🔴 [NO AR] MERCADO TEME A FRAGMENTAÇÃO DA DIREITA? ENTENDA A REAÇÃO DOS ATIVOS – ASSISTA AGORA

Seu Dinheiro

Seu Dinheiro

No Seu Dinheiro você encontra as melhores dicas, notícias e análises de investimentos para a pessoa física. Nossos jornalistas mergulham nos fatos e dizem o que acham que você deve (e não deve) fazer para multiplicar seu patrimônio. E claro, sem nada daquele economês que ninguém mais aguenta.

Sem fôlego

Vem quebradeira por aí? Empresas têm maior onda de recuperações judiciais em 3 anos – e pedidos devem explodir após Carnaval

Fim dos estímulos governamentais e dos prazos das dívidas renegociadas durante a pandemia vem impactando empresas de todos os portes; juros altos pesam sobre as mais endividadas

Seu Dinheiro
Seu Dinheiro
20 de fevereiro de 2023
18:08 - atualizado às 7:27
Montagem com seriado Chaves com representação de empresas endividadas
Notícias sobre grandes empresas endividadas e inadimplentes estão pipocando, e pequenas e médias também estão sendo atingidas. Imagem: Montagem Beatriz Azevedo

A onda de recuperações judiciais esperada para 2020, por causa das restrições da pandemia, chegou com quase três anos de atraso. Nos últimos meses, as empresas tiveram de conviver tanto com o fim dos programas governamentais e o vencimento de dívidas renegociadas no passado pelos bancos quanto com juros altos (Selic de 13,75%, a maior desde 2017), inflação pressionada e consumo fraco.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nesse cenário, companhias recorrem à Justiça para ganhar tempo, arrumar a casa e preservar o negócio. Em janeiro, o volume de recuperações judiciais requeridas foi o maior para o mês em três anos, segundo dados da Serasa Experian. E a perspectiva, segundo consultorias, é que haja um boom de pedidos de recuperação e de falências no primeiro quadrimestre.

  • O SEGREDO DOS MILIONÁRIOS: as pessoas mais ricas do Brasil não hesitam em comprar ações boas pagadoras de dividendos. Veja como fazer o mesmo neste treinamento exclusivo que o Seu Dinheiro está liberado para todos os leitores.

Pesos-pesados do mercado e empresas tradicionais deram mostras de esgotamento financeiro. A Oi, que saiu da recuperação judicial em dezembro, fez um pedido de tutela à Justiça que indica uma segunda recuperação para honrar as dívidas da primeira. A DOK Calçados, dona da Ortopé, entrou com o pedido de proteção judicial contra seus credores.

Já a Pan, de chocolates, e a Livraria Cultura não resistiram e foram à falência (no caso da Cultura, revertida mediante liminar na semana passada). Além disso, a Americanas, em um caso particular de problemas nos balanços, também entrou com pedido de recuperação judicial. A Marisa, do setor de vestuário, optou por reescalonar a dívida de R$ 600 milhões fora do âmbito judicial.

Pelos dados da Serasa, 92 companhias pediram ajuda da Justiça para adiar o pagamento de dívidas em janeiro, segundo o levantamento da Serasa Experian obtido com exclusividade pelo Estadão. A alta é de 37,3% ante janeiro de 2022 e de quase 90% ante janeiro de 2021.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Além do grande volume de pedidos, chama a atenção nos resultados o aumento da fatia de companhias de grande porte que solicitaram recuperação judicial neste começo de ano.

Leia Também

Apesar de as micro e as pequenas serem maioria, com dois terços dos pedidos, no mês passado, 15 companhias de grande porte recorreram a esse instrumento jurídico. É quase triplo do ano anterior. "Quando vemos as grandes empresas tendo problemas, está feia a coisa", diz Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, responsável pelo levantamento.

Os sinais de estrangulamento financeiro das empresas começaram a surgir no final de 2022. O ano se encerrou com 6,4 milhões de companhias inadimplentes, um recorde desde que a Serasa iniciou o levantamento, em março de 2016.

Rabi observa que, quando a inflação anual ultrapassou 10% no final de 2021, cresceu a inadimplência tanto do consumidor quanto das empresas. De lá para cá, esses volumes só aumentaram. "Uma inadimplência (pessoa física) puxa outra (pessoa jurídica)", diz.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

VEJA TAMBÉM: Empresas sofrem com juros altos e cenário desfavorável, criando 'epidemia de endividamento'

O que explica o aumento das recuperações judiciais

Em meio ao estrangulamento financeiro das companhias iniciado na pandemia e agravado pela alta no calote de consumidores, consultorias como a Corporate Consulting e a Siegen, especializadas em reestruturar empresas, relatam um salto na demanda por reestruturações empresariais.

"Era algo previsível", afirma Osana Mendonça, sócia de reestruturação judicial da consultoria KPMG, que espera um boom de recuperações judiciais, especialmente depois do Carnaval.

Ela lembra o efeito cascata que deve ocorrer no mercado com os pedidos de grandes empresas, que acabam afetando também a situação financeira dos credores, geralmente outras companhias.

Com a crise sanitária, muitos negócios fecharam as portas. O governo injetou recursos na economia por meio de linhas especiais de crédito para atenuar as restrições. "As empresas se aguentaram em cima de dinheiro novo, que inibiu grande volume de demissões, recuperações judiciais e retardou o movimento falimentar por quase dois anos", observa Luiz Alberto de Paiva, sócio-fundador da Corporate Consulting.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Foram dois anos com os bancos repactuando créditos, advogados segurando processos de execução, além das mudanças na lei falimentar por conta da pandemia, mas o quadro se deteriorou.

Atualmente com juros nas alturas, a aprovação de novos financiamentos está mais difícil e mais cara. Além disso, a inflação se mantém em níveis elevados. Esse cenário pressiona custos das empresas, que, ao mesmo tempo, veem as expectativas de melhora da economia e das vendas não se confirmarem.

Leia também

Consultorias relatam aumento na demanda dos seus serviços

Paiva conta que as empresas não estão conseguindo rolar as dívidas e buscam alternativas, como a negociação amigável, a recuperação extrajudicial e a recuperação judicial. Sua consultoria hoje conduz a reestruturação financeira de quase 40 grupos econômicos de médio porte que somam uma dívida de R$ 3,5 bilhões. Antes da pandemia, ele tocava, em média, sete ou oito reestruturações por mês.

"Acredito num pico de pedidos de recuperação judicial no primeiro quadrimestre. Depois, deve apaziguar", afirma Paiva.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O trabalho também cresceu na Siegen, que em janeiro recebeu consultas de 30 empresas de médio porte em dificuldades financeiras. As dívidas dessas companhias somam R$ 1 bilhão.

A consulta é feita para avaliar a possibilidade de reestruturação e a viabilidade de pedir recuperação judicial. Desde 2019, a empresa não recebia um volume tão alto de consultas num único mês, observa Fabio Astrauskas, sócio da consultoria.

No momento, a Siegen reestrutura 15 empresas em recuperação judicial. Uma é do Grupo Raiola, uma marca de azeitonas e conservas que entrou em recuperação judicial em fevereiro, com dívidas bancárias de cerca de R$ 50 milhões.

Astrauskas explica que a companhia teve aumento da despesa financeira por causa da alta dos juros e do custo da azeitona, importada, e não conseguiu repassá-lo porque o consumo está em queda. "A recuperação judicial foi o caminho mais indicado", diz.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Astrauskas projeta mil pedidos de recuperação judicial este ano, nível semelhante ao de 2020 (1.179). Em 2022, foram 833 e no ano anterior, 891, de acordo com a Serasa Experian.

Varejo é o setor com maior risco

Apesar de o varejo ser o segmento mais exposto, empresas do agronegócio, da indústria e de serviços buscam ajuda ou para se reestruturar ou pedir recuperação judicial, diz Astrauskas.

"A procura por reestruturação de dívida está muito grande por empresas do varejo e é o segmento que está sofrendo mais", afirma Cinthia de Lamore, sócia da área de reestruturação e insolvências do escritório de advocacia Cescon Barrieu. O escritório tem atendido especialmente credores - bancos e fornecedores - que tiveram os recebimento de créditos adiados por conta da recuperação judicial de clientes.

Aracy Barbara, sócia do VBD Advogados e especialista em contratos e recuperação judicial, afirma que os problemas financeiros das empresas podem ter se arrastado por anos. "A maioria das recuperações judiciais neste começo de ano não é só de agora. Há empresas que têm problemas desde antes da pandemia, talvez até desde 2015", diz.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

João Coronel, diretor de crédito do Banco Fator, afirma que o aumento da taxa Selic nos últimos anos fez crescer brutalmente o custo do crédito das empresas. "Pode ter dobrado, triplicado ou quadruplicado", diz.

O que dizem as empresas

A Lojas Marisa (AMAR3) disse, em nota, que "decidiu iniciar a renegociação de seu endividamento bancário para obter uma melhor liquidez de sua posição de caixa". "Do lado da companhia e de seus acionistas de controle, temos um histórico de bom relacionamento com o mercado e, do lado dos bancos, há boa vontade em se chegar a bom termo", afirmou.

A Americanas (AMER3) disse, em nota, que continua funcionando normalmente "ao mesmo tempo em que trabalha na construção de seu plano de recuperação" e que "soma mais de 40 mil colaboradores em todos os Estados do País e reitera que se mantém comprometida com a transparência e as obrigações trabalhistas, como prevê a legislação".

Procuradas, Oi (OIBR3), Raiola e DOK Calçados não comentaram seus pedidos de recuperação judicial. Pan e Livraria Cultura também não se pronunciaram.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
RECALCULANDO A ROTA

Hasta la vista! Itaú (ITUB4) vende ativos na Colômbia e no Panamá; entenda o plano por trás da decisão

23 de dezembro de 2025 - 18:55

Itaú transfere trilhões em ativos ao Banco de Bogotá e reforça foco em clientes corporativos; confira os detalhes da operação

UM NOVO GÁS

Virada de jogo para a Cosan (CSAN3)? BTG vê espaço para ação dobrar de valor; entenda os motivos

23 de dezembro de 2025 - 16:29

Depois de um ano complicado, a holding entra em 2026 com portfólio diversificado e estrutura de capital equilibrada. Analistas do BTG Pactual apostam em alta de 93% para CSAN3

VAREJO EM ALERTA

Atraso na entrega: empreendedores relatam impacto da greve dos Correios às vésperas do Natal

23 de dezembro de 2025 - 15:39

Comunicação clara com clientes e diversificação de meios de entregas são estratégias usadas pelos negócios

ALIANÇA PET

AUAU3: planos da Petz (PETZ3) para depois da fusão com a Cobasi incluem novo ticker; confira os detalhes

23 de dezembro de 2025 - 14:00

Operação será concluída em janeiro, com Paulo Nassar no comando e Sergio Zimerman na presidência do conselho

DE OLHO NA B3

IPO no horizonte: Aegea protocola pedido para alterar registro na CVM; entenda a mudança

23 de dezembro de 2025 - 13:01

A gigante do saneamento solicitou a migração para a categoria A da CVM, passo que abre caminho para uma possível oferta pública inicial

MUDANÇAS À FRENTE?

Nelson Tanure cogita vender participação na Alliança (ALLR3) em meio a processo sancionador da CVM; ações disparam na B3

23 de dezembro de 2025 - 11:58

Empresa de saúde contratou assessor financeiro para estudar reorganização e possíveis mudanças no controle; o que está em discussão?

VIRADA CHEGOU MAIS CEDO

Pílula emagrecedora vem aí? Investidores esperam que sim e promovem milagre natalino em ações de farmacêutica

23 de dezembro de 2025 - 11:25

Papéis dispararam 9% em Nova York após agência reguladora aprovar a primeira pílula de GLP-1 da Novo Nordisk

DE OLHO NA REESTRUTURAÇÃO

AZUL4 dá adeus ao pregão da B3 e aérea passa ter novo ticker a partir de hoje; Azul lança oferta bilionária que troca dívidas por ações

23 de dezembro de 2025 - 9:59

Aérea pede registro de oferta que transforma dívida em capital e altera a negociação dos papéis na bolsa; veja o que muda

ANO NOVO, DIRETORIA NOVA

Hapvida (HAPV3) prepara ‘dança das cadeiras’ com saída de CEO após 24 anos para tentar reverter tombo de 56% nas ações em 2025

23 de dezembro de 2025 - 9:39

Mudanças estratégicas e plano de sucessão gerencial será implementado ao longo de 2026; veja quem assume o cargo de CEO

NATAL CHEGOU MAIS CEDO?

Magazine Luiza (MGLU3) vai dar ações de graça? Como ter direito ao “presente de Natal” da varejista

23 de dezembro de 2025 - 8:21

Acionistas com posição até 29 de dezembro terão direito a novas ações da varejista. Entenda como funciona a operação

MAIS RUÍDOS

Tupy (TUPY3) azeda na bolsa após indicação de ministro de Lula gerar ira de conselheiro. Será mais um ano para esquecer?

23 de dezembro de 2025 - 7:49

A indicação do ministro da Defesa para o conselho do grupo não foi bem recebida por membros do colegiado; entenda

ONDA DE PROVENTOS

Santander (SANB11), Raia Drogasil (RADL3), Iguatemi (IGTI11) e outras gigantes distribuem mais de R$ 2,3 bilhões em JCP e dividendos

22 de dezembro de 2025 - 20:31

Santander, Raia Drogasil, JHSF, JSL, Iguatemi e Multiplan somam cerca de R$ 2,3 bilhões em proventos, com pagamentos previstos para 2025 e 2026

REFORMA DA DIRETORIA

Eztec (EZTC3) renova gestão e anuncia projeto milionário em São Paulo

22 de dezembro de 2025 - 19:15

Silvio Ernesto Zarzur assume nova função na diretoria enquanto a companhia lança projeto de R$ 102 milhões no bairro da Mooca

PARA ALÉM DOS GIGANTES

Dois bancos para lucrar em 2026: BTG Pactual revela dupla de ações que pode saltar 30% nos próximos meses

22 de dezembro de 2025 - 19:01

Para os analistas, o segmento de pequenos e médios bancos concentra oportunidades interessantes, mas também armadilhas de valor; veja as recomendações

DEPOIS DA VIRADA

Quase 170% em 2025: Ação de banco “fora do radar” quase triplica na bolsa e BTG vê espaço para mais

22 de dezembro de 2025 - 18:21

Alta das ações em 2025 não encerrou a tese: analistas revelam por que ainda vale a pena comprar PINE4 na bolsa

FECHANDO CAPITAL

Tchau, B3! Neogrid (NGRD3) pode sair da bolsa com OPA do Grupo Hindiana

22 de dezembro de 2025 - 17:33

Holding protocolou oferta pública de aquisição na CVM para assumir controle da Neogrid e cancelar seu registro de companhia aberta

DE OLHO NO FUTURO

A reorganização societária da Suzano (SUZB3) que vai redesenhar o capital e estabelecer novas regras de governança

22 de dezembro de 2025 - 16:17

Companhia aposta em alinhamento de grupos familiares e voto em bloco para consolidar estratégia de longo prazo

SOB ESCRUTÍNIO

Gafisa, Banco Master e mais: entenda a denúncia que levou Nelson Tanure à mira dos reguladores

22 de dezembro de 2025 - 13:29

Uma sequência de investigações e denúncias colocou o empresário sob escrutínio da Justiça. Entenda o que está em jogo

BET QUE NÃO É BET?

Bilionária brasileira que fez fortuna sem ser herdeira quer trazer empresa polêmica para o Brasil

22 de dezembro de 2025 - 11:30

Semanas após levantar US$ 1 bilhão em uma rodada de investimentos, a fundadora da Kalshi revelou planos para desembarcar no Brasil

NEM PAPAI NOEL RESOLVE

Raízen (RAIZ4) precisa de quase uma “Cosan” para voltar a um nível de endividamento “aceitável”, dizem analistas

22 de dezembro de 2025 - 10:42

JP Morgan rebaixou a recomendação das ações de Raízen e manteve a Cosan em Neutra, enquanto aguarda próximos passos das empresas

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar