É hora de se preparar para o bear market na bolsa brasileira: BTG revela 6 ações domésticas para defender a carteira
O banco cita três passos para se posicionar para o mercado de baixa nos próximos meses: blindar a carteira com dólar e buscar ações de empresas com baixa alavancagem e com “beta” baixo

É verdade: a bolsa brasileira está com a corda no pescoço e o mercado não vê uma recuperação rápida no horizonte. Pelo contrário: os próximos meses prometem ser de muita volatilidade para quem investe em renda variável. Mas, para o BTG Pactual, isso não significa que você deveria começar a desovar ações a torto e a direito agora.
“Antecipar o ciclo político parece prematuro neste momento, embora certamente possa exacerbar a volatilidade em 2025, como visto algumas semanas atrás”, avaliou o banco.
Na visão dos analistas, os investidores deveriam aproveitar as altas para vender e não ter pressa para buscar o "fundo do poço".
Entretanto, diante dos desafios fiscais contínuos e de um cenário externo mais desfavorável, está difícil encontrar catalisadores positivos para o crescimento das ações já nos próximos meses.
Segundo o BTG, os únicos catalisadores potenciais parecem ser:
- Uma melhoria acentuada na percepção fiscal, o que os analistas acreditam ser altamente improvável, considerando o quanto o governo está atrasado na entrega de medidas fiscais estruturais; e
- O fracasso do governo em aprovar a reforma do imposto de renda, que busca expandir a faixa de isenção para quem recebe R$ 5 mil por mês. Nesse caso, a expectativa é que haja mais visibilidade sobre o andamento do debate somente no final do ano, mas é comum que medidas populistas sejam mais difíceis de serem bloqueadas por legisladores antes de eleições.
Então, o que fazer com a bolsa derretendo? Para o BTG, trata-se de uma receita “simples” para se posicionar para um mercado de baixa (o famoso bear market) nos próximos meses.
Leia Também
A recomendação dos analistas é blindar a carteira com dólar, buscar ações de empresas com baixa alavancagem e apostar em companhias com “beta” baixo — isto é, menos voláteis às turbulências de mercado.
Hoje, a lista de recomendações do banco conta com nomes como Suzano (SUZB3), Weg (WEGE3), Itaú Unibanco (ITUB4), Petrobras (PETR4), JBS (JBSS3) e Tim (TIMS3).
Por que 2025 será turbulento para a bolsa brasileira?
Não há como eleger um único culpado pelas turbulências que devem chacoalhar a bolsa brasileira neste ano.
Na realidade, o fraco desempenho previsto para 2025 é uma combinação de desafios fiscais, incertezas políticas, um cenário internacional para lá de turbulento e enfraquecimento dos fundamentos microeconômicos na B3.
Se em 2024 os fundamentos para as ações continuavam robustos, com crescimento da lucratividade e processos de desalavancagem, o céu já começa a mudar neste ano — e, segundo o BTG, o pico de lucros das empresas brasileiras pode ter ficado para trás.
Para os analistas, as condições financeiras muito mais apertadas em 2025 terão um impacto significativo nos resultados — um efeito duplo de crescimento limitado da receita e aumento das despesas financeiras líquidas.
A expectativa é que o Ibovespa (excluindo Petrobras e Vale) terá um crescimento de lucros de 16% em 2025. Entretanto, os analistas alertam que esse número pode ser revisado para baixo, caso a economia brasileira continue fraquejando.
Para completar o cenário desolador, a fuga de capital estrangeiro da bolsa brasileira continua. Em 2024, estrangeiros venderam R$ 32,1 bilhões em ações, enquanto investidores institucionais se desfizeram de R$ 32 bilhões.
“Dada a ausência de gatilhos no mercado e as taxas de juros em alta (nossa projeção é de 15,25% até meados de 2025, mas com riscos de alta), achamos difícil imaginar essa tendência se revertendo em breve”, avaliou o BTG.
Os desafios macroeconômicos para ações neste ano
Já do lado macroeconômico, o problema fiscal do Brasil continua a ser o principal fator doméstico responsável pela perda de apetite dos investidores pela bolsa brasileira.
A começar pelo bolso do governo, a equipe do BTG calcula que o rombo nas contas públicas (déficit primário) deve chegar a 0,64% do PIB em 2025, elevando a relação dívida/PIB para 82,4%.
E o pacote fiscal anunciado? Basicamente, é insuficiente para estancar a sangria. Os analistas preveem um impacto de apenas R$ 45 bilhões até 2026, valor considerado insuficiente para estabilizar as dívidas.
Para piorar, para o BTG, o presidente Lula ainda não mostrou a que veio em termos de política fiscal, o que deixa o mercado com um pé atrás.
A incerteza sobre as eleições de 2026, com o risco de medidas populistas no ano eleitoral, só aumenta a dor de cabeça dos investidores.
E lá fora, a coisa também não está fácil e deve continuar a pesar sobre as ações domésticas.
Nos EUA, os juros continuam elevados e o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) já sinalizou uma postura mais cautelosa em relação à política monetária daqui para frente, o que pode drenar o fluxo de capital para mercados emergentes, como o Brasil.
Por sua vez, a China vivencia uma desaceleração severa da economia e está pisando no freio da demanda por commodities devido à mudança de foco do governo para estimular o consumo interno — o que impacta diretamente o bolso do Brasil.
BRPR Corporate Offices (BROF11) estabelece novo contrato de locação com a Vale (VALE3) e antecipa R$ 44 milhões
O acordo, no modelo atípico, define que a mineradora passará a ser responsável por todos os encargos referentes ao empreendimento localizado em Minas Gerais
XP aponta seis ações defensivas para enfrentar o novo choque de 50% imposto pelos EUA — e duas possíveis beneficiadas
Enquanto a aversão a risco toma conta do mercado, a XP lista seis papéis da B3 com potencial para proteger investidores em meio ao tarifaço de Trump
Ibovespa escapa da sangria após tarifas de Trump, mas cai 0,54%; dólar sobe a R$ 5,5452
Após o anúncio da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que deve entrar em vigor em 1 de agosto, algumas ações conseguiram escapar de uma penalização dos mercados
Embraer (EMBR3) não é a única a sofrer com as tarifas de Trump: as ações mais impactadas pela guerra comercial e o que esperar da bolsa agora
A guerra comercial chegou ao Brasil e promete mexer com os preços e a dinâmica de muitas empresas brasileiras; veja o que dizem os analistas
Um novo segmento para os fundos imobiliários? Com avanço da inteligência artificial, data centers entram na mira dos FIIs — e cotistas podem lucrar com isso
Com a possibilidade de o país se tornar um hub de centros de processamento de dados, esses imóveis deixam de ser apenas “investimentos diferentões”
O pior está por vir? As ações que mais apanham com as tarifas de Trump ao Brasil — e as três sobreviventes no pós-mercado da B3
O Ibovespa futuro passou a cair mais de 2,5% assim que a taxa de 50% foi anunciada pelo presidente norte-americano, enquanto o dólar para agosto renovou máxima, subindo mais de 2%
A bolsa brasileira vai negociar ouro a partir deste mês; entenda como funcionará o novo contrato
A negociação começará em 21 de julho, sob o ticker GLD, e foi projetada para ser mais acessível, inspirada no modelo dos minicontratos de dólar
Ibovespa tropeça em Galípolo e na taxação de Trump ao Brasil e cai 1,31%; dólar sobe a R$ 5,5024
Além da sinalização do presidente do BC de que a Selic deve ficar alta por mais tempo do que o esperado, houve uma piora generalizada no mercado local depois que Trump mirou nos importados brasileiros
FII PATL11 dispara na bolsa e não está sozinho; saiba o que motiva o bom humor dos cotistas com fundos do Patria
Após encher o carrinho com novos ativos, o Patria está apostando na reorganização da casa e dois FIIs entram na mira
O Ibovespa está barato? Este gestor discorda e prevê um 2025 morno; conheça as 6 ações em que ele aposta na bolsa brasileira agora
Ao Seu Dinheiro, o gestor de ações da Neo Investimentos, Matheus Tarzia, revelou as perspectivas para a bolsa brasileira e abriu as principais apostas em ações
A bolsa perdeu o medo de Trump? O que explica o comportamento dos mercados na nova onda de tarifas do republicano
O presidente norte-americano vem anunciando uma série de tarifas contra uma dezena de países e setores, mas as bolsas ao redor do mundo não reagem como em abril, quando entraram em colapso; entenda por que isso está acontecendo agora
Fundo Verde, de Stuhlberger, volta a ter posição em ações do Brasil
Em carta mensal, a gestora revelou ganhos impulsionados por posições em euro, real, criptomoedas e crédito local, enquanto sofreu perdas com petróleo
Ibovespa em disparada: estrangeiros tiveram retorno de 34,5% em 2025, no melhor desempenho desde 2016
Parte relevante da valorização em dólares da bolsa brasileira no primeiro semestre está associada à desvalorização global da moeda norte-americana
Brasil, China e Rússia respondem a Trump; Ibovespa fecha em queda de 1,26% e dólar sobe a R$ 5,4778
Presidente norte-americano voltou a falar nesta segunda-feira (7) e acusou o Brasil de promover uma caça às bruxas; entenda essa história em detalhes
Em meio ao imbróglio com o FII TRBL11, Correios firmam acordo de locação com o Bresco Logística (BRCO11); entenda como fica a operação da agência
Enquanto os Correios ganham um novo endereço, a agência ainda lida com uma queda de braço com o TRBL11, que vem se arrastando desde outubro do ano passado
De volta ao trono: Fundo imobiliário de papel é o mais recomendado de julho para surfar a alta da Selic; confira o ranking
Apesar do fim da alta dos juros já estar entrando no radar do mercado, a Selic a 15% abre espaço para o retorno de um dos maiores FIIs de papel ao pódio da série do Seu Dinheiro
Ataque hacker e criptomoedas: por que boa parte do dinheiro levado no “roubo do século” pode ter se perdido para sempre
Especialistas consultados pelo Seu Dinheiro alertam: há uma boa chance de que a maior parte do dinheiro roubado nunca mais seja recuperada — e tudo por causa do lado obscuro dos ativos digitais
Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), lança programa de BDRs na B3; saiba como vai funcionar
Os certificados serão negociados na bolsa brasileira com o ticker EVEB31 e equivalerão a uma ação ordinária da empresa na Bolsa de Nova York
Quem tem medo da taxação? Entenda por que especialistas seguem confiantes com fundos imobiliários mesmo com fim da isenção no radar
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, especialistas da Empiricus Research, da Kinea e da TRX debateram o que esperar para o setor imobiliário se o imposto for aprovado no Congresso
FIIs na mira: as melhores oportunidades em fundos imobiliários para investir no segundo semestre
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, do Seu Dinheiro, especialistas da Empiricus Research, Kinea e TRX revelam ao que o investidor precisa estar atento no setor imobiliário com a Selic a 15% e risco fiscal no radar