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Apetite de Warren Buffett pelo Japão vai além do sushi e faz as tradings dispararem — o que o oráculo quer agora?

Warren Buffett com uma lâmpada perto do rosto | Ações, Suzano, Vivara

Warren Buffett, um dos maiores investidores do mundo, fundador e CEO da Berkshire Hathaway. Fonte: Reprodução

O apetite de Warren Buffett pelo Japão vai muito além do sushi: o Oráculo de Omaha elevou participações nas tradings japonesas de 5% para 7,4% em 2020 e agora planeja aumentar a exposição às ações do país. 

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Em entrevista ao Nikkei, Buffett disse que está considerando investimentos adicionais em cinco grandes tradings japonesas, acrescentando que está "muito orgulhoso" de seus investimentos existentes nelas.

A declaração foi suficiente para fazer as ações da Mitsubishi subirem 2,08% no pregão da tarde desta terça-feira (11) no Japão, enquanto as da Mitsui & Co. avançaram 2,66%, as da Itochu tiveram alta de 2,98% e as da Marubeni ganharam 4,55%. A Sumitomo também subiu, 3,19%.

Buffett, de 92 anos, está atualmente no Japão e planeja se encontrar com diferentes líderes de empresas e “apenas ter uma discussão sobre seus negócios e enfatizar nosso apoio”, disse ele ao Nikkei, sem citar as empresas.

Buffett na Terra do Sol Nascente

Buffett comparou as cinco grandes tradings do Japão com a Berkshire Hathaway e disse que faria negócios com elas.

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“Adoraríamos se algum dos cinco viesse até nós e dissesse: 'Estamos pensando em fazer algo muito grande ou estamos prestes a comprar algo e gostaríamos de um parceiro ou algo assim'”, disse ele, ao Nikkei.

O Oráculo de Omaha então acrescentou que, embora não tenha participação em outras grandes empresas japonesas, “sempre penso em algumas”.

A verdade é que o movimento de Buffett não é à toa. O interesse do megainvestidor é um lembrete de que existem oportunidades de investimento atraentes e com bons preços no Japão.

“Dado o que sabemos ser suas preferências, ele estaria procurando por empresas bem administradas que desfrutam de fossos econômicos que ele considera subvalorizados”, disse , disse Lorraine Tan, diretora de pesquisa de ações da Morningstar Asia, à Bloomberg.

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O cardápio que o Japão oferece

As cinco maiores empresas comerciais do Japão são conglomerados que importam de tudo: de energia e metais até alimentos e têxteis. Conhecidas como shosha, essas companhias também fornecem serviços aos fabricantes dos mais variados segmentos. 

Não à toa essas tradings ajudaram a crescer a economia japonesa e contribuíram para a globalização dos negócios.

A importância dessas empresas para o Japão é tamanha que, segundo o Nikkei, a Berkshire Hathaway de Buffett está preparando outra emissão de títulos corporativos denominados em ienes — o que foi visto pelo mercado como um sinal de que o conglomerado aumentaria seus investimentos no Japão.

Buffett nada contra a maré

Nas últimas três semanas, os estrangeiros venderam ações e futuros japoneses na Bolsa de Valores de Tóquio após a crise bancária internacional que eclodiu em março. 

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Nos últimos 12 meses, o índice MSCI Asia Pacific excluindo o Japão caiu 8,6%, em comparação com uma queda de 0,8% do índice Topix mais amplo, na comparação em dólares.

Segundo analistas, no passado, os investimentos de Buffett não inflamaram o mercado no curto prazo — a não ser para as ações que ele escolheu. Mas a crença agora é de que terão efeito no médio e longo prazos em relação às percepções dos estrangeiros ao mercado do Japão.

As novas emissões da Berkshire

A Berkshire deve precificar seus novos títulos ainda esta semana. Os recursos da oferta serão usados para fins corporativos gerais, incluindo o refinanciamento de algumas dívidas. 

A holding já começou a comercializar uma venda de títulos em sete tranches, de acordo com fontes ouvidas pela Bloomberg. 

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A Berkshire, com sede em Omaha, Nebraska, é uma das maiores emissoras estrangeiras de títulos em ienes. 

Em 2020, a empresa do megainvestidor surpreendeu os mercados japoneses quando comprou as ações das tradings locais depois de vender um dos maiores negócios de títulos em ienes de todos os tempos.

*Com informações da CNBC e da Bloomberg

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