O ‘Kamala trade’ é real? Analista responde o que esperar do mercado se Kamala Harris assumir presidência dos EUA
Segundo analista, alguns setores da economia podem ter mais destaque em uma possível continuidade do governo democrata; veja quais

Estamos a 40 dias de descobrir quem será o próximo presidente dos Estados Unidos. Com Donald Trump e Kamala Harris em empate técnico na maioria das pesquisas, investidores mundo afora têm discutido o que esperar dos mercados caso qualquer um dos dois vença.
Os EUA ainda são a maior economia do planeta, casa das maiores empresas e bolsas de valores no mundo, da moeda fiduciária mais forte (o dólar) e da taxa de juros considerada a grande referência para o restante do mercado.
Por isso, conversamos com o analista Matheus Spiess, da Empiricus Research, casa de análise do grupo BTG Pactual, para entender quais serão os impactos da eleição norte-americana na economia e nos investimentos no caso de vitória de cada um dos candidatos.
Nesta primeira matéria, focaremos no que pode acontecer caso a atual vice-presidente Kamala Harris ganhe a corrida à Casa Branca. Existem oportunidades específicas que se abrem no mercado caso a democrata assuma o poder?
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O que esperar do mercado em um governo de Kamala Harris
Antes de seguirmos com a entrevista, vale ressaltar que o assunto é bastante complexo para ser tratado em um único texto.
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Trump trade x Kamala trade
Muito se fala no mercado sobre o “Trump trade” – investidores se posicionando em ativos que se beneficiam das políticas de Donald Trump.
Mas e o contrário – existe um Kamala trade?
Segundo Spiess, até existe, mas é menos falado, e o motivo é simples: um governo de Kamala Harris pode não trazer surpresas para além do que já conhecemos pelo governo atual desde 2021:
“O mercado fala menos [da Kamala] porque ela apresentou menos propostas do que o Trump. As propostas delas são mais vagas. […] Sem falar que a gente vem de quatro anos de governo democrata. Ela foi a vice de Joe Biden, [então] seria a continuidade do que a gente viu. Talvez [só] com alguns contornos mais progressistas […] mas é difícil de dizer – por isso o pessoal tem dado pouca ênfase.”
Mas, de qualquer forma, o analista trouxe um panorama do que significa esperar “mais do mesmo” em um novo governo democrata.
JUROS
Segundo o analista, com Kamala Harris presidente, o ciclo de corte de juros pelo Federal Reserve (o Banco Central dos EUA) deve continuar no ritmo atual.
Juros mais altos e pressão inflacionária são mais associados a um possível governo Trump. “As propostas do Trump são mais inflacionárias”, segundo ele. Enquanto isso, Kamala defende o aumento de impostos, ideia mais contracionista favorável ao controle da inflação.
AÇÕES AMERICANAS
Ambos os governos (Trump ou Harris) podem ser bons para ações, segundo Spiess. Mas a grande diferença entre os dois governos se daria nos setores com potencial de crescimento.
Para um governo Trump, é esperado um crescimento em diversos setores no mercado de ações. Algo como o rotation trade observado recentemente – quando o mercado se “desconcentrou” nas big techs para investir, também, em teses mais tradicionais.
Com um possível governo de Kamala Harris, “aos moldes do que a gente viu no governo Biden, o mercado tenderia a ser concentrado em alguns setores mais específicos”, afirma o analista. Setores como:
- Energia verde (energia de transição);
- Saúde;
- Biotecnologia e farmácia.
“Saúde e biotecnologia sob um governo Harris, diferentemente do Trump, teriam um pouco mais destaque, por conta dessa abordagem mais progressista”, afirma Spiess.
Para comparação, vale lembrar que Trump tem um forte apelo para a indústria de petróleo e gás (energia tradicional), e fez oposição às gigantes farmacêuticas – especialmente durante a pandemia de Covid-19.
Mas a bolsa americana deve “ficar bem” com qualquer presidente:
“A gente fica aqui discutindo ‘um ou outro’, mas a verdade é que, historicamente, independente de quem ganhe, [há] volatilidade no curto prazo, mas depois [a bolsa] ‘arranca’”.
MERCADOS ESTRANGEIROS
E as bolsas estrangeiras, como ficam?
Segundo Spiess, Kamala Harris pode ser “boa” para a bolsa europeia, mas não para a China, pois seu posicionamento protecionista contra a gigante asiática é tão duro quanto o de Trump.
Já o Ibovespa, segundo o analista, não deve ser tão afetado por tudo isso. Porém, o dólar deve permanecer forte em um governo democrata, o que pode afetar ações de empresas mais expostas à moeda.
CRIPTOMOEDAS
“Ela [Kamala] tentou abraçar cripto nas últimas semanas, mas [foi] menos vocal. Então acredito que seria ruim para a indústria cripto caso continue a mesma tendência [atual], porque ‘Biden e companhia’ têm sido vetores anti-cripto. […] ela é bem diferente do que o Trump tem prometido, por exemplo.”
Vale lembrar que o atual governo americano se mostrou menos aberto que o desejado pelos investidores em promover avanços regulatórios no mercado de criptomoedas – o que embargou o desenvolvimento dos protocolos e empresas de cripto locais.
Donald Trump permanece sendo o candidato com maior apelo para o setor, com propostas agressivas – como a de transformar os EUA na “capital mundial do cripto”, em suas próprias palavras.
Há algo que os investidores possam fazer desde já?
Para se proteger contra uma possível volatilidade ocasionada pela acirrada disputa eleitoral, o analista recomenda ativos tradicionais de reserva de valor: ouro e posicionamento em moedas fortes.
O dólar, inclusive, continua sendo uma moeda forte independente de quem ganhar, segundo o analista.
Em relação a outros ativos, não há muito o que fazer agora, devido às incertezas. “Essa talvez seja a eleição mais dividida da história”, afirma o analista.
Kamala pode ser melhor que Trump?
Na visão de Spiess, os dois candidatos parecem mais semelhantes do que gostariam.
“Parece que os dois foram bem vagos e bem populistas sempre que tiveram a oportunidade de falar sobre propostas”, disse o analista. E completou:
“É uma eleição ‘diferentona’ mesmo, por isso a gente debate mais, mas a grande verdade é que os Estados Unidos foram, são e vão continuar sendo um país pró-business, de centro-direita […] com um ou outro contorno mais progressista.”
O assunto está longe de acabar
Apesar de tudo, esse ainda é um assunto que divide opiniões e, consequentemente, pode render bastante.
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O evento ouvirá convidados como:
- Marcos Troyjo, diplomata e ex-presidente do Banco dos BRICS;
- Roberto Dumas Damas, professor de macroeconomia no Insper e na FIA Business School;
- Andrew Reider, diretor de investimentos da WHG e economista pela Universidade de Harvard;
- Dentre outros.
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