Com seis meses de conflito, Israel retira tropas de cidade no sul da Faixa de Gaza em meio à pressão internacional por um cessar-fogo
Nos últimos dias, os Estados Unidos mandaram um recado claro para Netanyahu após a morte de trabalhadores da World Central Kitchen
Com exatos seis meses de guerra, Israel parece estar longe de querer um articular um acordo de cessar-fogo com o grupo extremista Hamas.
Neste domingo (7), os militares israelenses retiraram as tropas do sul da Faixa de Gaza, segundo um porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF) à Reuters.
Com a “missão concluída” em Khan Younis, a 98ª divisão deixou a região para “se recuperar e se preparar para futuras operações”, sem mais detalhes sobre os motivos da retirada dos soldados ou o número de envolvidos.
A repentina saída das tropas israelenses do sul de Gaza trouxe à tona especulações de que o movimento faz parte do plano de uma incursão na cidade de Rafah, a área mais povoada da região e o último refúgio para mais de um milhão de palestinos — que até agora escapou dos combates.
Na tarde deste domingo (7), o Exército de Israel confirmou que se prepara para uma operação em Rafah — com declarações do ministro da Defesa do país, Yoav Gallant.
Para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o local é um ponto-chave para eliminar o Hamas. A comunidade internacional, por sua vez, pressiona para que isso não aconteça.
Mas para além de um eventual deslocamento da guerra para Rafah, neste momento, Israel vê uma ameaça maior do grupo terrorista Hezbollah — do Líbano e apoiado pelo Irã —, além de uma crescente pressão dos Estados Unidos para um cessar-fogo.
Na última quinta-feira (4) o presidente norte-americano, Joe Biden, até então um firme defensor da ofensiva israelense em Gaza, mandou um recado sem rodeios ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu: é preciso um cessar-fogo imediato na região.
O recado, considerado a repreensão pública mais forte dos EUA a Israel até agora, aconteceu após um ataque israelense a um comboio de caridade da World Central Kitchen nesta semana, que matou sete trabalhadores de ajuda alimentar.
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Netanyahu vai se render?
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que Israel não cederia à pressão internacional e cederia às “exigências extremas” do Hamas, o movimento islâmico que controla Gaza há algumas semanas.
Mas com a morte dos sete trabalhadores da World Central Kitchen “tudo mudou”, disse um funcionário do alto escalão israelente à Sky News, neste domingo (7).
Segundo a fonte, Netanyahu está “desesperado” para chegar a um acordo com o Hamas.
Além disso, uma delegação israelente deve viajar ao Cairo, capital do Egito, para iniciar as negociações de um cessar-fogo e acordo de reféns, disse uma autoridade de Israel à CNN.
Ontem (6), o Hamas anunciou que uma delegação liderada por Khalil Al Hayya, alto funcionário do grupo extremista, também viajará para o país vizinho.
Netanyahu, por sua vez, ainda não quer ceder à pressão internacional. “Isso não vai acontecer. Israel está pronto para um acordo, Israel não está pronto para se render”, disse o primeiro-ministro israelense, acrescentando que o Hamas esperava que a pressão interna e internacional forçasse o governo israelense a atender às suas demandas.
Ainda de acordo com a CNN, as declarações foram feitas em uma reunião de gabinete neste domingo.
O Hamas tem mais de 130 reféns em cativeiro em Gaza e Israel afirma que não irá parar a sua ofensiva até que todos sejam libertados.
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*Com informações de The Jerusalem Post, Sky News, Reuters e CNN International
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