Governo da China expulsa ex-chefe do projeto do yuan digital sob alegações de corrupção
Yao Qian é acusado de receber subornos em criptomoedas, bens de luxo e propriedades, além de realizar empréstimos ilegais enquanto ocupava cargo público

Yao Qian, ex-líder do projeto de pesquisa sobre a moeda digital do banco central da China (PBoC, na sigla em inglês), foi expulso do Partido Comunista da China (PCCh) e exonerado de seu cargo governamental. As acusações contra ele envolvem corrupção relacionada à criptomoeda do BC chinês.
De acordo com a mídia estatal, Qian “utilizou criptomoedas como meio de realizar trocas de poder por dinheiro”. Uma revisão disciplinar também apontou que ele abusou de “seu poder de recomendar, formular e executar políticas” e negligenciou suas “responsabilidades de supervisão em ciência e tecnologia”.
- VEJA TAMBÉM: economista revela criptomoeda que tem potencial de multiplicar dinheiro investido em até 300 vezes (não é Bitcoin)
Entre as acusações, além de receber propina em criptomoedas, o ex-chefe do projeto do yuan digital é acusado de tomar empréstimos em nome das empresas que dirigia e desviá-los para investimentos pessoais. A mídia estatal também revelou que Qian “aceitou ilegalmente presentes valiosos, como garrafas de vinho Maotai (marca de bebidas alcoólicas mais valiosa do mundo) e participou de banquetes proibidos”.
China e as criptomoedas do estado
O yuan digital é diferente das criptomoedas mais populares usadas no mundo, porque pertence a uma categoria específica conhecida como Central Bank Digital Currencies (CBDCs, ou moedas digitais de banco central, em tradução do inglês). Essas moedas são centralizadas, ou seja, precisam ser emitidas por uma autoridade governamental. No caso do yuan digital, a emissão é realizada pelo Banco Popular da China (PBoC).
Normalmente, como no caso do yuan, o valor dessas moedas digitais é atrelado ao valor da moeda física e funciona como um facilitador de transações, algo semelhante ao pix para o usuário. Contudo, sua estrutura é diferente, já que ela é integrada a um sistema blockchain. A tecnologia permite uma gama de possibilidades, como maior transparência e segurança na troca de informações.
A China foi o primeiro país a conseguir desenvolver sua própria moeda digital, mas não é o único. Assim como outros países, o Brasil também possui sua própria CBDC: o real digital, ou drex, que deve entrar em circulação em 2025.
Leia Também
Rússia e Índia também acompanham esse movimento. Os países dos BRICS, em particular, enxergam essas moedas digitais como uma forma de reduzir a dependência do dólar em suas economias e alcançar gradualmente progressos nesse objetivo.
O papel de Yao Qian nessa história
Yao Qian foi o primeiro diretor do Instituto de Pesquisa de Moeda Digital do PBoC, cargo que assumiu em 2017.
Ele desempenhou um papel central no desenvolvimento da moeda digital chinesa. No entanto, em 2018, deixou o banco central para trabalhar na Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC, na sigla em inglês), algo semelhante à CVM no Brasil.
- VEJA TAMBÉM: Por que Robert Kiyosaki, o famoso autor de Pai Rico, Pai Pobre, pode parar de comprar Bitcoin em breve
Em 2021, Qian defendeu as CBDCs, sugerindo que essas moedas digitais poderiam, no futuro, operar na blockchain do ethereum (ETH) e incorporar funcionalidades de contratos inteligentes. Apesar de sua queda, isso não deve abalar significativamente a confiança da China em sua criptomoeda estatal.
Em setembro, Lu Lei, vice-governador do Banco Popular da China, informou que quase um trilhão de dólares em transações foram realizadas usando o yuan digital até junho de 2024. A moeda também está sendo gradualmente implementada fora da China continental. Em Hong Kong, por exemplo, o yuan digital já é aceito para pagamentos no varejo por meio de carteiras digitais móveis (wallets).
O mais importante, porém, é o avanço do yuan digital em transações transfronteiriças, reforçando o projeto de desdolarização. Em novembro de 2023 a moeda foi usada pela primeira vez para liquidar uma transação internacional de petróleo bruto envolvendo a PetroChina.
*Com informações do Decrypt
Salão de Xangai 2025: BYD, elétricos e a onda chinesa que pode transformar o mercado brasileiro
O mundo observa o que as marcas chinesas trazem de novidades, enquanto o Brasil espera novas marcas
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta
Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics
Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado
Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Huawei planeja lançar novo processador de inteligência artificial para bater de frente com Nvidia (NVDC34)
Segundo o Wall Street Journal, a Huawei vai começar os testes do seu processador de inteligência artificial mais potente, o Ascend 910D, para substituir produtos de ponta da Nvidia no mercado chinês
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Pouco ou muito otimista? Ark Invest projeta bitcoin em US$ 2,4 milhões em 2030
Gestora de criptoativos projeta alta média anual de 72% do bitcoin nos próximos cinco anos.
Sem alarde: Discretamente, China isenta tarifas de certos tipos de chips feitos nos EUA
China isentou tarifas de alguns semicondutores produzidos pela indústria norte-americana para tentar proteger suas empresas de tecnologia.
A marca dos US$ 100 mil voltou ao radar: bitcoin (BTC) acumula alta de mais de 10% nos últimos sete dias
Trégua momentânea na guerra comercial entre Estados Unidos e China, somada a dados positivos no setor de tecnologia, ajuda criptomoedas a recuperarem parte das perdas, mas analistas ainda recomendam cautela
Normas e tamanho do FGC entram na mira do Banco Central após compra do Banco Master levantar debate sobre fundo ser muleta para CDBs de alto risco
Atualmente, a maior contribuição ao fundo é feita pelos grandes bancos, enquanto as instituições menores pagam menos e têm chances maiores de precisar acionar o resgate
Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado
Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
E agora, Trump? A cutucada da China que pode reacender a guerra comercial
Em meio à sinalização do presidente norte-americano de que uma trégua está próxima, é Pequim que estica as cordas do conflito tarifário dessa vez
Bradesco dispara em ranking do Banco Central de reclamações contra bancos; Inter e PagSeguro fecham o pódio. Veja as principais queixas
O Bradesco saiu da sétima posição ao fim de 2024 para o primeiro colocado no começo deste ano, ao somar 7.647 reclamações procedentes. Já Inter e PagSeguro figuram no pódio há muitos trimestres
Fim da linha para o dólar? Moeda ainda tem muito a cair, diz economista-chefe do Goldman Sachs
Desvalorização pode vir da relutância dos investidores em se exporem a investimentos dos EUA diante da guerra comercial com a China e das incertezas tarifárias, segundo Jan Hatzius
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
A tarifa como arma, a recessão como colateral: o preço da guerra comercial de Trump
Em meio a sinais de que a Casa Branca pode aliviar o tom na guerra comercial com a China, os mercados dos EUA fecharam em alta. O alívio, no entanto, contrasta com o alerta do FMI, que cortou a projeção de crescimento americano e elevou o risco de recessão — efeito colateral da política tarifária errática de Trump.