Prévia da inflação veio melhor que o esperado — mas você deveria estar de olho no dólar, segundo Campos Neto
Para o presidente do Banco Central, o cenário dos Estados Unidos não tem uma relação mecânica com o Brasil, mas é preciso avaliar os impactos do lado de cá

A economia brasileira parece ter encontrado alento nesta sexta-feira (26), com dados de inflação melhores que o esperado em abril — mas, para o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é hora de prestar atenção no câmbio e no fiscal.
Durante o evento “Cenário e Perspectivas para o Brasil”, promovido pelo Young Presidents' Organization (YPO), o chefe do BC afirmou que é difícil precisar a tendência para o dólar nos próximos meses.
“Não existe relação mecânica entre moeda e diferencial de juros. Mas com os juros mais fortes [nos EUA] por mais tempo, a tendência é de que o dólar fique mais forte.”
Ele citou como exemplo como o real poderá trabalhar mais desvalorizado e o custo de crédito por causa dos juros norte-americanos mais elevados. É o derramamento do juro alto nos EUA que atrai a atenção, segundo o presidente do BC.
- O que os grandes nomes do mercado estão pensando sobre cenário macroeconômico brasileiro, taxa de juros, China e governo Lula? Confira os melhores momentos do Macro Summit 2024 neste e-book GRATUITO
Inflação e crescimento da economia do Brasil
Na avaliação de Roberto Campos Neto, a atividade econômica no Brasil está melhorando — e a tendência é de que o resultado deste ano seja melhor do que as projeções iniciais do mercado.
Para Campos Neto, é preciso acontecer algo muito diferente no segundo semestre para que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça menos de 2% em 2024.
Leia Também
A estimativa do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024 é de 2,2%. Já no Banco Central, a projeção atual é de avanço de 1,9% neste ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março.
Já sobre a inflação, o presidente do BC afirmou que os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgados nesta manhã, vieram um pouco melhores do que o esperado, mas ainda é preciso avaliar os números mais detalhadamente.
Para Campos Neto, é preciso ver a tendência de inflação na meta se realizar, dado que as expectativas, hoje, ainda estão longe do centro da meta.
O economista ponderou que no Brasil a inflação está em processo de convergência e que é importante ela voltar para a meta. "A inflação alta é o maior detrator de igualdade e a missão de manter inflação na meta é muito importante", disse.
Para Campos Neto, é hora de ver o copo meio cheio
Durante evento, o presidente do Banco Central disse que é preciso olhar o copo meio cheio do cenário brasileiro: apesar dos juros altos, houve avanço nas reformas.
Segundo o economista, o Brasil teve ganhos institucionais com reformas estruturantes importantes feitas nos últimos anos, inclusive durante a pandemia — e não se deve retroceder.
Na avaliação de Campos Neto, o desafio do país agora é crescer com pouco espaço fiscal. "É muito difícil fazer ajuste fiscal sem crescer", disse o chefe do BC, durante o evento.
Segundo o chefão do Banco Central, essa limitação do governo para investimentos acaba exigindo que haja maior participação do setor privado. No entanto, o setor privado precisa ter conforto para investir.
O presidente do BC também comentou sobre a situação fiscal do Brasil, com dívida elevada e capacidade de arrecadação limitada, o que exige mais eficiência nos gastos.
Segundo Campos Neto, o país tem muita dificuldade em cortar gastos.
"O ministro Haddad tem feito força enorme na parte fiscal. É difícil cortar gastos, porque o discricionário é muito pequeno. Precisamos pensar em reforma, em não ter mecanismos de indexação", afirmou.
Campos Neto pontuou que sempre houve grande diferença entre as expectativas do governo e do mercado. "É importante perseverar na parte fiscal, porque dá mais poder e potência para a política monetária. Com as revisões fiscais, o mercado não mudou muito suas projeções, o que é bom sinal. A parte fiscal não tem uma relação mecânica com a monetária, mas pode contaminar", disse.
Segundo o economista, a autoridade monetária passará a olhar mais para a dívida e a política fiscal no Brasil, principalmente por causa do cenário de juros e dívida mais altos nos Estados Unidos.
Mas e os juros, Campos Neto?
Para Campos Neto, o importante ao reduzir os juros curtos é ter mecanismos para prazos mais longos.
"É importante ter um movimento de queda de juros no curto prazo e que se reflita na curva longa, o que depende da credibilidade do que você está fazendo. Os juros, no final das contas, são muito mais consequência do que causa. Por isso é importante ter âncora fiscal e monetária", destacou.
Na visão do chefe do Banco Central, a tendência do Brasil para os juros num prazo mais longo é de estabilizar a inflação em um patamar baixo.
Segundo Campos Neto, a taxa de juro real no Brasil é mais alta e isso é uma realidade histórica, mas ela vem diminuindo.
Ele criticou comparações feitas entre as taxas de juros do Brasil e de outros países, como o Chile, dizendo que é preciso comparar o esforço monetário, não só as taxas de juros, porque o juro real pode levar a conclusões enganosas.
"Essa narrativa de que os juros estão absurdamente altos não é verdade. Quando a gente olha o histórico dos juros e o esforço monetário, vemos que isso não é real", disse.
Já no exterior, os Estados Unidos concentraram as atenções, com a diminuição da expectativa de corte de juros na maior economia do planeta — e os efeitos em todo o mundo.
“Se os juros nos Estados Unidos ficarem mais altos por mais tempo, significa que vai custar mais caro rolar a dívida por mais tempo", disse.
Na visão de Campos Neto, se os EUA tivessem que aumentar os juros, o país ficaria em uma situação complicada e que traria implicações para a política fiscal.
"Se tenho juros mais altos por mais tempo, vou gastar mais, e a dívida americana subiu muito. A situação confortável para o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) não significa que seja mais confortável para o resto do mundo", disse o presidente do BC.
*Com informações de Estadão Conteúdo.
Dólar em queda livre: entenda por que a moeda está caindo e como isso afeta o seu bolso
No Touros e Ursos desta semana, Claudio Pires, sócio-diretor da MAG Investimentos, fala sobre o impacto da queda do dólar na economia e nos investimentos
Lotofácil começa semana da Quina de São João com bola dividida e 3 ganhadores
Ganhadores do concurso 3424 da Lotofácil são todos da região Sudeste; Quina de São João promete prêmio de R$ 230 milhões no sábado
“Pix do Leão” no radar: Receita Federal libera consulta ao segundo lote de restituição do Imposto de Renda; veja se você vai ver o dinheiro pingar na conta
Os brasileiros que terão direito a receber a restituição vão ver o dinheiro cair na conta já na próxima segunda-feira
Agenda econômica: ata do Copom, Powell no Congresso e BCs em foco; saiba o que esperar nos próximos dias
Com inflação, emprego e PIB no radar, indicadores locais e globais mantêm os mercados em alerta na semana
A receita para ser um milionário, um alerta sobre o Banco do Brasil (BBSA3) e a retomada da Azul (AZUL4); confira as principais notícias da semana
Eventos capazes de mexer com o bolso dos investidores não faltaram nos últimos dias e o Seu Dinheiro preparou para você um resumo do que foi mais lido por aqui
Novo milionário no pedaço: aposta de Minas Gerais leva sozinha prêmio de R$ 127 milhões da Mega-Sena
Segundo a Caixa, o próximo sorteio acontece na terça-feira, dia 24 de junho, e quem vencer pode levar R$ 3,5 milhões para casa
Quem quer ser um milionário? Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio acumulado em R$ 130 milhões
Apostas na Mega-Sena podem ser feitas até as 19h, horário de Brasília
De passaporte novo: a estratégia para as criptomoedas que levou a Coinbase a trocar a Irlanda por Luxemburgo
Empresa deixou a Irlanda para trás e se tornou a primeira corretora cripto dos EUA a operar sob as regras do MiCA; rivais também estão se movimentando
Vazamento histórico de dados expôs 16 bilhões de senhas de Facebook, Google e Apple, diz site — veja o que fazer para se proteger
Segundo o Cybernews, trata-se de um vazamento sem precedentes que envolve dados críticos de logins que servem de acesso para múltiplos portais e aplicativos
Campos Neto alfineta governo Lula após Selic subir a 15% ao ano, mas defende a alta dos juros como “preço pela credibilidade”
Ex-diretor do Banco Central acredita que nova diretoria está fazendo um bom trabalho e defende os juros altos por mais tempo
CVM adia entrada em vigor de nova regulamentação sobre OPA; veja para quando ela está prevista agora
A prorrogação foi necessária para que o sistema de registro do mercado pudesse se adequar às novas regras.
Copom sobe os juros a 15% ao ano; agora 3 bancões dizem quando a Selic deve começar a cair
Itaú, Goldman Sachs e BofA traçam cenários um pouco diferentes para o início do ciclo de cortes de juros no Brasil — mas paciência ainda é o nome do jogo
Copom aumenta os juros em 0,25 p.p. e Selic chega a 15% ao ano — e deve parar por aí mesmo
Embora o Copom tenha sinalizado que o período de hiato será indefinido, o debate sobre o corte de juros já está na mesa, e precificado nos juros futuros
Brasil se declara livre de gripe aviária em granja comercial. Entenda o que isso significa e quais os próximos passos
O governo comunicou hoje à OMSA sobre o encerramento do foco da doença em uma granja comercial em Montenegro (RS)
Congresso cria CPMI para investigar fraude do INSS, e STF convoca governo para decidir sobre devolução dos valores desviados
Ainda não há data definida para o início da CPMI, mas a reunião do STF com o governo Lula está marcada para a próxima terça-feira (24)
Dê tempo aos juros: Bradesco Asset espera manutenção da Selic pelo Copom e “aceita” que inflação de 3% só será alcançada no futuro
Gestora avalia que o juro está suficientemente restritivo e que o BC deve acompanhar os dados, mantendo um novo aumento no radar como possibilidade futura
A inteligência artificial vai tirar o emprego de muita gente: CEO da Amazon admite que empresa precisará de menos funcionários
Em nota enviada aos funcionários, Andy Jassy deixou claro o que muitos temiam: a IA vai pegar empregos
Congresso derruba veto de Lula e livra FIIs e fiagros de novos impostos — mas conta de luz pode ficar mais cara; entenda
O governo Lula vive uma queda de braço com os parlamentares, que votaram pela derrubada de uma série de vetos do presidente
Corpus Christi pode render feriadão; veja o que abre e fecha na quinta-feira (19) e na sexta-feira (20)
Bancos, bolsa, Correios e transporte público terão mudanças no funcionamento; ponto facultativo traz folga aos mercados
Lotofácil faz mais um milionário, mas não brilha sozinha; Mega-Sena acumula e prêmio sobe a R$ 130 milhões
Ganhador ou ganhadora do concurso 3420 da Lotofácil efetuou aposta por meio dos canais eletrônicos da Caixa; além da Mega-Sena, a Quina também acumulou