg News, David Vélez afirmou que o objetivo das mudanças no Nu é aumentar a eficiência e reduzir a verticalização extrema do banco
Receita Federal abre consulta ao 1º lote de restituição do imposto de renda nesta sexta (23); veja se você foi contemplado
Primeiro lote referente à declaração de IR 2025 totaliza R$ 11 bilhões a cerca de 6,3 milhões de contribuintes
Acabou a ‘colher de chá’? Trump ameaça tarifas de 50% para Europa, e bolsas caem com força
Bolsas da Europa e futuros de NY desabam sob o temor de uma nova escalada na guerra comercial de Donald Trump
Como o recuo do governo em IOF sobre remessas para investimentos no exterior vai impactar o cumprimento do arcabouço, segundo Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concedeu entrevista coletiva na manhã de hoje para explicar o recuo do governo sobre a cobrança de IOF
Fazenda recua em aumento do IOF sobre investimentos no exterior após reação negativa do mercado às medidas
Pasta fez o anúncio às 23h30 em postagem no X (antigo Twitter). Aumento de IOF para operações de câmbio para 3,50% se mantém nos demais tipos de transações
Ciclismo de luxo: 7 hotéis com serviços especializados para bicicletas, da Provença ao Rio de Janeiro
Priorizando os ciclistas, estas propriedades oferecem desde serviços de lavanderia especializada até rotas personalizadas