Os sinais do dado de emprego sobre o caminho dos juros nos EUA. Bolsas se antecipam à próxima decisão do Fed
O principal relatório de emprego dos EUA mostrou a abertura de 227 mil postos no mês passado — um número bem acima dos 36 mil de outubro e da estimativa de consenso da Dow Jones de 214.000
As 36 mil vagas (dado revisado) criadas em outubro nos EUA definitivamente foram um ponto fora da curva. O relatório de emprego mais importante da economia norte-americana de novembro não só mostrou uma recuperação como trouxe números acima do previsto. O dólar reagiu aos dados na hora.
O chamado payroll mostrou que os EUA abriram 227 mil postos no mês passado — um número bem acima dos 36 mil de outubro e da estimativa de consenso da Dow Jones de 214.000.
A taxa de desemprego, no entanto, subiu para 4,2%, como esperado. Há uma explicação para isso: a taxa de participação da força de trabalho caiu e a própria força de trabalho recuou. Uma medida mais ampla que inclui trabalhadores desencorajados a procurar emprego e aqueles que têm empregos de meio período por razões econômicas subiu para 7,8%.
O mercado celebrou os dados. Lá fora, o Dow Jones, o Nasdaq e o S&P 500 abriam em alta. Por aqui, assim que o payroll foi divulgado, o dólar à vista deu uma trégua e chegou a ser cotado na casa de R$ 5,98, tocando a mínima do dia.
A euforia com os dados de emprego, no entanto, durou pouco no mercado brasileiro. A moeda norte-americana voltou a subir e superar os R$ 6,00. O Ibovespa, por sua vez, segue tocando o piso da sessão.
Os sinais do payroll sobre o caminho dos juros nos EUA
A alta das bolsas de Nova York hoje é impulsionada pela leitura de que o payroll reforçou as apostas no corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro. A última reunião do ano do banco central norte-americano está marcada para os dias 17 e 18 de dezembro.
Leia Também
Logo após o dado, a chance de uma redução de 25 pontos-base (pb) dos juros na próxima semana disparou e chegou a registrar mais de 91% de probabilidade, de acordo com dados compilados pelo CME Group. A probabilidade de manutenção é de 10,7%.
O mercado estimava em 72,1% a chance de redução de 25 pb nos juros antes do payroll e contra probabilidade de 27,9% para manutenção da taxa na faixa atual de 4,50% a 4,75%.
A probabilidade de corte acumulado de 50 bp pelo Fed até maio de 2025 também aumentou após o payroll, passando de 41,4% para 44,2%.
BOLSA CAINDO e DÓLAR a R$ 6: O que o GOVERNO deve FAZER AGORA para VIRAR o jogo
O que dizem os especialistas
O presidente do Fed, Jerome Powell, participou nesta semana de evento promovido pelo jornal The New York Times e falou o que pensa sobre o ritmo de afrouxamento monetário nos EUA a partir de agora.
Segundo o chefão do BC norte-americano, não há mais pressa para o corte de juros. Powell disse que a economia dos EUA é forte, o mercado de trabalho é sólido e a inflação está bem próxima da meta de 2%.
O Seu Dinheiro detalhou tudo o que o homem que comanda o banco central mais importante do mundo disse no evento e você confere aqui.
Os especialistas, no entanto, enxergam mais cortes de juros à frente.
Segundo Thomas Feltmate, diretor e economista sênior da TD Economics, uma varredura mais ampla do payroll de novembro sugere que o mercado de trabalho norte-americano já voltou a um melhor equilíbrio e não é mais uma fonte significativa de pressão inflacionária.
Ele ainda pontua o fato de a força de trabalho ter se contraído em cada um dos últimos dois meses — uma sugestão de que os candidatos a emprego estão começando a internalizar o fato de que as vagas estão se tornando mais difíceis de encontrar e mais uma indicação de que o mercado de trabalho norte-americano está esfriando.
“Esse cenário deve dar aos membros do Fed a garantia necessária para cortar os juros em mais 25 pb este mês. Mas com o progresso da inflação mostrando sinais iniciais de estagnação e algumas das propostas da nova administração, o Fed provavelmente prosseguirá com mais cautela com a flexibilização em 2025”, afirmou Feltmate.
James Knightley, economista-chefe internacional do ING, lembra que há questões válidas sobre a qualidade dos empregos que os EUA estão criando atualmente, mas continua apostando em um corte de 25 pb na próxima semana.
“Continuamos a pensar que o Fed realmente cortará em 25 bp, apenas para manter a política monetária se movendo de um território restritivo para neutro. No entanto, eles estão prontos para sinalizar uma desaceleração no ritmo de cortes com uma pausa na reunião de janeiro parecendo o cenário mais provável”, disse Knightley.
André Valério, economista sênior do Inter, vê condições suficientes para o Fed cortar os juros novamente em 25 pb na próxima quarta-feira.
"Entretanto, esperamos um comunicado mais cauteloso, abrindo as portas para a discussão de uma desaceleração no ritmo de cortes no primeiro trimestre de 2025", afirmou.
Rodolfo Amstalden: A alegria de um banqueiro central seria o silêncio
Estamos nos aproximando da perigosa zona de dominância fiscal; ninguém sabe onde fica a fronteira exatamente, mas, marchando à frente de olhos vendados, são crescentes as chances de nos enroscarmos em uma cerca de arame farpado
Os dividendos valem o risco: os três fatores que compensam a compra de ações da Petrobras (PETR4) agora, segundo o BTG
Analistas do banco chamam atenção para a governança corporativa e para a defasagem de preços dos combustíveis, mas elegem a estatal como a preferida do setor; entenda os motivos
Ação da OceanPact sobe mais de 8% após classificação no leilão da Petrobras (PETR4); OPCT3 é uma boa aposta?
Na ocasião, três veículos de operação remota da empresa de apoio logístico marítimo foram classificados no certame
Dólar abaixo de R$ 6: moeda americana renova série de mínimas graças a Trump — mas outro motivo também ajuda na queda
Enquanto isso, o Ibovespa vira e passa a operar em baixa, mas consegue se manter acima dos 123 mil pontos
Na conta do Round 6, de Mike Tyson e da NFL: balanço da Netflix supera expectativas do mercado e ação dispara em NY
Número expressivo de novos assinantes ajudou a empresa a registrar lucro operacional recorde e receita 16% maior na comparação anual
Quando o sonho acaba: Ibovespa fica a reboque de Wall Street em dia de agenda fraca
Investidores monitoram Fórum Econômico Mundial, decisões de Donald Trump e temporada de balanços nos EUA e na Europa
Deixando R$ 100 mil na mesa: abrir mão da liquidez diária na renda fixa conservadora pode render até 40% a mais no longo prazo
Simulação do banco Inter com CDBs mostra quanto é possível ganhar a mais, no longo prazo, ao se optar por ativos sem liquidez imediata, ainda que de prazos curtos
O fim do ‘sonho grande’ da Cosan (CSAN3): o futuro da empresa após o fracasso do investimento na Vale e com a Selic em 15%
A holding de Rubens Ometto ainda enfrenta desafios significativos mesmo após zerar a participação na Vale. Entenda quais são as perspectivas para as finanças e as ações CSAN3 neste ano
CMA CGM recebe autorização prévia para tornar-se controladora da Santos Brasil (STPB3), mas vai precisar remunerar os credores
Francesa comprou a parte da empresa portuária que pertencia à gestora Opportunity
Após adiar balanço, AgroGalaxy (AGXY3) divulga prejuízo bilionário no 3T24 e ação cai forte na B3
A expectativa era que o resultado saísse em dezembro, mas a companhia atribuiu o atraso ao processo de reestruturação interna após o pedido de recuperação judicial
Efeito Trump na bolsa e no dólar: Nova York sobe de carona na posse; Ibovespa acompanha, fica acima de 123 mil pontos e câmbio perde força
Depois de passar boa parte da manhã em alta, a moeda norte-americana reverteu o sinal e passou a cair ante o real
Vivara (VIVA3) anuncia novo CFO e ‘tranquiliza’ investidores após meses de incerteza na direção executiva; ação tem recuperação modesta
O CEO Ícaro Borrello continua, temporariamente, como CFO interino da companhia
Metralhadora giratória: Ibovespa reage às primeiras medidas de Trump com volta do pregão em Nova York
Investidores ainda tentam mensurar os efeitos do retorno de Trump à Casa Branca agora que a retórica começa a se converter em ações práticas
Donald Trump está de volta com promessa de novidades para a economia e para o mercado — e isso abre oportunidades temáticas de investimentos
Trump assina dezenas de ordens executivas em esforço para ‘frear o declínio americano e inaugurar a Era de Ouro da América’.
Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) lideraram quedas do Ibovespa: por que as empresas de Rubens Ometto operaram no vermelho hoje?
Queda de quase 6% na ação da produtora de etanol e açúcar também puxou os papéis de sua controladora Cosan para o negativo
Donald Trump 2T1E: Ibovespa começa semana repercutindo troca de governo nos EUA; BC intervém no dólar pela primeira vez em 2025
Enquanto mercados reagem à posse de Trump, Banco Central vende US$ 2 bilhões em dois leilões de linha programados para hoje
Agenda econômica: reunião do CMN e prévia da inflação se destacam no Brasil, na semana em que Trump retorna à Casa Branca
A semana ainda reserva política monetária no Japão e indicadores econômicos europeus e dos Estados Unidos.
Trump 2.0 será “imparável em uma extensão que nunca vimos antes”, diz presidente da Eurasia
O republicano toma posse nesta segunda-feira (20). O Seu Dinheiro conversou com o cientista político e presidente da Eurasia, Ian Bremmer, sobre essa volta à Casa Branca, e ele deu pistas do que vem por aí.
Braskem (BRKM5) vai investir R$ 614 milhões para aumentar a capacidade de produção de petroquímicos; ações sobem na B3
Ao todo, serão sete projetos para a ampliação da atual capacidade de produção de produtos químicos na Bahia, no Rio Grande do Sul e em Alagoas
Ação da Cogna (COGN3) ficou barata: empresa quer tirar mais de 144 milhões de papéis de circulação após perder 61% do valor na bolsa
Existem diversos motivos que levam uma empresa como a Cogna a aprovar um programa de recompras robusto como esse — e isso pode beneficiar os acionistas; entenda